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O começo
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Quando a rotina se torna penosa, é preciso mergulhar dentro da gente para, assim, encontrar as repostas

Essa é minha coluna de estreia e escrevê-la foi um processo interessante. O texto não é uma roupa que impressiona de longe. Se você não se interessar, vai embora antes do final. Então, aqui estou, pelada, me mostrando sem máscaras. E apesar de escrever ser uma atividade rotineira, recebi com frio na barriga a responsabilidade de falar com tantas pessoas. Por isso, começo agradecendo. Meu nome é Luanda, mas pode me chamar de Lua. Tenho 36 anos e quatro filhos. Todos do mesmo casamento e nenhum planejado. Não consigo falar de mim sem falar das crianças.

João, Irene, Teresa e Joaquim transformaram minha jornada, chamando para um mergulho em questões sobre as quais eu nunca havia pensado e todos os dias me convidam a ser melhor. Por eles, e por mim, mudei de profissão e hoje trabalho como educadora parental, facilitando diálogos familiares.

Gosto de contar que antes de ser mãe meu sonho era trabalhar de terninho. Achava lindo. Mas fui parar em agências de publicidade e minha vida estava prestes a seguir um roteiro básico. Até que tive João, meu primeiro filho. A responsabilidade de cuidar dele embaralhou um pouco a ordem das coisas. Era como se não valesse a pena ficar longe do meu filho por algo em que eu não acreditava.

Então, fui empreender. Só que, enquanto mudava de carreira, os filhos foram chegando e me vi mãe de quatro. Acabei soterrada pelas funções maternas e infeliz. A relação com as crianças, que antes era leve, tinha se tornado pesada e eu estava exausta. Gritos, ameaças e frustração faziam parte da rotina.

Foi assim que iniciei o caminho do encontro comigo mesma. O primeiro passo foi direcionar a atenção para buracos emocionais. Foi esse o ponto de partida. O meu trabalho como educadora parental não me conduz para um lugar de perfeição. Pelo contrário. É um estado constante de alerta. Sei que vou errar e entendo que isso faz parte da relação mãe e filho. Eu me perdoo e sigo atenta e consciente. É bonito e transformador falar sobre essas questões, e tem si- do gratificante acompanhar famílias nessa jornada. Essa sou eu. Na edição que vem tem mais.

LUA FONSECA é pernambucana, educadora parental e mãe de quatro filhos, mas também consegue ser outras coisas quando sobra tempo. Escreve mensalmente na edição impressa de Vida Simples

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