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Por que a auto-suplementação pode ser um risco?
Laurynas Mereckas | Unsplash
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O uso de suplementos na rotina é uma atividade comum e, na maioria das vezes, necessária e benéfica. A presença cada vez maior de produtos desse tipo para regular o nível de vitaminas ou substâncias no corpo se tornou crescente, especialmente em pessoas que praticam atividade física e frequentam academias.

Segundo um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) realizado em 2020, 59% dos lares brasileiros possuem pelo menos uma pessoa consumindo suplementos alimentares. Destes, 90% afirmaram que utilizam como complemento à alimentação e 85% para saúde e bem-estar.

Para a presidente da Abiad, Tatiana Pires, “ao longo dos últimos cinco anos, desde a primeira pesquisa sobre os hábitos de consumo de suplementos alimentares no Brasil, houve um amadurecimento do consumo da categoria, uma maior consciência do consumidor e segurança de uso”.

Durante a pandemia, dentre as pessoas que já consumiam suplementos alimentares, 48% aumentaram na quarentena, sendo que 42% utilizaram visando complementar a alimentação e 91% para fortalecer a imunidade.

Não são raros os casos de auto-suplementação, dosagens incompatíveis com as necessidades de cada um e até mesmo intoxicações geradas pelo consumo acima do recomendado.

São comuns os episódios de pessoas que se auto-suplementaram sem orientação médica durante a crise sanitária da Covid-19, já que, de acordo com a pesquisa a Abiad, 49% das recomendações não são feitas por profissionais de saúde.

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Suplementos

Para o farmacêutico Odonel Ferreira, em um estudo publicado no ano de 2014 sobre os riscos e benefícios dos suplementos alimentares, esses produtos “foram criados para complementar a alimentação e assim promover uma reposição de nutrientes que muitas vezes encontram-se em déficit no organismo.”

Os primeiros suplementos surgiram na década de 1950, nos Estados Unidos, à base de ovos e leite. Hoje, existem inúmeras formulações que são facilmente encontradas em farmácias, lojas especializadas ou no e-commerce.

Por estarem enquadrados na categoria de alimentos, ou adicionados a estes, não é necessário um receituário para a compra, assim, qualquer pessoa pode adquirir suplementos com ou sem orientação médica.

Perigos da auto-suplementação

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia e do Centro Universitário de Salvador identificaram em uma pesquisa, divulgada em 2022, que “os estudos realizados por meio de fontes de pesquisas secundárias demonstraram que a auto-suplementação é uma prática comum, principalmente, por pessoas que praticam alguma modalidade de atividade física.” Isso porque muitas delas buscam ganhos rápidos no emagrecimento, massa muscular e nutrientes.

Ao analisar 21 estudos diferentes, a pesquisa identificou que a auto-suplementação é significativa no Brasil, com indicações feitas por profissionais ou pessoas inapropriadas no assunto.

No entanto, a suplementação, quando feita com acompanhamento médico, é uma atividade segura e que pode trazer benefícios à saúde das pessoas, como reposição nutricional, estímulo da recuperação e manutenção da saúde. O uso de alguns deles, quando estamos resfriados, por exemplo, como a vitamina C, podem ser muito bem-vindos para acelerar o combate a doenças.

Por outro lado, o uso em excesso ou sem orientação profissional pode trazer danos colaterais para o organismo humano, como é o caso do consumo excessivo de cálcio, que pode gerar problemas para o sistema vascular, como a criação de placas nas artérias, ou da vitamina A, que em altas doses, pode levar à queda de cabelo, confusão e perda óssea.

Os riscos de cada suplemento:

Quando consumidos em excesso, os seguintes suplementos podem provocar riscos à saúde:

Vitamina A: níveis elevados de vitamina A no organismo podem causar irritabilidade, sonolência, dor de cabeça, náusea e alterações na pele.

Vitamina C: a vitamina C é uma grande aliada na nossa vida, especialmente durante o inverno. No entanto, em excesso, pode haver ocorrências de diarreia, cólicas, dores abdominais, dor de cabeça, além da possibilidade de formação de cálculos renais.

Vitamina D: em excesso, a vitamina D pode elevar o nível de cálcio no sangue, além de causar perda do apetite, náuseas, vômito, fraqueza e nervosismo.

Cálcio: níveis altos de cálcios podem causar sintomas como falta de apetite e enjoo. Acima de 12 mg/dl é possível sentir prisão de ventre, aumento na quantidade de urina, sonolência, fadiga, arritmia e dor de cabeça.

Magnésio: conhecida como hipermagnesemia, o excesso de magnésio no sangue, considerado acima de 2,5 mg/dl, não traz sintomas aparentes, já que o rim é eficiente em filtrar a substância do corpo quando está em níveis altos. Apenas acima de 4,5 mg/dl é possível sentir fraqueza muscular, respiração lenta e ausência de reflexos tendinosos no corpo.

Whey protein (proteína do soro de leite): conhecido entre pessoas que praticam atividades físicas, o Whey Protein pode trazer efeitos colaterais para pessoas com problemas nos rins, se tomado sem orientação profissional, além do fígado, no caso de pessoas com problemas hepáticos. Em excesso, o produto pode provocar náuseas e vômitos, além de sensações de fraqueza ou fadiga.

Ajuda profissional

Seja para promover ganhos na prática de atividades físicas ou não, o ideal é que o uso de suplementos seja sempre acompanhado por um profissional responsável, como um educador físico, médico ou nutricionista. Embora pareçam inofensivos, o uso indiscriminado de suplementos alimentares podem causar transtornos indesejáveis à vida de quem os consome.

O fundamental é que cada indivíduo busque um especialista habilitado a identificar quais são as necessidades de cada um e que nível de suplementação deverá ser tomado.

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