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O rei perdeu o trono no baralho sem gênero
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Baralho criado por holandesa, propõe reflexão sobre a desigualdade entre gêneros

Por que um rei vale mais do que uma dama?  Foi a partir deste questionamento que a holandesa Indy Mellink, fã de jogos de cartas teve a ideia.

De fato, muitos costumes da nossa sociedade possuem origens provenientes de realidades desiguais, injustas e preconceituosas. “Se temos essa hierarquia de que o rei vale mais do que a rainha, então essa sutil desigualdade influencia as pessoas em sua vida diária, porque é apenas outra maneira de dizer ‘ei, você é menos importante'”, disse ela em uma entrevista. “Mesmo desigualdades sutis como essa desempenham um grande papel.”

Incentivada pelo pai, a psicóloga forense de 23 anos decidiu que estava na hora de mudar um pouco esse histórico de desigualdade entre os gêneros, pelo menos nos baralhos de cartas, que classificam os homens acima das mulheres. E assim, surgiu o baralho de gênero neutro.

No baralho convencional, o deck de 52 cartas, o rei (K) sempre é maior que a dama (Q).  No baralho de Mellink, nenhum gênero está acima de outro e colocaria fim também ao valete (J), que representa um empregado doméstico, sempre subordinado ao senhor da casa, muito comum entre as famílias nobres europeias até o Século XIX.

Depois de um longo processo de tentativa e erro, a solução veio do esporte, mais precisamente dos Jogos Olímpicos. Mellink decidiu trocar rei, dama e valete por ouro, prata e bronze, respectivamente, as cores das medalhas dos jogos.  Assim, fica simples para todo mundo entender, os gêneros desaparecem e a desigualdade não se faz mais presente. E assim, surgiu o baralho “GSB” (sigla em inglês para Ouro, Prata e Bronze).

Os amigos e família compraram os primeiros 50 baralhos de cartas que têm imagens de barras de ouro, moedas de prata e um escudo de bronze. Isso deu forças para que a psicóloga começasse a vender sua invenção na internet.

Em poucos meses, conseguiu enviar cerca 1.500 baralhos para a Bélgica, Alemanha, França e Estados Unidos da América. As lojas de jogos também se mostraram interessadas.

Mellink tem testado as cartas com jogadores, que disseram nunca ter tido consciência da desigualdade de gênero nos baralhos.

“É bom refletirmos sobre a neutralidade de gênero”, afirmou Berit van Dobbenburgh, chefe da Associação Holandesa de Bridge, enquanto jogava com as novas cartas. Para ela, seria complicado fazer uma mudança formal porque isso exigiria a atualização das regras.

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