“Calma aí, preciso só responder essa mensagem. É rápido”. Você já ouviu isso ou até mesmo foi o autor dessa frase. Isso porque carregamos o mundo no bolso e, mesmo que não queiramos, a escola irá te avisar sobre uma situação do filho, o mecânico da oficina dirá qual é, de fato, o problema no carro, e assim por diante. O vício em redes sociais é um grande problema, mas existem estratégias para distribuir melhor sua atenção e fazer um uso mais inteligente do celular.
As telas dos smartphones, em conjunto com as redes sociais, têm um potencial de vício e fonte ilimitada de prazer, o que gera não só dependência, mas um impacto profundo em outras áreas da vida. Um vídeo de 30 segundos nos leva a outro, e outro, e outro… uma mensagem de WhatsApp se desdobra em várias. Apesar dos desafios, lidar com o vício no uso de redes sociais é possível.
“Uma estratégia interessante para reduzir o uso dos celulares em ambiente de trabalho é ‘se afastar’ de seus estímulos. Desligar notificações e firmar um compromisso de resistência consigo mesmo”, explica Maria Eduarda Monteiro, psicóloga do Grupo Epicus Outlier. Ela afirma que é importante estabelecer algumas etiquetas. Assim, se a mensagem for uma emergência, devemos respondê-la rapidamente. No entanto, se um amigo nos pergunta na quarta o que faremos no fim de semana, é inteligente checar essa conversa ao final do expediente.
Dicas úteis para lidar com o vício em redes sociais
Para a psicóloga organizacional e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Edwiges Parra, um dos caminhos é estabelecer limites diários e semanais de aparelhos digitais. “Defina um tempo máximo que você pode gastar em telas e siga rigorosamente essas diretrizes”, explica.
Além disso, ela destaca outras maneiras de incrementar à organização pessoal e ser mais produtivo no trabalho:
- Crie horários designados: Reserve períodos específicos do dia para o uso de dispositivos eletrônicos, como após o trabalho ou escola. Fora desses horários, evite telas;
- Desconecte-se durante as refeições: Mantenha momentos de refeições livres de dispositivos eletrônicos. Isso promove interações sociais significativas e permite uma pausa nas telas;
- Defina um tempo sem telas antes de dormir: Evite o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, já que a luz azul das telas pode afetar a qualidade do sono. Reserve um tempo para relaxar sem telas antes de ir para a cama.
- Atividades alternativas: Substitua o tempo gasto em telas por atividades alternativas, como exercícios, leitura, hobbies, jardinagem, ou outras atividades que você goste.
- Socialize em pessoa: Em vez de se comunicar principalmente por meio de mensagens de texto e redes sociais, encontre amigos e familiares pessoalmente sempre que possível.
- Defina metas de uso produtivo: Reserve um tempo para usar dispositivos eletrônicos de forma produtiva, como para fins de aprendizado, trabalho ou criatividade.
- Mantenha-se consciente: Esteja ciente dos momentos em que você está recorrendo às telas por hábito ou tédio. Quando perceber isso, tente se desconectar e se envolver em outras atividades.
- Participe de atividades ao ar livre: Incentive a participação em atividades ao ar livre, como caminhadas, esportes e lazer, que reduzem a exposição às telas.
Como ser mais produtivo no trabalho e equilibrar o uso do celular
É comum que, entre as tarefas do trabalho, o celular seja utilizado como uma válvula de escape. Responder alguém no WhatsApp ou conferir o Instagram é algo bem comum. Além disso, algumas pessoas trabalham exclusivamente com celulares, como profissionais do Marketing Digital. Por outro lado, isso afeta a produtividade e a concentração.
Para Ju De Mari, mentora de carreiras e terapeuta junguiana, deixar o celular de lado quando se está realizando alguma tarefa pode ser um começo. “Definir o tempo de uso para momentos de ‘descanso’ usando a tela é uma estratégia. Além disso, trazer intenção para essa relação é fundamental”, explica. Ela também incentiva outras práticas e rituais que proporcionem o bem-estar para além dos celulares e possa substituir seu uso de forma frequente.
Já Maria Eduarda Monteiro incentiva a organização pessoal, como adotar o método Pomodoro, por exemplo. “Esta técnica consiste em dividir as atividades em blocos, intercalando períodos curtos de descanso entre um momento e outro“, diz. Assim, o funcionário deve manter 25 minutos de foco total e concentração, seguidos de 5 de “fuga”. Além disso, ela orienta estruturar uma sequência para a realização das atividades. Assim, a equipe fica mais atenta ao que deve ser feito com menor possibilidade de perder o foco.
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