Com poucas chances de errar, seria possível afirmar que todo mundo já sentiu aquela vontade de incluir algo novo na sua vida. Seja com menor ou maior intensidade. Começar um curso, aprender um novo idioma, adotar hábitos mais saudáveis, um hobby… A ideia empolga, cria raízes na nossa cabeça e de tempos em tempos dá as caras. Mas logo nos acostumamos com essa fagulha esporádica e, quase que de maneira automática, colocamos na gavetinha do “depois” depois da animação momentânea.
É como estar diante de uma estrada aberta, sabendo exatamente para onde se quer ir, mas sem conseguir dar o primeiro passo. A mente cria justificativas, quase que em uma voz com tom impositivo: “não é o momento certo”; “falta preparo”; ou “talvez seja melhor esperar um pouco mais”. E assim, a inércia segue. Não por falta de vontade, mas porque dar o primeiro passo sempre parece a parte mais difícil. Mas será mesmo?
Nas últimas semanas, uma nova trend tem ganhado força nas redes sociais: “Primeiro você começa, depois você melhora”. Nela, as pessoas postam imagens de antes e depois de alguma atividade que praticam, atestando a sua evolução. A frase da trend parece óbvia, mas traz uma verdade que eventualmente muitos de nós esquecemos quando miramos em algo já pronto: há sempre o primeiro passo. Portanto, independente do nível que se deseje atingir, tirar a ideia do papel é essencial, mesmo que de forma desajeitada, para então permitir que toda a beleza do processo faça o seu trabalho.
O medo de errar paralisa
Para o psicólogo Luti Christóforo, o primeiro obstáculo para começar algo novo não é externo, mas interno. “A maior barreira para começar algo novo geralmente é psicológica. O medo do desconhecido faz muita gente travar antes mesmo do primeiro passo. Sair da zona de conforto traz insegurança”, afirma.
Além disso, há a necessidade de uma aprovação externa. “O medo de errar está muito ligado a padrões inconscientes de busca por validação”, diz. “Queremos ser aceitos socialmente e profissionalmente, o que muitas vezes nos impede de arriscar.”
Da mesma forma, pessoas que foram desacreditadas na infância ou tiveram experiências negativas podem carregar bloqueios inconscientes e que dificultam a mudança. Explica o hipnoterapeuta Renê Skaraboto: “Muitas dessas dificuldades vêm de experiências passadas e crenças limitantes.”
Pequenos passos para destravar
Para superar essa barreira, o primeiro passo é mudar a forma como enxergamos e recebemos o novo, ou seja, reprogramar a mente para aceitar de maneira natural. Mas a mudança não precisa ser radical. Christóforo aconselha começar pelo pequeno. “Se for aprender um idioma, aprenda algumas frases básicas. Se for um esporte, pratique alguns minutos por dia. O importante é inserir a nova atividade na rotina de forma leve e consistente.”
Pondera Skaraboto que outro ponto essencial é entender que a motivação se constrói com a prática: “Cada vez que você faz algo e recebe um feedback positivo, isso fortalece sua vontade de continuar.”
Aqui vão dicas diretas para começar algo novo:
- Defina metas específicas;
- Crie um cronograma para ter uma consistência;
- Elimine distrações para não procrastinar;
- Use aplicativos de autoconsciência e meditação;
- Celebre as pequenas conquistas para gerar mais motivação.
➥ Leia mais
–O básico que funciona: o poder dos hábitos simples para mudar sua vida
–Como transformar uma motivação em hábito?
–O que te impede de avançar na mudança de um hábito?
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