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Como se planejar para o segundo semestre do ano?
Felipe Duarte | Unsplash
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A chegada de um novo ano traz um misto de metas, sonhos e vontade de se planejar para alcançar aquilo que buscamos para nossas vidas. Mas, nem sempre conseguimos cumprir tudo que prometemos.

Agora, com pouco menos de seis meses para o fim do ano, é hora de resgatar a lista de desejos e de rever seus planos.

Reveja seus planos para o segundo semestre

O tempo passou e você ainda não fez boa parte da sua lista? Isso pode acontecer e está tudo bem. Não estamos imunes a imprevistos e é preciso saber lidar com eles da melhor forma possível.

Pode acontecer com qualquer pessoa e, inclusive, aconteceu comigo, o escritor deste texto. Em fevereiro, fiquei perdido com minhas obrigações e metas, apenas um mês depois de tê-las planejado (risos), porque muita coisa aconteceu desde então e não soube lidar com tudo na época.

Percebi que precisava de ajuda e decidi recorrer a uma consultoria de organização. Procurando profissionais na internet, acabei encontrando a I’sis Almeida. Ela compartilha dicas de organização em sua página @seorganiza.bonita no Instagram e também tem um podcast sobre o assunto. Essa decisão mudou meu semestre e me fez ter um olhar mais apurado para o meu dia a dia, principalmente para saber identificar meus limites e como me organizar para entregar tarefas no prazo.

Reconhecer quando precisamos de ajuda é algo importante. Se você tiver condições de contratar um profissional nessa área (existem muitos na internet, basta pesquisar), é algo que recomendo. Além de obter uma ajuda especializada, você fortalece o negócio de um profissional autônomo da sua cidade ou estado.

Mas, se esse não for o seu caso no momento, essas dicas com certeza vão ajudar você a dar os primeiros passos.

Como parar de se culpar pelo que não foi feito?

Durante o nosso bate-papo, I’sis Almeida esclarece que é preciso haver “clareza sobre os motivos pelos quais não realizamos alguns desejos, sonhos e metas. Há nesse período do ano uma forte tendência das pessoas a se culparem ou se autopunirem por aquilo que não conseguiram conquistar, no entanto, essa atitude não é nem de longe resolutiva.”

A consultora enfatiza que “‘chorar pelo leite derramado’, como diriam os mais velhos, não é a solução. É preciso estratégia para mapear as metas que não foram cumpridas de fato, por falta de responsabilidade e disciplina, daquelas que não foram cumpridas porque você não tinha o controle sobre a situação.”

Não só as nossas ações, mas também o contexto em que estamos inseridos influenciam nossos resultados. Por exemplo, o fato de não ter conseguido se matricular nas aulas de pilates ou não ter decorado a sala de jantar por falta de dinheiro é algo que diz muito mais sobre as condições econômicas que vivenciamos no país hoje do que o nosso próprio esforço.

Mapeada as falhas e seus porquês é hora de recalcular a rota, com cuidado e pés no chão. Se perguntar: ‘o que posso fazer nesses 6 meses que ainda me restam?’, ‘quais são os caminhos a se percorrer?’, dividir tarefas macro em micros, é uma excelente forma de viabilizar solução e não se culpar tanto por aquilo que não foi conquistado (ainda)”, acrescenta.

É também o que Andressa Apolinário (@oficialandressaapolinario) pontua. Além de atuar organizando a distribuição das revistas da Vida Simples, Andressa também é assistente pessoal de outras empresas e profissionais. Segundo ela, estamos caminhando para o andamento de metas já planejadas ou elaborando outras de curto a médio prazo, já que de nada adianta pensar em algo que demande muita energia e tempo se só nos resta pouco mais de seis meses para finalizarmos o ano.

“A bibliografia fala que o máximo que o ser humano consegue realizar são três metas, então, o ideal para o segundo semestre é uma meta de curto prazo que seja tangível e acessível, que esteja de acordo com a sua prioridade”, defende Andressa.

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Estratégias para um planejamento realista

Identificadas as pendências, suas causas e motivos de termos atrasado algumas metas ou objetivos, é hora de fazer um planejamento realista para o segundo semestre, sem que nos sufoque ou gere muitas cobranças.

Para a I’sis Almeida, o primeiro passo é fazer um parâmetro da realidade individual de cada um com os meses que ainda restam do ano e já ligar o radar para o próximo ano. “É importante notar quais são as datas relevantes do ano que está por vir, datas comemorativas, períodos de promoção, acompanhar as notícias sobre a economia do país, afinal, se você observar, grande parte de nossas metas anuais envolvem a necessidade de provir e organizar o seu capital financeiro”, esclarece.

Ela enfatiza ainda que os fatores considerados ocidentais de “início”, “meio” e “fim” acabam influenciando na forma como nos planejamos e executamos nossas tarefas. No entanto, “é necessário visualizar se nossas demandas precisam funcionar nessa lógica de início, meio e final do ano, afinal, somos pessoas múltiplas”, lembra a jornalista.

Questões fundamentais

Há quatro perguntas essenciais a se fazer para conseguir um planejamento realista no segundo semestre, segundo I’sis:

  • Quem vai cumprir esse planejamento (só eu ou eu e mais alguém)?
  • Como vou executar essa meta e quais são os caminhos a seguir?
  • Qual motivo pelo qual eu preciso cumprir essa meta e, se eu a cumprir, quais serão os benefícios?
  • Qual o prazo para execução dessa meta?

Lições para quem busca se planejar

Parece até simples, mas se planejar para cumprir metas, especialmente se elas forem de longo prazo, pode ser difícil e exige bastante organização. Cada pessoa tem seu tempo e, por isso, não podemos sempre nos comparar com as pessoas ao nosso redor. É preciso lembrar ainda que somos pessoas múltiplas e buscar uma rotina saudável e métodos de planejamento é uma tarefa muito individual.

“Ter isso em mente evita comparações desproporcionais e nos ajudam a entender o nosso próprio valor e a nossa capacidade de se movimentar em torno daquilo que é possível ser feito. Importa mais ter pequenos hábitos saudáveis todos os dias do que se impor a uma mudança radical de rotina”, afirma I’sis.

Dividir as atividades cotidianas em blocos de tempo é uma forma eficiente e que nos dá uma dimensão de que aos pucos o que planejamos está sendo feito. Para Andressa Apolinário, podemos ter “um bloco de tempo para os estudos, para a alimentação, cuidados pessoais, para a família, e elaborar um planejamento do que precisa ser feito, além de quantas vezes na semana”.

Andressa acrescenta ainda que “a pessoa pode iniciar o bloco de tempo com autocuidado de manhã, levar as crianças à escola, ter o bloco de tempo do trabalho, do almoço, isso varia de acordo com o que é prioridade. Não dá pra fazer tudo, então tente escolher o que é mais importante agora, qual área da vida precisa de maior cuidado”. Outro ponto defendido pela assistente pessoal é que, ao pôr em prática um planejamento, é preciso ter reservado momentos livres, não só para descansar, mas também para cumprir tarefas em atraso ou que não saíram como prevíamos.

Dicas práticas para uma rotina saudável

1. Saiba impor limites a si mesmo e aos outros

É importante saber até onde podemos ir, sem que isso gere comparação ou culpa, até porque cada um de nós sabemos quando uma situação deixa de ser prazerosa e passa a ser desconfortável. Se conseguimos caminhar em média 5 km por dia, acordar amanhã e tentar caminhar 10 km talvez não seja a melhor ideia; da mesma forma funciona a maneira como a gente elabora nossas metas.

2. Importe-se com o seu sono e a sua alimentação

De nada adianta ter objetivos e metas definidas se não nos cuidamos. Além de praticar atividade física de forma regular, é importante também um sono de qualidade e uma alimentação equilibrada, porque, querendo ou não, isso influencia na nossa rotina.

3. Participe de uma comunidade para não se sentir tão solitário

Buscar um espaço de acolhimento e debate é um bom caminho para poder trocar vivências e não se perceber sozinho ao longo do percurso. Para I’sis Almeida, além de buscar esses lugares, é importante entender que “todas as pessoas têm problemas, imprevistos, muitas ainda lidam com a sobrecarga, umas mais, outras menos. Olhar de dentro para fora e entender suas reais necessidades de mudança é o que vai fazer com que alguém evolua para prosperar ou não.”

4. Não se compare, mas também tenha ambição

A comparação pode nos levar à tristeza, isso porque olhamos sempre nossos resultados e o de outras pessoas, mas nunca comparamos o processo ou contexto. Se você teve um ano difícil e problemas familiares, não adianta comparar os resultados no trabalho com os de alguém que foi promovido e passou por poucos momentos de turbulência ao longo desse processo.

Da mesma forma, é preciso ter ambição, mas do ponto de vista do seu ser, “uma ambição ética e saudável de crescimento pessoal que só você poderá medir qual o limite a ser alcançado”, finaliza I’sis.

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