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    Saiba como as emoções afetam a nossa pele
    Foto: Chelsea Shapouri
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    Seja em um momento de muito estresse, ou de felicidade profunda: quem nunca sentiu as emoções à flor da pele? Aquele momento em que os sentimentos estão tão fortes que parecem transbordar para fora do corpo é, na verdade, a nossa pele reagindo às nossas emoções. Afinal, a ligação da saúde emocional com esse órgão pode parecer distante, mas o fato é que pele e saúde mental estão interligadas.

    A pele pode sofrer uma série de alterações devido a questões emocionais, como a ansiedade, o estresse, a tristeza e a angústia. Quem explica isso é Theodoro Habermann Neto, médico dermatologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

    “Por exemplo, se a gente ficar envergonhado, emocionado, ou estressado, nossa pele vai exprimir essas emoções através da ruborização – ou seja, ficar vermelha – e dos arrepios”, exemplifica o profissional.

    Esses exemplos mostram a forte ligação entre nossa pele com nosso emocional. Mas, graças a essa conexão, uma falta de saúde emocional também pode afetar de forma negativa esse que é o maior órgão do nosso corpo.

    A conexão entre pele e emocional vem do nascimento

    Nossas emoções podem se revelar na pele por meio de alterações como alergia, dermatites, queda de cabelo, entre outras. Segundo Theodoro, isso ocorre porque a pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embrionária.

    “No embrião, quando a gente está se formando na barriga da mãe, nós temos várias folhetas. Elas vão dar origem a vários órgãos do nosso corpo”, explica o médico.

    Segundo ele, o ectoderma é o folheto germinativo responsável por originar tanto a pele quanto o sistema nervoso. E é por esse motivo que muitas doenças estão interligadas.

    “Elas têm a mesma origem embrionária, então essas doenças psicossomáticas acabam desencadeando e sendo visíveis na epiderme, a camada externa da pele”, aponta.

    Saúde mental afeta todos os órgãos

    O estresse pode causar envelhecimento precoce da pele, aumentando a liberação das células inflamatórias e reduzindo a imunidade. “Mas, quando o caso é muito intenso, pode desenvolver doenças mais sérias”, diz Theodoro.

    Para a dermatologista Cristiane Barausse, especialista em psicodermatologia, a saúde mental está conectada a todos os órgãos. Dessa forma, com problemas de saúde mental, eles também se prejudicam.

    Segundo a dermatologista, em um transtorno de ansiedade ou estresse, pode ocorrer um aumento do cortisol. Esse hormônio, que serve para regular o humor e o medo, também aumenta o risco do organismo desenvolver doenças inflamatórias como vitiligo, dermatite atópica, entre outras.

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    Doenças de pele também podem afetar a saúde mental

    Além da saúde emocional afetar a nossa pele, o contrário também pode acontecer. As doenças cutâneas, ou seja, doenças que atingem a extensão da pele, podem ter um efeito na saúde mental do paciente.

    “Se o paciente tem alguma doença que não consegue esconder, as pessoas olham para ele já com preconceito”, declara a médica. Um exemplo seria a psoríase. Essa doença ocorre um acúmulo de células da pele, formam escamas e manchas secas que causam coceira.

    “Ou seja, esse medo de ser julgado pelas pessoas afeta também a vida social. Às vezes o paciente pode até parar de sair de casa”, relata a médica. Segundo ela, é comum em pacientes adolescentes, acometidos com acne grave, a existência de transtornos depressivos ou até mesmo tentativa de suicídio.

    Dessa forma, é uma via de mão dupla. As doenças mentais podem piorar doenças de pele e as doenças de pele também, quando presentes, elas podem piorar transtornos mentais. “Não tem como se dividir saúde mental com saúde da pele. Elas estão totalmente interligadas”, afirma a dermatologista.

    O estigma da saúde mental e a dificuldade do diagnóstico

    Pacientes que têm um diagnóstico psiquiátrico podem sofrer um estigma que, na hora de diagnosticar doenças de pele, é prejudicial. “Esse preconceito já melhorou muito, e a saúde mental é um tema que hoje está em alta. Porém, esses pacientes ainda são muito estigmatizados”, relata a médica.

    Doenças emocionais podem não ser consideradas “doenças de verdade” por pessoas leigas, ou até por outros profissionais da saúde. “Em relação às doenças de pele associadas à saúde mental, isso piora ainda mais”, aponta a médica.

    Cristiane relata que sua irmã foi diagnosticada com transtorno de escoriação, uma doença onde o paciente fica cutucando ou beliscando repetidamente a própria pele, podendo causar lesão.

    “No consultório dermatológico, muitas vezes, essa condição é vista apenas como algo que a pessoa precisa controlar. Mas, na verdade, é uma doença que precisa de antidepressivo. Então isso ocorre por aquele preconceito que as pessoas têm das questões de saúde mental”, explica.

    Baseada na história de sua irmã, Cristiane escreveu o livro Outro Plano, sobre a história de uma jovem mulher que sofre com uma doença de pele, após ser vítima de uma violência.

    “Eu tenho convivência com muitas mulheres, e o interessante é, quando liam as cenas que descrevem o abuso, todas elas entendiam. Por mais que não tenham passado por nenhuma cena parecida, elas compreendiam aquele sentimento que a personagem tinha”, relata a escritora. Sua obra é uma forma de alertar, por meio da ficção, a importância do cuidado da saúde emocional, e como situações como essa podem prejudicar todo o nosso corpo, além da mente.

    Como tratar doenças de pele causadas por transtornos emocionais

    Em doenças de pele relacionadas ao estado emocional, é necessário que o tratamento abranja todos os fatores. “O transtorno, quando é multifatorial, tem que ser tratado de forma multiprofissional. O transtorno de escoriação, por exemplo, é consequência da ansiedade e do transtorno obsessivo compulsivo. A prioridade então é o tratamento psiquiátrico e psicológico”, explica a dermatologista.

    Nesse caso, o papel do dermatologista é de ajudar no manejo das feridas. Em outros casos, de doenças organicamente de pele, como psoríase, dermatite atópica, vitiligo ou acne, o dermatologista tem um papel primário.

    “A gente precisa fornecer para esse paciente a melhora dessa doença de pele para que ele consiga melhorar a sua qualidade de vida. E assim o psiquiatra e psicólogo entram como agregadores para ajudar transtornos geralmente associados com essas doenças”, elucida Cristiane.

    “Por fim, entender mais sobre saúde mental e priorizar isso no atendimento melhora, com certeza, o entendimento desses pacientes e a qualidade do nosso tratamento com eles”, finaliza a dermatologista.

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