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Um sonho de viver
Marcus Ganahl | Unsplash
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Depois que despertei de uma história encantadora, refleti o quanto o presente é para ser vivido já, sem espera

Sonhei um sonho comprido que não me deixava acordar. Haveria uma reunião de amigos com a proposta de nos presentearmos. Assim, eu estava no compartimento secreto de uma loja, diante de uma infinidade de objetos. Cada pequeno objeto que eu descobria me suscitava a ideia de presentear uma pessoa diferente. Contudo, eu não escolhia pelo presenteado, mas pelo presente.

Lembro de uma girafa pequena e delicada, de um gatinho divertido com um design não realista. Dessa forma, cada imagem em miniatura me despertava uma emoção diferente e me lembrava alguém. Gulosa, eu queria reservar muitos deles e os juntava num canto da loja enquanto ia escolher outras coisas.

Na volta eu me perdia e não sabia onde os havia colocado. Entretanto, na busca pelos achados de antes, eu me distraía no encantamento por outro. Assim, tudo era envolvente e poético naquele mundo de objetos pequeninos.

Sonhos que são presentes

Por fim, fiquei ali por horas, perdida na degustação de sentimentos que as miniaturas despertavam em mim. Quando escolhi alguns, passar no caixa se mostrou mais um desafio: ali outro arsenal de surpresas descortinava mais sessões de alumbramento. A soma do caixa deu um valor irrisório: os objetos estavam ao meu alcance.

sonho de viver Crédito: Teslariu Mihai | Unsplash

Era quase meio-dia quando despertei do sonho, graças à persistência do despertador. Entretanto, eu não queria sair daquele lugar onde sentia tudo intensamente. Eu passeava por sensações humanas que me lembravam o gosto da vida. Estou certa de que o próprio sonho foi um presente, um recado.

A lente macro sobre uma flor minúscula nos mostra infinitos detalhes daquela planta. Dá-nos outra visão das coisas e nos ajuda a enxergar a nossa grandiosa insignificância, para nos dizer a verdade gritante: precisamos ajustar nossas dimensões.

Contemplar os detalhes

Nesse sentido, cabe agora a sabedoria de colocar uma lente de aumento nas coisas pequeninas, aquelas que parecem inofensivas e pouco eficazes. Sentar-se em frente à janela e observar o movimento da rua. Ligar para um amigo. Fazer um elogio. Ou seja, se o caos domina, é tempo do cultivo dos detalhes. Mora no mínimo o que está carregado de sentido.

O presente é para ser vivido já, e com entrega. Estamos constantemente adiando o verbo viver para algum momento mais apropriado. Como se, depois de muita espera, o público percebesse que o espetáculo está ali mesmo, na plateia. Nada acontece no palco há meses. A plateia é o show.

Que número vamos apresentar agora?


CRIS GUERRA é autora de seis livros, palestrante e acaba de lançar o podcast 50 Crises. Nas redes, traz seus olhares sobre a vida. @eucrisguerra

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