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A vida que floresce com o tempo: lições sobre envelhecer
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Ele se mudou para o prédio há pouco mais de um ano. Acompanhado de uma cuidadora, o senhor alto e forte ocupa um apartamento no térreo e passa boa parte do dia sentado num banco entre os dois blocos, observando a movimentação dos moradores. Um semblante triste e certa agressividade no olhar denotam traços do envelhecer e uma solidão que comove. Se a cabeça não está cem por cento, o corpão forte está longe de se entregar.

O velho que exige cuidados é também o homenzarrão cheio de vontades, cuja força é bem difícil de deter. No bom-dia que dou a ele ao sair de casa, há uma dose de carinho e outra de prevenção. Sua presença me traz sentimentos ambíguos, me lembra o tempo e suas ameaças, um deus-me-livre se mistura à empatia quando deparo com seus olhos tristes.

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