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Como fazer uma escolha alimentar consciente e socialmente viável
Karina Cordeiro (no topo) e Mara Carneiro (no texto) Variedade e inovação podem trazer benefícios à alimentação. (Crédito da Imagem: Karina Cordeiro) Variedade e inovação podem trazer benefícios à alimentação. (Crédito da Imagem: Karina Cordeiro)
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Atualmente, é comum encontrar defensores ferrenhos deste ou daquele sistema alimentar. Por exemplo, pessoas que engendram debates eternos e que, pelos seus pontos de vista, são capazes de matar ou morrer. Não seja uma pessoa difícil no quesito alimentação.

“Não é o que entra na boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, eis o que torna o homem impuro.” (Evangelho de Mateus, 15:10-11)

Ler, estudar e aprofundar-se sobre o tema deve ser sempre experiência pautada na tolerância, no respeito e na compreensão para com aqueles que divergem da sua opinião.

É preciso respeitar todas as opções gastronômicas. Além disso, sempre ter em mente que quando vamos falar sobre este tema, precisamos ter o intuito de realmente enriquecer e motivar. Ou, no mínimo, ofertar uma leitura leve e gostosa.

Liberdade na escolha alimentar consciente

Antes de mais nada, evite ser um fanático defensor deste ou daquele sistema. O melhor é ser gentil, oferecer opções, mostrar que suas escolhas podem servir de inspiração.

“Poucas decisões da nossa vida são tão arbitrárias e sem conscientização quanto às que dizem respeito ao que escolhemos comer.”

Esta citação, feita pelo jornalista Rafael Tonon, em seu ótimo livro As revoluções da comida (2021), explana bem a necessidade de termos mais lucidez na hora de nos alimentar.

Em síntese, é fato que precisamos de urgência no ato de colocar em nosso consciente o quê, como e o porquê escolhemos este ou aquele alimento para levar até a boca.

LEIA TAMBÉM: 5 atitudes para melhorar sua relação com a comida

Sensatez e clareza sempre, adoção de modinhas alimentares jamais!

Ao se alimentar, desfrute e faça das suas refeições um momento de prazer e sem culpa! E, caso opte pela adoção deste ou daquele sistema, não se esqueça que essas alterações devem ser feitas de maneira consciente e, de preferência, que contemplem uma vida em sociedade factível. Afinal, perfilhar um comportamento de quem entrou para uma seita alimentar afasta amigos e não é saudável para ninguém. Na dúvida, pergunte a um colega bem próximo: “você acha que estou ficando inconveniente?”. Se a resposta for sim, pare tudo!

O povo brasileiro e toda a América Latina são formados pela mescla de nações e, com as facilidades para importar mercadorias, temos à nossa disposição muita variedade de alimentos e temperos como nunca na história. Por isso, crie, brinque e ouse com sabores e cores no preparo dos alimentos!

Conselho para criar novos sabores

Tenho um hábito simples que quero compartilhar:

Quando vou comprar frutas na feira ou mercado, muitas vezes me dou ao luxo de experimentar uma nova variedade. Às vezes, compro uma unidade apenas, para evitar que estrague. Por que comprar sempre as mesmos frutas ou ingredientes, não é mesmo?

Escolha consciente e socialmente viável de alimentos. André Mafra em Lijiang, China, em busca de uma alimentação consciente e socialmente viável. (Crédito da imagem: Mara Carneiro)

Tenho uma paixão que é o estudo dos condimentos e ervas aromáticas. Portanto, não posso deixar de ressaltar que você deve usar mais especiarias. Além de incrementar o sabor, os temperos enriquecem de saúde os nossos pratos e facilitam a digestão.

Temperar é igual a apimentar? Nada disso!

Lembre-se de que usar temperos não significa deixar a comida apimentada. Considero um erro exagerar no uso dos picantes, quando se cozinha para leigos. Uma gastronomia bem condimentada é diferente de uma comida apenas apimentada.

Se você é um iniciante na ingestão de pimentas, vá devagar, espere seu paladar acostumar-se. Entretanto, se você gosta de temperos e tem o hábito de cozinhar para outras pessoas, aprenda a mesclar bem as especiarias e a dosá-las para que seu convidado possa se deliciar com os novos aromas e sabores sem se traumatizar. Isso evita que ele, com a língua em chamas, saia praguejando que não gosta de comida temperada.

Carinho na escolha alimentar consciente

A boa comida é a bem condimentada, rica em nutrientes, colorida e, principalmente, saborosa. Isso significa que manter uma alimentação com essas características é mais fácil do que parece e permitirá que você coma bem sempre! Visite com mais carinho e atenção a seção de condimentos dos supermercados; esgarce seus paradigmas e desfrute de um novo universo de sabores!

Seja exigente, aprimore-se, adote um estilo de vida mais saboroso, mais saudável, com mais qualidade. Acima de tudo, procure sempre o melhor para si o tempo todo, inclusive com aquilo que dedica boa parte do tempo em sua vida – comer!


ANDRÉ MAFRA  é autor do livro “Sabores e Destinos”, onde faz uma imersão no universo dos condimentos, ervas e temperos – e, por consequência, nos primórdios da cultura e das próprias relações humanas.

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