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    Julgamento: entenda os problemas e as vantagens
    Foto: Unsplash
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    O que você faria se soubesse que ninguém iria descobrir? Essa é a premissa da trend “ouvimos e não julgamos” que viralizou nas redes recentemente. Internautas faziam confissões a amigos, parceiros e familiares com um único objetivo: revelar o que quer que fosse e não julgar nada – e nem ser julgado.

    A verdade é que é muito difícul fazer algo sem ser julgado. Se não for por alguém ao nosso redor, o julgamento vem, muitas vezes, de nós mesmos. “O julgamento do outro, e não só o do outro uma vez que a gente também se julga bastante, acaba impedindo as nossas vontades” explica Danilo Suassuna, psicologo e direito do instituto Suassuna.

    O especialista ressalta que muitas vezes tomamos decisões baseado em julgamentos internos e externos. “Você quer, por exemplo, retomar um namoro, sair com uma pessoa ou deixar seu emprego. Você deseja isso, mas o julgamento, esse olhar do outro, é tão mais forte que você deixa de seguir aquilo que seria, então, a sua vontade”, explica.

    O olhar do outro

    Segundo Danilo, o nosso estar e existir no mundo implica, automaticamente, que estaremos sobre o julgamento e a atenção do outro o tempo todo. “Quando você é um bebê e existem os primeiros momentos com a sua mãe, com seu pai, você sente, pela primeira vez, o olhar do outro. Esse olhar sempre vai ser importante para a gente”, aponta.

    Mas diferente de quando somos crianças, e estamos nesse local acolhedor, a vida nos surpreende com um olhar muitas vezes de julgamento e de não compreensão. E isso pode ser prejudicial quando, ao tentar agradar, deixamos de lado o que acreditamos ou queremos.

    “Se eu acabo querendo corresponder com a expectativa do outro, com a necessidade do outro, ou querendo corresponder com a fantasia do outro, eu acabo tomando escolhas que na minha cabeça podem parecer que são minhas, mas não são. São muito mais em relação a esse outro que me olha do que a mim mesmo”, completa Danilo.

    Julgamento pode trazer benefícios

    O julgamento pode ser benéfico em várias situações, especialmente ao nos fazer considerar o impacto de nossas ações nos outros. Assim explica Cintia Castro, psicanalista e especialista em linguagem corporal.

    “Embora o medo de ser julgado possa ser desconfortável, ele nos protege e nos incentiva a refletir, levando a decisões mais conscientes que consideram os interesses de todos”, pontua. Consequentemente, o julgamento se torna ferramenta valiosa para o autoconhecimento e para relações interpessoais melhores, quando bem utilizado.

    O julgamento também age como um guardião da regra social. Desde cedo, somos influenciados por valores e normas que moldam nosso comportamento. Quando nos afastamos dessas expectativas, o julgamento pode surgir, levando à culpa por não atender a esses padrões.

    “Ele pode desencadear sentimentos de culpa e vergonha, limitando nossa capacidade de seguir nossas vontades. Quando somos julgados, seja por nós mesmos ou por outras pessoas, tendemos a internalizar essas críticas, o que cria uma pressão e nos leva a agir conforme as normas e expectativas sociais”, completa Cintia.

    Limite entre julgamento e autenticidade

    Apesar dos benefícios do julgamento, em excesso ele pode ser prejudicial para nossa autoestima e validação própria. Segundo Cíntia, “quando alguém sente que está sendo avaliado ou criticado, pode começar a se preocupar mais com o que os outros pensam do que com o que realmente deseja ou acredita.”

    Essa pressão pode fazer com que a pessoa mude seu comportamento ou suas opiniões para se encaixar nas expectativas dos outros, em vez de ser fiel a si mesma e desenvolver sua autenticidade.

    “Além disso, o medo de ser julgado muitas vezes leva as pessoas a esconderem partes de sua personalidade ou de suas experiências (o que é uma pena em muitos casos)”, exemplifica. Nessas situações, muitos podem evitar expressar suas opiniões ou interesses por receio de serem mal interpretadas ou rejeitadas”, explica.

    Essa constante trava sobre suas ações, segundo a psicanalista, pode causar estresse, ansiedade e até mesmo um sentimento de insatisfação com a vida.

    Encontrando equilíbrio

    Cintia ressalta que encontrar equilíbrio entre receber um julgamento construtivo e um julgamento prejudicial é importante para o nosso crescimento pessoal e bem-estar.

    Para isso, a especialista separou algumas dicas que podem ajudar no processo:

    • Primeiro, é fundamental diferenciar os dois tipos de julgamento. O construtivo busca ajudar e orientar, enquanto o  prejudicial critica sem oferecer soluções;
    • Para manter esse equilíbrio, comece a ser mais consciente do seu tom e das suas palavras ao avaliar uma situação ou comportamento. Tente sempre focar em aspectos positivos e oferecer sugestões de melhoria;
    • Outra dica é ouvir antes de julgar. Pergunte-se se tem todas as informações necessárias antes de formar uma opinião. Isso evita mal-entendidos e promove uma análise mais justa;
    • Quando você for receber feedback, busque entender a intenção por trás das críticas. Se forem construtivas, use-as para melhorar. Se forem apenas negativas, tente não levar para o lado pessoal.

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