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    Conheça 5 curiosidades sobre a origem das tradições de fim de ano
    ILLIYEEN
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    Usar roupa branca, beber champanhe, estourar fogos… O ano é novo, mas as tradições de fim de ano com a chegada do réveillon são antigas. Crenças de diversas religiões e variadas partes do mundo chegaram ao Brasil, onde as festas de Ano Novo são tão culturalmente ricas como a sua miscigenada população.

    Até a escolha da data foi uma herança. Os primeiros registros de comemoração do Ano Novo foram a mais de 4 mil anos atrás, na Babilônia. As festas não ocorriam em janeiro, mas coincidiam com o início da primavera.

    O calendário Juliano, que determina janeiro como o primeiro mês do ano, foi criado pelo imperador romano Julio César e entrou em uso no ano 46 a.C. Daniel Medeiros, doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo, explica a mudança: “Júlio César realinhou o calendário com o Sol. Janos, o Deus Romano das portas e portões, de quem janeiro recebeu o nome, tornou-se o símbolo do início”.

    Tradições de fim de ano com frutas e legumes têm origem europeia 

    Ao falar de lugares que originam os costumes do Réveillon brasileiro, não tem como deixar a Itália de fora. O costume de comer lentilhas nas festas de fim de ano se iniciou no país europeu. “As lentilhas lembram pequenas moedas, então o seu consumo estaria associado à prosperidade”, esclarece o historiador.

    As uvas, muito presentes nas ceias, também vieram da Europa Ocidental. “Na Espanha é um costume comer 12 uvas à meia-noite, uma para cada badalada do relógio”, conta Daniel.

    Guardar sementes de romã na carteira, para garantir fortuna, e beber champanhe, são outras tradições europeias. “O champanhe é relacionado à nobreza e às cortes reais da Europa, particularmente da França. A bebida se associou à ideia de brindar novos começos, como casamento, aniversário e, claro, o Ano Novo”, relata o professor.

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    O Brasil é um país de forte influência africana por conta da escravidão, e isso também teve impacto nas festas de final de ano.

    Usar roupa branca é uma das principais característica do Ano Novo. A escolha da cor se popularizou nos anos 70, em festas de homenagem a Iemanjá, nas praias de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em Salvador, na Bahia.

    Até hoje, religiões de matriz africana, como Candomblé e Umbanda, fazem oferendas ao mar para a mãe de todos os orixás. O costume cresceu tanto que nas festas de final de ano em praias, pular sete ondinhas é uma tradição até daqueles que não são adeptos a essas religiões.

    Do outro lado do mundo: invenção chinesa traz colorido ao céu

    Uma das mais famosas práticas da virada é o show de fogos de artifício. “Essa história está ligada à invenção da pólvora, na China. Foi usada para fins militares, mas logo se descobriu que podia ser usada para entretenimento, e criaram-se então os primeiros fogos de artifício”, conta o professor.

    No país da Ásia Oriental, os fogos de artifícios são soltos para afastar espíritos malignos e trazer boa sorte. “A China vai se tornar uma parceira da Europa já na idade média, com a questão das especiarias, e a pólvora não tardou a chegar no continente europeu”, explica Daniel, relembrando a trajetória dos fogos até se popularizarem mundialmente.

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    As formas de comemorar o Réveillon no Brasil são vastas, e mudam conforme a região. “No Norte, por exemplo, as celebrações incluem festivais locais que refletem as tradições indígenas e também a influência da cultura ribeirinha, o que mostra a conexão da população do norte do Brasil com o ambiente natural”.

    No Nordeste, onde reside a maioria da população negra do país, a influência afro-brasileira é mais forte. “Celebrações de Iemanjá são particularmente significativas, principalmente no estado da Bahia e Pernambuco”, comenta Daniel.

    Enquanto isso, a Região Centro-Oeste é marcada por uma grande variedade de influências culturais, como a Gaúcha, por conta da expansão do agronegócio, e a presença nordestina, desde a época da construção de Brasília, com os candangos. “Cria-se ali na Região Centro-Oeste realmente um mix cultural que promove algumas festividades muito curiosas”, pontua o professor.

    Na Região Sudeste se destacam dois lugares: “a presença principalmente do Rio de Janeiro e a festa na praia, que faz com que o réveillon de Copacabana seja um dos mais famosos do mundo, enquanto em São Paulo as celebrações são mais urbanas, com o famoso ‘Show da Virada’, que reúne milhares de pessoas”.

    Já no Sul, as tradições europeias, principalmente alemãs e italianas, dão às festas um tom mais familiar e gastronômico.

    Novas tradições de fim de ano: tecnologia e memes para a virada

    Apesar do Réveillon ser uma data tão tradicional, com novas gerações chegam novos costumes. Para o professor, talvez a maior mudança seja a influência das tecnologias na celebração do Ano Novo.

    “Nas últimas décadas, a gente começou a comemorar o Ano Novo lá na Austrália. Quer dizer, virou até um meme, né? ‘Lá na Austrália já é Ano Novo’. A comemoração é estendida por conta das tecnologias”, finaliza Daniel Medeiros.

    Trends do TikTok para mostrar o look da virada e vídeos de retrospectiva no YouTube também marcam a internet nessa época. Aplicativos mostram o comportamento individual e coletivo dos seus usuários durante o ano. Por exemplo, quem não parou para ver as músicas mais escutadas na retrospectiva do Spotify? Até mesmo o iFood reuniu os pratos mais pedidos do ano para recordar seus clientes.

    A internet amplia a sensação de nostalgia que é parte das festas de Réveillon e, dessa forma, novas tradições de fim de ano vão surgindo.

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