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Metas de Ano Novo: 2 grandes erros de quem faz
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Dicas fundamentais para não deixar que os planos criados no início do ano durem menos do que o patuá que você colocou na carteira

Imagine você numa praia, pulando sete ondas, cheia de boas intenções, planos promissores e pensamentos positivos. Vem a onda, você deposita seus sonhos nas águas e sai da praia sem dar as costas para o mar, que é para dar sorte.

Parece uma cena de ano novo bem comum, né? Tanto empenho, pé cheio de areia, lentilha, semente de uva na carteira. Mas deixa eu te perguntar uma coisa: quanto tempo você acha, honestamente, que essas metas e promessas que você fez vão durar? Sua determinação vai chegar firme no final de 2021? Me responde sinceramente.

Cadê a meta que tava aqui?

Quanto tempo em média você acha que os planos, metas e promessas duram? Dois meses? Quem dá mais? Cinco meses? Se você for muito, mas muito otimista mesmo, você acha que a maioria das pessoas completa as metas pro ano? Não! A realidade é que a maioria das pessoas abandona suas metas e promessas apenas 2 semanas depois. Sim, na terceira semana de janeiro, quase todas as metas foram por água abaixo. Parece que as pessoas empregam bastante empenho em pedir, mas pouco ou quase nada na hora de executar.

Por que isso acontece?

Após analisar esse naufragar constante das metas de ano novo por anos e anos, entendi que tem 2 erros fundamentais que as pessoas parecem cometer:

Os dois grandes erros que fazem suas metas falharem e ficarem (de novo) para o ano que vem

Erro número 1: O marinheiro tem preguiça de conduzir o barco

Tem gente que prefere deixar a vida fluir, pessoas no estilo “deixa a vida me levar”. Pode parecer bom e leve, mas quais consequências navegar ao sabor do vento pode gerar, porque o marinheiro simplesmente preferiu sentar-se para ver o tempo passar (ou ficar mexendo no celular) em vez de conduzir o barco?

Perto do ano novo liguei para pessoas queridas para saber seus planos para 2021. E para meu espanto, a maioria me disse que não tinham metas, que preferiam deixar a vida fluir de forma mais solta. Embora ache esse estilo de viver bonito e até poético, a verdade é que, a menos que você seja o Dalai Lama, isso falha em produzir os resultados que as pessoas querem. Depois, as pessoas reclamam de como a vida está indo, de que seu emprego não está legal, de que seus relacionamentos não as satisfazem. Pois bem, esse é o preço a pagar por deixar seu barco à deriva.

Trace objetivos, tenha uma rota

Quando as pessoas não têm objetivos claros, a vida pode levá-las para onde quiser. Depois, geralmente, surgem as queixas a um emprego indesejado, críticas a parceiros e assim por diante, acompanhadas de falas como “o que a vida fez comigo?”. Mas minha pergunta para você é: por que você abriu mão do comando da sua própria embarcação?

Ainda sobre o mar

Gosto de pensar que somos barcos dentro de um rio ou em alto mar e que, embora não possamos controlar os fluxos das águas, ao menos podemos conduzir o leme do barco. Faz sentido? Há elementos da vida que são controláveis e elementos incontroláveis. Claro que existem ocorrências, como estamos vendo com o coronavírus, que independem da sua ação individual. No entanto, não poder controlar tudo não significa que você não pode assumir o controle do seu barco. Deixar a vida te levar é largar a mão do leme. Lembre-se de que quem faz pedidos de qualquer jeito pode receber da vida respostas igualmente desajustadas.

Cuidado com o que você deseja, pois pode virar realidade

Sabe aquelas metas como querer mais dinheiro, perder peso e ter mais felicidade? Essas metas são bem ruins. Deixa eu te explicar. Elas  são tão generalistas que não permitem que você defina como e quando vai alcançá-las. Sem quantidade definida e prazo claro, o seu desejo pode virar realidade e ainda assim te decepcionar.

Por exemplo, você pode desejar receber um aumento em seu salário. Então seu chefe te liga hoje e informa uma excelente notícia: você acabou de receber cinco reais  de aumento! Vamos festejar? Talvez não. Ué, mas cinco reais tecnicamente é um aumento e isso foi exatamente o que você pediu, não foi?

Sonhar é o início, mas não pode ser o fim

Outro dia, durante uma live no canal do Vida Veda, eu disse que uma meta sem planos é igual a um sonho. Não me entenda mal, sonhar é muito importante, mas não é suficiente.

Sonhar é muito bom e pode ser o primeiro passo para experimentar uma realidade nova. Mas o sonho só fica mesmo completo quando damos um ou muitos passos na direção do que queremos. Afinal, você prefere sonhar com uma vida incrível ou efetivamente viver essa realidade?

Erro número 2: querer sem saber o quê

Quando estamos falando de alcançar uma meta, o querer é só uma parte do caminho e quem diz que “queria, poderia ou amaria” já está infiltrando uma auto sabotagem nos planos. O gerúndio e o futuro do pretérito podem ser armadilhas incríveis. Minha recomendação: muito cuidado com as palavras.

Clareza é o mantra do momento

Se você quer mais dinheiro, precisa decidir quanto quer, para quando e como vai alcançá-lo. Se quer emagrecer, planeje com detalhes quando literalmente vai se movimentar para que isso ocorra, se vai fazer caminhadas, natação, spinning, etc. A palavra de ordem aqui é clareza. Quanto mais clara a sua meta, quanto mais concreta, melhor.

Comparando metas

Repare a diferença destas metas:

“Este ano quero mais saúde”.

“Este ano vou fazer pilates duas vezes por semana porque quero estar com a saúde em dia para brincar com meus filhos de forma que eles fiquem cansados antes de mim”.

São metas completamente diferentes! A primeira é vaga, oculta a motivação por trás do desejo, não revela o plano. Já a segunda é uma meta firme, que pode ser realizada se a pessoa levá-la a sério e de fato programar sua ginástica.

Realismo e concretude

Sugiro que você trace 10 metas e escolha as 5 mais importantes para este ano. Vale lembrar também que as metas devem ser realistas, pois há quem plante um pé de abacaxi e fique sentado na frente dele fazendo mentalizações para que cresça um pé de manga, então preste muita atenção no plantio, porque a colheita é muito obrigatória.

Quando você estiver saboreando justamente a fruta que escolheu plantar vai perceber que o esforço valeu a pena. E para os que ainda plantam abacaxis e esperam as mangas, cuidado, pois largar o leme é ficar à mercê da loteria da vida que pode te levar ao caminho que você deseja ou não. Minha recomendação é assumir as rédeas da sua vida, fazer escolhas e traçar metas de forma muito consciente.

Quem sou eu e o Ayurveda na minha vida

Fiquei muito honrado com o convite para escrever o meu primeiro artigo para a Vida Simples, e espero de coração que seja só o primeiro de muitos. Espero que essas dicas possam ter ampliado sua visão sobre a importante tarefa de criar metas para o novo ano.

Sou Matheus Macêdo, primeiro brasileiro a se formar em medicina na Índia com especialidade em Ayurveda no curso chamado BAMS (Bachelor in Ayurveda, Medicine and Surgery). Vivi na Índia quase 7 anos e de lá tive a honra de criar o Vida Veda, um empresa social dedicada a divulgar o conhecimento do Ayurveda em língua portuguesa.

Nasci no Rio de Janeiro e hoje moro em Guimarães, Portugal, e percorro o mundo dando palestras sobre Ayurveda e medicina integrativa. Entre minhas metas para 2021 estão: visitar 3 países novos (se o contexto internacional permitir, é claro) e competir em 2 maratonas (já estou inscrito para a meia de Berlim, me deseje sorte).

Muito obrigada pela leitura e até a próxima semana!

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