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O poder da tela: se desconecte para se reconectar
Jonas Leupe
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Quando eu era menino, tinha a mania de ficar contando estrelas naquelas noites em que o infinito entra na gente pela abóbada celestial. Esticava o braço, apontava o dedo e começava a contar. Os números se esvaíam na minha mente, mas as estrelas não. Na época, com certeza, não imaginava que isso um dia iria me fazer falta.

Me diziam que contar estrelas fazia nascer verruga na mão, no dedo, no braço. Foi o que aconteceu. Durante algum tempo passei a conviver com umas três verrugas entre os dedos e as costas da mão. Carreguei essas verrugas por muitos anos, até que um pajé me curou com a seiva de umas folhas. Por causa delas, passei a contar estrelas sem apontar, só ficava olhando. Depois passei a contar sem contar, apenas admirava.

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