Cantos de cura
Cantar não apenas nos ajuda a espantar dores. Se a voz brota do coração, se torna veículo de gratidão pela vida, pelo amor e por nossa resiliência
Eu canto desde muito pequena. Minha mãe conta que, quando eu tinha apenas três anos, durante um congresso, desapareci por um momento e ela ficou desesperada. De repente, lá estava eu, no palco, em cima de uma cadeira, cantando. Ela soube depois que eu “puxei o paletó” do organizador do evento e falei: “Quero cantar”. Ele achou graça naquela menininha ousada e atendeu ao pedido. O refrão da música, curiosamente, dizia: “Joguei a tristeza fora, mandei embora do meu coração.” Sinto não ter registros da cena, mas ainda me lembro da força curativa daquela melodia e de como eu a interpretava, abrindo os braços no refrão.
Com o tempo, me tornei jornalista, mas nunca deixei de cantar. Na escrita, sou formiga, produtiva e focada. No canto, sou cigarra, livre e apaixonada. Recentemente, em uma roda de mulheres, eu me reencontrei com aquela menina de três anos, a minha criança interior. Foi no Festival Cura do Feminino, um domingo de práticas de autoconhecimento e reflexão, como meditação, cânticos e mantras, guiadas pela Gabriele SriDevi, naturóloga e criadora do método Cura do Feminino.
Os comentários são exclusivos para assinantes da Vida Simples.
Já é assinante? Faça login