70% do planeta é coberto por água. Com uma porcentagem tão grande, a falta de acesso a esse recurso pode não parecer um problema – mas é uma grande realidade. Afinal de contas, 97% desse volume está nos mares e oceanos, ou seja, trata-se de água salgada. Apenas 3% são doce e desse total somente 1% é próprio para consumo humano. E, de acordo com estudos da Organização Meteorológica Mundial, 3,6 bilhões de pessoas têm acesso inadequado à água pelo menos um mês por ano. O número pode chegar a 5 bilhões até 2050.
Secas e estiagens, assim como a poluição, são alguns problemas relacionados à água. Agravados pelas mudanças climáticas, eles colocam em risco a distribuição, acesso e qualidade do volume de água próprio para o consumo humano.
Mas existem projetos e iniciativas dedicados a preservar esse recurso natural, além de levar água para quem mais precisa. Conheça cinco projetos inspiradores para acompanhar:
Água da chuva que vira água potável
O Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS) é uma ONG que promove a qualidade de vida nas comunidades do sertão paraibano. O foco do trabalho é a captação e manejo da água para consumo humano e produção de alimentos, mesmo nos períodos de estiagem.
As comunidades participam do desenvolvimento das ações, que envolvem o uso de tecnologias sociais e capacitação da população para usar o recurso. Em atividade desde 1985, O CEPFS já construiu 1422 cisternas, além de outras engenharias como barragens subterrâneas e cisternas de calçadão.
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Água potável graças à energia solar
A Safe Drinking Water For All (SDW), em tradução livre, água potável segura para todos, é uma empresa de impacto social que utiliza energia solar para desenvolver serviços relacionados à água. Atuando desde 2018 e com sedes na Bahia e no Ceará, a empresa já alcançou 15 estados brasileiros e cerca de 25 mil pessoas.
A empresa desenvolve e instala tecnologias para o tratamento em regiões rurais e com escassez hídrica. Uma delas utiliza luz solar para fazer a desinfecção de água de cisternas. Além disso, outra porposta envolve o tratamento de águas cinzas (resultado de atividades domésticas como lavar louça, roupa ou tomar banho).
Umidade do ar que se transforma água
O Warka Water é um projeto que fornece água limpa e saneamento para pessoas em regiões áridas. Para isso, oferecem infraestrutura para captação e treinamento educacional. Aliás, o principal diferencial do projeto é a transformação da umidade do ar em água potável. O projeto tem protótipos no continente africano e quer expandir para regiões na América Central.
E dá pra plantar água sim!
O Plantado Águas é um braço da organização do terceiro setor Iniciativa Verde que trabalha para proteger os recursos hídricos nas regiões rurais através da adequação ambiental. Com ação na zona rural de São Paulo, o projeto leva tecnologias de baixo custo para fazer o tratamento de esgoto, protegendo, assim, o solo e a água de contaminação. Além disso, eles trabalham também com agroflorestas, sistema que une espécies para alimentação e aquelas que compõem as florestas locais. Nesse modelo não ocorre desmatamento para produção agrícola e há a restauração da vegetação local.
Com solo e vegetação protegidos, as nascentes dos rios naquela região ficam livres das contaminações de esgoto e da erosão, por exemplo. Além disso, as matas ao redor de nascentes garantem que a terra não seja arrastada, o que pode causar o soterramento ou desaparecimento dos rios.
Desse modo, o que o projeto faz é por meio de uma reação em cadeia que envolve cuidados com o solo e com a vegetação, restaurar corpos de água e garantir sua qualidade.
Limpando o mar
Embora a água do mar não seja apta ao consumo humano, preservar nossos oceanos é essencial para manter a vida na terra e a Ocean Cleanup, uma organização ambiental, desenvolve um trabalho para isso. A fim de filtrar 90% do plástico presente nos oceanos, a Ocean Cleanup produz tecnologias para retirar o plástico das águas. Entre elas está o uso de redes, barcos e inteligência artificial. Em primeiro lugar, interceptam o plástico quando deságuam do rio para o mar. Depois, retiram os resíduos que já estão lá, nas manchas de lixo dos oceanos. A maior delas fica no Pacífico Norte.
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