Vai viajar com seu pet? Confira dicas de segurança no carro
Veterinária orienta como tornar a viagem mais segura e tranquila para cães, gatos e todos os passageiros do veículo

Um animal de estimação é como um membro da família. Seja um cachorro ou um gatinho, eles estão presentes na nossa rotina, participa das celebrações da vida e nos acolhe em momentos tristes. Por isso, quando surge a oportunidade de viajar, seja para visitar alguém ou apenas descansar, a ideia de deixar o pet para trás pode doer mais do que imaginamos. Levá-los, muitas vezes, é uma escolha afetiva.
Assim como organizamos a mala, o roteiro e os detalhes da estrada, é necessário também planejar a segurança do animal. Para que esse gesto importante de levá-lo não se transforme em preocupação e dor de cabeça, é fundamental garantir que o transporte seja feito com segurança e conforto.
No “arco-íris” de cores de campanhas durante o ano, como Janeiro Branco, Outubro Rosa e Novembro Azul, este mês é lembrado pelo movimento internacional Maio Amarelo, que busca a conscientização sobre segurança no trânsito. E, claro, isso inclui também os nossos animais de estimação nas viagens de carro.
Proteção para todos
O primeiro passo fundamental é viajar com o pet dentro de uma caixa transportadora. Médica veterinária e coordenadora de comunicação científica da Royal Canin Brasil, Letícia Tortola afirma que transportar gatos e cães com segurança é importante para proteger tanto os animais quanto os outros ocupantes do veículo.
“Quando soltos, eles podem se movimentar de forma inesperada, causar distrações ao motorista ou até serem arremessados em caso de freadas bruscas ou colisões. Isso representa risco à saúde do animal e à integridade física de todos”, afirma.
Para que o animal se sinta confortável na caixa, o ideal é acostumá-lo desde filhote com o item. Uma estratégia é a associação positiva com o seu uso, como colocar brinquedos, petiscos e mantinhas com cheiros familiares dentro.
No entanto, há animais que realmente não se adaptam à caixa transportadora. Neste caso, Letícia orienta outra alternativa: o cinto de segurança próprio para viajar com pet. “Ele deve ser preso à coleira peitoral, nunca à de pescoço, e conectado ao cinto do carro. É essencial que o animal permaneça no banco traseiro e que o cinto esteja bem ajustado para evitar folgas que permitam movimentos bruscos ou quedas”, diz.
Confira outras dicas da especialista
Observe sinais de desconforto: mesmo os pets que parecem tranquilos podem manifestar sinais de estresse.
“Salivação excessiva, ofegância, tremores, vocalizações intensas e vômitos podem indicar desconforto ou enjoo. Postura encolhida ou agitação também são sinais importantes. É fundamental estar atento a essas reações e buscar apoio de um médico veterinário antes da viagem, especialmente se forem recorrentes.”
Adapte o animal com antecedência: se o pet nunca viajou de carro ou tem pouca experiência com isso, a preparação faz toda a diferença.
“O ideal é começar a adaptação algumas semanas antes da viagem. Trajetos curtos, uso da caixa de transporte e associação positiva com petiscos ou brinquedos ajudam o animal a se acostumar com o ambiente do carro. Esse treino gradual é essencial para evitar que o pet associe o trajeto a uma experiência negativa.”
Se atente à alimentação antes e durante a viagem: manter a rotina evita enjoos e garante o bem-estar do pet.
“Recomenda-se evitar oferecer alimentos nas horas que antecedem a viagem para prevenir enjoos. Durante o trajeto, o ideal é fazer paradas a cada duas ou três horas para que o pet possa se hidratar e fazer suas necessidades. Caso precise se alimentar, é importante manter a rotina e a dieta habitual, oferecendo pequenas porções.”
Redobre os cuidados em dias quentes: o calor pode ser um grande problema e exige planejamento.
“Evite horários de calor intenso e, em hipótese alguma, deixe o pet sozinho dentro do carro. Prefira viajar com o pet no início da manhã ou no fim da tarde, quando as temperaturas são mais amenas. Mantenha o interior do veículo ventilado e posicione a caixa de transporte longe da incidência direta de luz solar.”
Gatos exigem estratégias específicas: os gatinhos, por natureza, são mais sensíveis a mudanças e precisam de mais atenção.
“Gatos tendem a se sentir mais seguros em ambientes familiares. Por isso, é recomendado deixar a caixa de transporte acessível em casa dias antes da viagem, para que ela se torne um espaço familiar. Usar mantas com o cheiro do próprio gato e feromônios sintéticos também pode ajudar. Durante o trajeto, cobrir parcialmente a caixa reduz estímulos externos e ajuda a manter o ambiente do carro mais calmo e previsível.”
Avalie se vale mesmo a pena levá-lo: às vezes, o melhor cuidado é deixar o animalzinho onde ele se sente seguro.
“Se a viagem for curta e o pet, especialmente gatos, não estiver habituado a sair de casa, deixá-lo em seu ambiente habitual sob os cuidados de um pet sitter pode ser a melhor escolha. Isso evita o estresse causado por mudanças de rotina e exposição a ambientes desconhecidos, o que garante mais conforto e segurança para o animal.”
Nada de automedicação: se houver necessidade, fale com quem entende do assunto.
“Existem medicamentos específicos para enjoo em pets, mas o uso deve ser sempre orientado por um médico veterinário. A automedicação, mesmo com remédios próprios para pets, pode colocar a saúde do animal em risco. O ideal é que o profissional avalie o pet previamente e indique a melhor conduta para garantir uma viagem tranquila e segura.”
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