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Jorge Bacellar: a beleza da imagem imperfeita
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Acostumado a registrar rostos e cenas do cotidiano, foi na Terra do Sol Nascente que ele encontrou seu caminho na Fotografia

Não foi um chamado na infância. Nem foi um ofício passado de pai para filho. A paixão de Jorge Bacellar pela Fotografia começou quando ele já era adulto.  “Fui estudar Design de Produto e fiz estágio em um estúdio de fotografia publicitária. Ali começou o meu interesse pelas imagens”, comenta Jorge.

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As fotos passaram a fazer parte do seu universo, mas se enxergar como fotógrafo demorou um pouco mais e já chegaremos a esse ponto da história.

Quando decidiu explorar a fotografia, Jorge passou a dar vazão ao que antes, o olhar guardava. “Não saio de casa pensando em fotografar, mas estou sempre pronto para quando a foto tiver que acontecer”, revela.

Os lugares por onde passava passaram a ser seu cenário e seu perfil no Instagram, uma espécie de diário do cotidiano. “Quando estou na rua, tento ver além do banal, é quase um treinamento. Tudo é fotografia para mim”, diz.

E a imagem que surge ali, diante dos olhos do carioca radicado em Curitiba, sem produção e sem “perfeição”, é exatamente o que ele busca. “O que mais gosto é que cada registro é único. Penso na foto antes, mas ela se desenha no momento da captura. Não tem que ser perfeito. Não deve ser perfeito. Na minha trajetória, o erro, a imperfeição são importantes”, explica o fotógrafo.

Seu olhar para o cotidiano tem um pouco de suas influências. “A história de Vivian Maier, a fotógrafa norte-americana que nasceu em 1926 e registrou a vida ao seu redor de maneira quase anônima e só teve seu trabalho reconhecido depois de sua morte, em 2009, me emociona. Me vejo um pouco nessa história, porque me assumir fotógrafo é difícil”.

Pronto. Agora chegamos ao momento em que Jorge entende seu dom. E é claro que tinha que ser na rua, em uma viagem inesquecível para ele: o Japão. Foi lá, na terra do Sol Nascente, que o fotógrafo se percebeu fotógrafo. O olhar, tão treinado para ver o mundo lá fora, se voltou para dentro.” A viagem para o Japão me transformou”.

Jorge se deu conta de que além de fotógrafo do cotidiano, ele era também um retratista. “Eu pedia para as pessoas se deixarem fotografar, e quando voltei percebi a enorme quantidade de retratos que tinha feito”, conta.

As fotos do Japão viraram duas exposições e de lá para cá, o fotógrafo tem voltado seu olhar cada vez mais para os retratos, sempre mantendo seu trabalho de registrar do cotidiano, sempre pronto para a foto. Porém, agora ciente de seu caminho e habituado a se enxergar como um colecionador de momentos únicos.

@jorgebacellar


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