Janeiro Branco: 5 livros para pensar sobre saúde mental
Confira a seleção de livros de Rayza Fontes para celebrar o Janeiro Branco e refletir sobre os cuidados com a saúde mental em nossas vidas.
Com discussões cada vez mais frequentes sobre saúde mental, não dá para deixar de falar sobre o Janeiro Branco. Desde 2014, psicólogos e psiquiatras aproveitam o mês para atrair a atenção da sociedade para questões relacionadas à saúde da mente e das emoções das pessoas.
Sabemos que ler não é o mesmo que fazer terapia, mas o hábito pode ser terapêutico. Não são poucos os estudos que comprovam os benefícios da leitura para a neuroplasticidade cerebral. Ler contribui para a liberação de hormônios como a serotonina e a dopamina, trazendo um pouquinho de felicidade instantânea e ajudando até no controle da dor.
Pensando nisso, trouxe uma seleção de obras cuja leitura pode levar a boas reflexões sobre nossa saúde mental.
Um convite à pausa
Em “A Magia do silêncio”, a monja canadense Kanyko Tannier pede ao leitor para fazer uma pausa e refletir sobre como os estímulos do mundo moderno estão nos levando para um buraco negro, obviamente sem fundo. Durante a leitura, que mescla casos divertidíssimos da monja com algumas dicas e práticas, é possível pensar sobre a saúde mental e também sobre a nossa relação com a tecnologia, a contemporaneidade e a sociedade.
A Magia do Silêncio – Kankyo Tannier
Editora Sextante; 1ª edição (10 setembro 2018)
160 páginas
Em busca de mais equilíbrio
Quem também acredita na mágica de não se deixar dominar pelo piloto automático é o neurocirurgião James R. Doty que contou a história de filme que é a sua vida em “A maior de todas as mágicas”. No livro, o médico explica que aprender a controlar como reagimos aos eventos adversos é um diferencial para quem busca o equilíbrio. Ele ensina ainda a importância da empatia e de “manter o coração aberto” aos desafios e oportunidades.
A maior de todas as mágicas – James R. Doty
Editora Sextante; 1ª edição (12 setembro 2016)
240 páginas
O pouco também pode ser muito
Não parece engraçado que o sistema nervoso, sendo o centro de tudo, seja tão negligenciado nas nossas conversas diárias? É justamente esse um dos questionamentos que Tim Desmond, autor de “Como ser pleno em um mundo caótico”, faz. Ele revela uma história pessoal impactante, uma infância violenta e pobre, uma adolescência repleta de excessos até chegar ao momento de rever o passado e valorizar o presente. Ao longo da leitura, a sensação que fica é a de que a gente sempre pode fazer mais pela nossa saúde mental, mesmo investindo pouco. Cinco minutos de atenção plena ou meditação em um dia pode parecer uma gota no oceano, mas quando multiplicados e acrescidos do poder da constância, podem sim fazer um pequeno milagre.
Como ser pleno em um mundo caótico – Tim Desmond
Editora Harper Collins; 1ª edição (13 janeiro 2020)
192 páginas
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Um diário para combater a depressão
A literatura também é uma arma poderosa na luta pela valorização da saúde mental. Embora seja comum pensar em livros que tratem de suicídio ou loucura, vale lembrar também de quando a escrita é usada como forma de superar um trauma e restabelecer o equilíbrio. É o caso de “As vantagens de ser invisível”, um delicioso diário escrito por um adolescente lutando contra a depressão e os pensamentos suicidas. Sim, é um livro delicioso, repleto de referências musicais, cinematográficas, questionamentos típicos da idade, paixonites e, claro, uma profunda reflexão sobre como lidamos com o medo e a dor.
As vantagens de ser invisível – Stephen Chbosky
Editora Rocco Jovens Leitores; 1ª edição (13 abril 2021)
288 páginas
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Sobre luto e sobre ciclos da vida
Aliás, foi justamente uma profunda reflexão que rendeu “O ano do pensamento mágico” à escritora, recém falecida, Joan Didion. Após a morte súbita do marido, ela decidiu escrever, todos os dias por um ano, as lembranças, impressões e dúvidas que sentiu ao longo do período. Enfim, um retrato fiel, duro e envolvente do luto e de como ele pode ser superado. Serve, inclusive, até para quem não está passando por essa realidade, mas consegue usar as palavras de Didion como uma alavanca para gerar novas reflexões acerca da vida, dos ciclos e da importância de não reprimir as emoções.
O Ano do pensamento mágico – Joan Didion
Editora Harper Collins
240 páginas
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Dos cinco livros, três deles levam em seus títulos termos como “magia” ou “mágica/mágico”. Talvez tenha sido só uma coincidência, mas é interessante notar essa outra semelhança entre eles, além da temática da saúde mental.
Você também acha que existe algo de misterioso por trás da nossa mente? E quais outros livros você colocaria nessa lista? Deixei sua sugestão aqui nos comentários!
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