Menu
  • CONTEÚDO
  • PARA ASSINANTES
  • E MAIS
  • NEWSLETTERS
  • ANUNCIE AQUI
  • SOLUÇÕES PARA RH
  • REDES SOCIAIS
    • Google News
  • EDIÇÃO DO MÊS
  • COMPARTILHE
    Como é viajar com os olhos de uma criança
    Claude Piché
    Siga-nos no

    Então, numa curva da BR-101, segurei firme o volante. Notei meus dedos cobertos de pó amarelo. Com urgência, lambi um a um eliminando as salgadas evidências de um segredo meu: quando viajo, me abasteço com guloseimas de lojas de posto. Tipo salgadinhos de queijo com cheiro de chulé. Criancice, eu sei. É porque me fascina a liberdade de expressão e as emoções honestas da criança viajante. Tal como na véspera da expedição até as minhas origens pela Ferrovia da Zona da Mata (MG), quando senti cambalhotas na barriga e soube pelos tios que o nome era ansiedade. Ou borboletas no estômago. Primeira vez num trem, né?

    Senti o mesmo quando cruzamos o Paraná até o Parque Nacional das Sete Quedas, onde um amontoado de água se apertava num desfiladeiro estreito e rugia formando as cachoeiras mais volumosas do… mundo! Em cima das pontes trombamos com um monte de gente manhosa e almoçamos num restaurante que tinha na parede a pintura de um guri chorão. Lá pelas tantas, soube que logo as cachoeiras seriam engolidas por um lago gigante, o da Hidrelétrica de Itaipu. E que dias antes uma ponte havia arrebentado ali com um punhado de gente em cima. Nossa viagem era um adeus. Emburrei também. E pensei que os adultos não dão bola para as coisas importantes até elas acabarem – aí viajam todos até elas causando o maior rebuliço.

    A hora do embarque

    As borboletas seguiam aparecendo sempre que lá em casa desciam as malas dos armários. Ou quando a gente avistava a primeira nesga de mar numa fresta entre as montanhas e sabia que agora a praia estava perto. Não era dessa ansiedade ruim dos adultos, mas daquela que vem quando a gente entra em carrinho de montanha-russa e, mesmo sofrendo, acha bom.

    E se acaso despertar de madrugada durante o trajeto até a Bahia foi sufoco para os adultos, para mim foi só mais um feito para contar. Para nós, crianças, não há perrengue; só aventura e jeito diferente de fazer as coisas. Quando não tinha viagem, o jeito era ir para a floresta encantada, vulgo bosque-no-fim-da-rua. A mochila ia com lanche e walkman. E também virava valise secreta com almanaque, lupa e mais…

    Entrei oficialmente na maioridade após atravessar os Andes com a cabeça no teto solar do ônibus. Então sintonizei a ansiedade dos adultos e suas formalidades. Mas elas somem rapidinho quando chega a hora do embarque.

    CONTINUE LENDO

    Conheça as colunas de Juliana Reis na Vida Simples


    Juliana Reis é uma viajante em busca de histórias, pessoas, lugares e experiências que a modifiquem. @viagenstransformadoras

    Para acessar este conteúdo, crie uma conta gratuita na Comunidade Vida Simples.

    Você tem uma série de benefícios ao se cadastrar na Comunidade Vida Simples. Além de acessar conteúdos exclusivos na íntegra, também é possível salvar textos para ler mais tarde.

    Como criar uma conta?

    Clique no botão abaixo "Criar nova conta gratuita". Caso já tenha um cadastro, basta clicar em "Entrar na minha conta" para continuar lendo.

    0 comentários
    Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

    Deixe seu comentário

    Ao se cadastrar, você concorda com a Política de Privacidade e Dados da Vida Simples
    Sair da versão mobile