Fica longe! Não vem! Sai pra lá! Não encosta!
Relutei um pouco em abordar o assunto da coluna de hoje. Mas, foi inevitável. Taí. Covid-19 e distanciamento social.
Relutei um pouco em abordar o assunto da coluna de hoje. Mas, foi inevitável. Taí. Covid-19 e distanciamento social.
No final de fevereiro, o plano para esta coluna era bem outro. Mas não deu. Não deu porque não foi possível ignorar o que está acontecendo neste cenário de pandemia causada por um vírus, batizado com o nome nada eufônico de SARS-CoV-2. Observe as doenças em geral. Algumas são causadas por descaso da pessoa com seu próprio organismo. Outras são causadas por acidentes e agressões. Tem as que aparecem com a idade. E outras parecem uma vingança do microcosmo, aquele pedaço menor do universo em que os seres humanos estão invariavelmente inseridos. O tal do coronavírus cabe bem aí nesta última categoria.
Um dia, poderemos até saber porque o microcosmo se manifestou desta forma. Mas hoje, é bom perceber que estas manifestações estão mudando. E mudam para pior. Tanto que até alguns dias atrás, a ciência, os governos e as pessoas lidavam com uma doença que, apesar de pouco conhecida, estava sendo quase entendida. De repente, dentro de uma doença pouco conhecida surge outra doença ainda menos conhecida. Considerada uma nova variante, ela mata mais, se espalha mais e ameaça mais. Foi exatamente a percepção de que estamos enfrentando uma doença desconhecida dentro de uma outra doença pouco conhecida que me fez mudar de plano para falar aqui da mesma coisa que você vai ouvir em qualquer canal de comunicação: a COVID-19. Só que aqui, vamos falar da mesma coisa de um jeito diferente e com um apelo também diferente.
Covid-19
Para começar, vamos relembrar que podemos tratar ou prevenir qualquer doença. Para tratar essa doença pouco conhecida, existem medicamentos, cuidados intensivos e uso de tecnologias que reforçam o papel dos pulmões quando atacados pela enfermidade. Os casos mais simples podem ser atendidos em casa. Mas, se há um agravamento, é preciso recorrer a hospitais. E os hospitais estão todos lotados! Portanto, é melhor prevenir. É melhor não pegar esta doença nova e pouco conhecida. E o que fazer para não pegar esta doença ?
Uma das formas de prevenção é a vacina. Que só funciona a médio e longo prazo e hoje depende da disponibilidade de doses para serem aplicadas. A outra forma de prevenir a COVID-19 é a que foi chamada de distanciamento social. Mas parece que esta expressão não está sendo bem entendida. Por isto, é oportuno traduzi-la aqui em palavras mais simples e diretas. Distanciamento social significa dizer para qualquer pessoa: “fica longe mim !”. Significa também não se aproximar de ninguém. Significa praticar um “sai pra lá” geral. Com todo mundo.
Distanciamento
Não encontrar ninguém, não visitar ninguém e também não abrir a porta da sua casa para ninguém. Na rua, não se encostar em ninguém. Distanciamento social é distanciamento físico entre as pessoas. Distância de todas elas, mesmo daquelas que são muito queridas. Agora, é hora de estar bem longe delas! Se você precisar desesperadamente chegar perto de alguém, use máscara. E se você se encostar em alguma coisa, lave as mãos ou passe álcool gel.
Claro que você, leitor da Vida Simples, já deve saber de tudo isto, mas neste momento, é preciso que você seja um multiplicador desta mensagem em todas as suas interações. Vai abastecer o carro, termina dizendo para o[a] frentista “…por favor, cuide-se bem, proteja-se e fique longe de outras pessoas. “. Vai fazer compras no mercado, fala para o[a] caixa “…por favor, cuide-se bem, proteja-se e fique longe de outras pessoas. “. Conversou com um[a] amigo[a] no WhatsApp, termine com “…por favor, cuide-se bem, proteja-se e fique longe de outras pessoas. “. Ligou no call center do banco, ao final diga para o[a] atendente “…por favor, cuide-se bem, proteja-se e fique longe de outras pessoas. “. E diga para você mesmo “…por favor, cuide-se bem, proteja-se e fique longe de outras pessoas. “.
Fábio Gandour é formado em Medicina, dedicou-se à pesquisa científica e aprendeu a conduzir projetos complexos. Anda muito assustado com os rumos que a pandemia está tomando no Brasil.
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