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    É preciso falar sobre saúde mental nas empresas
    (Foto: Memento Media/Unsplash) No Brasil, a mudança de percepção sobre o tema é urgente
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    Silenciar o que dói não faz a dor desaparecer. No ambiente corporativo, onde eficiência é cobrada como valor máximo, o sofrimento mental muitas vezes se esconde. Mas para empresas e funcionários, ignorar o problema não o torna menos urgente. E os números, cada vez mais alarmantes, já batem à porta, exigindo ações concretas sobre o tema.

    Saúde mental ainda é tabu

    Apesar do crescente movimento de conscientização à saúde mental, o tema ainda é um tabu. Isso porque, historicamente, pessoas com transtornos mentais eram excluídas da sociedade, levadas para instituições de recuperação nada adequadas e passavam por tratamentos por vezes desumanos. Essas práticas deixaram uma mancha na forma como a sociedade enxerga os sofrimentos mentais, entendidos como uma fraqueza, falha de caráter ou perigo.

    Por isso, as pessoas ainda tendem a não falar sobre o sofrimento mental, escondê-lo dos outros com medo do julgamento, de ser vulnerável e, até mesmo, de assumir suas dificuldades. Nos ambientes de trabalho, cenários que com frequência os indivíduos sentem que devem provar o “seu valor”, a discussão sobre saúde mental pode ser silenciada ou nem mesmo colocada em pauta.

    Porém, esse tabu dentro das empresas, atrapalha na prevenção, percepção e no tratamento de transtornos mentais. O silêncio leva a um diagnóstico tardio que prejudica tanto na vida pessoal do indivíduo como no âmbito profissional.

    “Por isso é muito importante cada vez mais falarmos sobre este tema, para as pessoas entenderem que estamos lidando com isso diariamente no trabalho e nas relações, e quanto mais pudermos encará-lo de frente e de forma produtiva, melhor”, diz Raquel Cavalleri, coordenadora de Saúde Mental da HealthBit.

    Após a pandemia essa discussão aumentou cada vez mais dentro das empresas e teve mudanças com a entrada de profissionais da Geração Z no mercado de trabalho. Em comparação com as demais pessoas, esses jovens estão mais familiarizados com o tema e tendem a levá-lo com mais leveza e menos receio.

    Mas, com as demais gerações, ainda há muito trabalho pela frente: “é necessário romper com muita desinformação e preconceito. É preciso entender que, assim como devemos cuidar da nossa saúde física quando adoecemos, com a saúde mental não é diferente, e precisaremos muitas vezes de profissionais especializados para tal.”

    Cenário brasileiro

    No Brasil, a mudança de percepção sobre o tema é urgente. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Previdência Social, cada vez mais pessoas estão pedindo afastamento no trabalho por problemas de saúde mental. 

    Em 2024, o órgão registrou um número recorde, ultrapassando a marca de 470 mil. É, por sinal, o maior índice da década. Para se ter uma ideia da progressão, em comparação ao ano anterior – mais de 280 mil –, o crescimento foi de 68%.

    Frente a essa crise de saúde mental, a Norma Regulamentadora n°1 (NR-1) – conjunto de diretrizes que estabelece as condições de segurança e saúde no trabalho – foi atualizada e decretou que todas as empresas deverão elaborar um plano de gerenciamento de saúde mental para seus funcionários até maio de 2025. Organizações que não aplicarem a nova conduta estarão sujeitas a multas, embargos e interdições, além de terem que assinar termos de ajuste de conduta.

    Não é uma legislação que protege apenas a saúde dos trabalhadores; ela também acaba cuidando dos interesses empresariais. “Se o trabalhador não está bem emocionalmente, isso afetará sua produtividade e sua qualidade nas relações interpessoais. Além dele estar prejudicado, isso afetará seu time e a empresa como um todo. Então, cuidar da saúde mental de um colaborador é, no fim da linha, cuidar de todo o ambiente de trabalho”, destaca Raquel.

    “Ter uma política de saúde mental estruturada e que apresente resultados, cada vez mais não é uma escolha, mas uma necessidade.”

    Como falar sobre saúde mental

    Como previsto pela NR-1, as empresas devem avaliar riscos psicossociais dentro dos ambientes, construir práticas de mapeamento de saúde e de casos que precisam de acompanhamento e oferecer canais de apoio com profissionais especializados. 

    “Além disso, através da identificação de casos com necessidade de acompanhamento, é importante construir um protocolo de busca ativa, já que muitas pessoas não procuram ajuda, seja por falta de informação, preconceito ou uma dificuldade imposta pelo próprio sofrimento psíquico, como em casos graves de depressão, por exemplo”, aponta.

    Outras estratégias combinam conscientização, conhecimento e comunicação, com o oferecimento de palestras, treinamentos, letramento para as lideranças e rodas de conversa.

    Tudo isso cria uma maior segurança psicológica, essencial para o acolhimento dos colaboradores, em especial aqueles que estão voltando de licenças. A retomada do trabalho pode ser um momento delicado, por isso é importante o enriquecimento psicossocial desses ambientes.

    “Infelizmente, ainda vemos práticas de julgamento e bullying neste momento, mas um trabalho de psicoeducação e letramento para todos de forma contínua pode fazer a diferença. De forma geral o que falta é sensibilização e informação, e essas práticas devem fazer parte do cotidiano de uma empresa.”

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