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A fala, o silêncio e o respeito
Tiago Felipe Ferreira Sa | Unsplash
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No meu entendimento, o respeito está ligado ao uso correto da palavra. Uma vez, num encontro com uma anciã dos nativos americanos, aprendi que a primeira arma que as crianças aprendem a usar não é a faca ou mesmo a flecha. É a língua. O idioma é uma arma que pode causar mais estragos que um instrumento de corte. Pode ferir o coração e machucar a alma.

A partir disso, fui percebendo o quanto usamos a fala sem consciência. E digo isso por mim. Eu percebo como às vezes falo apenas por falar, sem saber por que estou emitindo aquele comentário. Percebo que critico pelo hábito de criticar.

Que reclamo dos outros para me sentir melhor comigo mesmo. Que tenho um prazer oculto em sentir que estou certo ou que sei mais sobre algo que alguém, e que vem com uma força interna que quase me obriga a dizer o que penso.

Ao perceber esses movimentos, tomo consciência de algo ainda mais forte: minha incapacidade de ficar em silêncio. Parece ser normal esse falatório interno e que o julgamento e a crítica aconteçam. Mas por que preciso expressar tudo isso e falar o que acontece dentro de mim?

Ficar em silêncio é um dos maiores desafios que tenho enfrentado. Não preciso mostrar para os outros como eles estão errados, ou como as coisas deveriam ser. Até porque não existe uma única forma de fazê-las. Posso aceitar que cada um vive o que quer viver. E assim estou respeitando o outro.

O silêncio tem sido um grande professor. Mas, ao mesmo tempo, percebi também que às vezes, ficar em silêncio pode ser falta de respeito. Quando alguém me chama e eu não respondo. Quando finjo que não é comigo. E o paradoxo desse mundo de dualidade é um desafio delicioso. A busca pelo caminho do meio, o caminho das virtudes…

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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