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Rede Reviva transforma a realidade de famílias no Brasil e na África
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.Idealizado por Beatriz Marcelino e Bruno Silvestre, projeto começou levando marmitas para moradores de rua em São Paulo. Atualmente, já construiu escolas no Rio de Janeiro e em Moçambique

Dois amigos, naturais de São Bernardo do Campo, em São Paulo, contruíram uma relação baseada no desejo de transformar o mundo por meio de educação e condições dignas para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Beatriz Marcelino, de 25 anos, e Bruno Silvestre, de 27 anos, estão a frente da Reviva.

O primeiro projeto da ONG, fundada em 2011, foi levar marmitas para moradores de rua em São Paulo. Depois, aconteceu a construção de uma escola autossustentável em Nampula, região de Moçambique, na África.

Ao ver o dia a dia das pessoas no país africano, perceberam que, entre as tantas necessidades, a ausência de uma básica se destacava: a falta de água. Mesmo sem dinheiro, foram em busca de uma tecnologia criada em Manaus. Conseguiram a máquina gratuitamente.

Hoje a rede de apoiadores cresceu, assim como a forma da Reviva se manter. Após trazerem tecidos da África, começaram a comercializar peças, dando origem a marca ‘Voz’. Depois veio a ‘Casa Reviva’, um coletivo de marcas sustentáveis. O dinheiro dos projetos é usado para manter a ONG funcionando, tanto que conseguiram construir mais uma escola, dessa vez no Jardim Gramacho, local conhecido por ser um lixão a céu aberto na Baixada Fluminense (Rio de Janeiro).

É fato que o trabalho de Beatriz e Bruno são expoentes, mas você também pode contribuir para construir uma sociedade melhor com mudanças no seu dia a dia. Veja o que Bruno tem para falar sobre isso no bate-papo exclusivo que teve com Vida Simples.

Vocês fundaram uma organização social ainda muito novos. Como surgiu essa iniciativa?

Em 2021 faz 10 anos que somos amigos e desde o primeiro dia sempre conversámos sobre as nossas aspirações e desejos quando nos formássemos ou chegássemos a vida adulta.

Bia queria ser médiac e eu sempre quis me aventurar na área de comunicação. Lembro-me que em nossas primeiras conversas a gente dizia que queria ter uma livraria e posteriormente abrir uma organização social para cuidar de pessoas.

Desde muito cedo a paixão de Bia pela África era latente. Quando pequena, ela dizia que iria morar na África e cuidar das pessoas de lá, e isso norteou de maneira forte nossa amizade – a paixão por pessoas e ajudá-las.

Em 2012 começamos a desenhar como seria e chamaria a nossa organização. Na sala da casa da Bia, usando os poucos recursos que tínhamos na época, e dentro daquele espaço surgiu a Reviva, que iniciou como um projeto pequeno.

Reunimos uns amigos e assim iniciamos a caminhada da ong, no assistencialismo a moradores de rua. Distribuímos marmitas para os moradores, visitávamos albergues da prefeitura, fazíamos bazares populares nas favelas.

Foi nas ruas, conversando com gente e conhecendo a realidade tão desigual de nosso país que encontramos o caminho que estamos até  hoje: cuidar de pessoas.

Nos anos seguintes iniciamos o trabalho para na África, abrimos legalmente a ONG e iniciamos contribuições no Brasil. Em pouco tempo a Reviva já tinha um expressivo trabalho e torna-se uma organização focada no desenvolvimento comunitário.

Assim surgiu nosso sonho, sentamos despretensiosamente em um chão falando de sonhos e como a gente poderia fazer algo que fosse muito além de nós mesmos.

Este ano, se possível, tem mostrado para nós ainda mais a necessidade de olharmos para o outro como ser humano, de investir em pessoas. Vocês sentem que a partir dessa vivência estaremos em uma sociedade mais empática?

Realmente 2020 foi um ano onde muitas coisas foram escancaradas e mostradas sem filtro para sociedade e acredito que uma ótima oportunidade para as pessoas fazerem uma autocrítica e reavaliarem seu papel. É uma oportunidade para muitas reflexões que acreditamos que se não foram feitas neste ano, não serão mais.

Este ano nos mostrou a urgência de amor e amar, e que somos gente que precisa de gente para seguir na caminhada. Viver é compartilhar. Viver é amar.

Muitas vezes, quando pensamos em trabalhos sociais, parece que tudo é muito distante, muito difícil, demanda muito esforço. É assim mesmo ou é possível fazer algo de bom com atitudes simples no dia a dia?

Acho que o social na vida das pessoas começa com o redor dela, dentro da empresa que ela trabalha, olhando para as pessoas “taxada” de inferiores. Acredito numa conversa com a mulher da faxina, com o porteiro do prédio, entendendo e conhecendo a realidade dessas pessoas.

Quantas vezes paramos para dar atenção para essas pessoas? Elas carregam histórias de muita luta e superação. E nosso papel social começa por valorizar essas relações, para que assim a gente construa uma veia social e expanda os horizontes para trabalhos no campo humanitário no Brasil, África, etc.

Comece pelo seu redor e conheça as histórias das pessoas que te servem. Valorize estes seres humanos. A dignidade que damos para estas pessoas é o melhor dos presentes para elas.

O que vocês esperam para a Reviva num futuro próximo?

Queremos que a Reviva se expanda em independência nos próximos anos, pois a ideia é que a gente consiga financiar, através dos nossos empreendimentos, pequenas organizações das periferias do Brasil. Elas possuem um papel fundamental e necessária para a construção das oportunidades.

O desenvolvimento comunitário é caro, e a nossa ideia na Rede Reviva é focar na expansão para a aplicação necessária do investimento nestes pequenos grupos e organizações que serão agentes nesta transformação.

Queremos ver jovens na universidade e exercendo cargos de liderança dentro da Rede Reviva e em grandes empresas. Crianças estudando e comendo todos os dias. Queremos transformar.

A vida pode ser simples, comece hoje mesmo a viver a sua.

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