Se divertir sozinho é algo que muitas pessoas veem com olho torto. Ir para uma viagem sem companhia ou decidir almoçar em um restaurante no domingo à tarde sem a presença de outras pessoas não é a primeira opção para muita gente. No entanto, embora seja prazeroso estar com bons amigos, companheiros ou familiares, é igualmente importante curtir e aproveitar momentos a sós.
Sair de casa sozinho e pisar os pés na rua é caminhar com a impressão de que todos estão com a atenção em você. Ir a um museu a sós? Nem pensar. Você quer muito ir a um festival de música, mas seus amigos não. É melhor deixar de aproveitar o evento ou se divertir sozinho? Nesses casos, o ideal é colocar essas coisas na balança. Para Karine Bonfim, psicóloga e supervisora da Conexa, o autoconhecimento é fundamental em momentos como esse. “Ele te permite acessar vivências pessoais de modo a compreender a si mesmo, suas vontades e necessidades”, explica.
É provável que houve muitas vezes em que você deixou de fazer algo sozinho por falta de companhia. Questione-se também porquê fazer algo sozinho lhe desperta medo ou receio. Embora seja uma reação natural do corpo, Karine destaca que – de forma frequente -, pode trazer privações em momentos importantes. “Saber o que você gosta, o que te dá prazer e quais os gatilhos gerados pelo medo são um grande passo para o autoconhecimento”, orienta.
Ideias para aproveitar sua própria companhia
Para o médico psiquiatra Alexandre Valverde, a primeira questão é compreender que ninguém está tão preocupado assim se você está sozinho ou acompanhado. “A segunda é a gente estar tranquilo com a nossa própria companhia. Isso exige amor-próprio, autoconfiança e noção daquilo que a gente gosta e deseja fazer”, explica. Outra questão é se sentir à vontade em fazer aquilo que você gosta, mesmo que as pessoas ao redor não estejam tão interessadas.
“Às vezes, a gente tem apreço por um restaurante específico, um tipo de comida, filme, ou algum evento artístico que não necessariamente os nossos outros amigos vão gostar”, destaca Valverde.
Saber diferenciar solidão de solitude é um outro caminho essencial. Para Karine Bonfim, solidão é um estado emocional desagradável, quando uma pessoa se sente desconectada, isolada ou há ausência de conexões genuínas, mesmo estando rodeado de pessoas. ” Já a solitude é uma escolha, é um estado consciente e voluntário de estar sozinho, geralmente usufruindo da própria companhia, com atividades prazerosas”, destaca.
Embora a compreensão seja simples, colocar em prática não ocorre na mesma medida. “Não é uma coisa fácil, é um aprendizado também de relação consigo mesmo. Do mesmo jeito que a gente tem que aprender a se relacionar com as pessoas”, destaca Alexandre Valverde.
5 atividades para se divertir sozinho
1. Aula de dança online
Escolha um estilo de dança que você nunca tentou antes e encontre aulas gratuitas ou pagas online. A dança é uma ótima maneira de se expressar e se exercitar. Você pode aprender desde dança contemporânea até danças folclóricas de diferentes culturas.
2. Elaboração de quebra-cabeça
Monte um quebra-cabeça de sua preferência e com o nível de dificuldade que pretende encarar. Escolha um modelo, como um edifício icônico ou uma estrutura famosa, e desfrute da satisfação de montar uma miniatura de um espaço que você goste.
3. Escrita de microcontos
Desafie-se a contar histórias completas em apenas algumas linhas. Escreva microcontos que envolvam personagens intrigantes, situações misteriosas ou reviravoltas inesperadas. Esta atividade estimula sua imaginação e habilidades de escrita, tudo enquanto você se diverte.
4. Exploração de astronomia urbana
À noite, saia para um local com pouca poluição luminosa e olhe para o céu. Use um aplicativo de astronomia para identificar constelações, planetas e estrelas. Leve um telescópio ou binóculos para uma experiência mais próxima. Esta atividade permite que você se conecte com o cosmos e desfrute da tranquilidade do universo.
5. Meditação em movimento
Ao invés da tradicional meditação sentada, experimente a meditação em movimento. Isso pode envolver caminhadas conscientes, yoga ao ar livre ou até mesmo dança livre, concentrando-se totalmente no movimento e na respiração.
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