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ENTREVISTA – Um plano de ação para um mundo melhor
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Livro Mudança climática: os fatos como você nunca viu antes aborda o tema de maneira simples – e explica o porquê devemos nos mobilizar agora para evitar guerras num futuro próximo

Nos últimos meses, vimos a negligência humana colocar (ainda mais) sob chamas o Pantanal. Há cinco anos, ações humanas também causaram o maior desastre ambiental da história brasileira – é o caso de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, em Minas Gerais. Tudo aquilo que fazemos, têm ação direta no meio ambiente – tornando o mundo um local cada vez mais inóspito para vivermos.

Como entender os efeitos negativos que temos causado na Terra e, a partir daí, traçar um plano de ação? Essa é a proposta de Mudança climática: os fatos como você nunca viu antes (Ed Sextante), dos autores David Nelles e Christian Serrer. Nascidos na Alemanha, Nelles e Serrer lançaram o livro como uma autopublicação. Pouco tempo depois, mais de 300 mil exemplares já tinham sido vendidos.

O mote principal da obra é explicar como as ações humanas vêm alterando o clima. Dentro desse escopo, tópicos como a real origem das emissões de gases do efeito estufa, como o aquecimento global afeta o planeta, como o comportamento não sustentável de grande parte da população gera impactos e quais são as atitudes que podem trazer melhorias para o no cenário são abordados. Para facilitar a interpretação do assunto e deixá-lo mais simples, gráficos ilustram os dados comprovados cientificamente.

Em entrevista exclusiva, David Nelles e Christian Serrer apontam o porquê algumas ações básicas e imediatas são necessárias e como tomar consciência do que fazemos pode evitar guerras no futuro.

Como a ação do ser humano pode contribuir negativamente para a mudança climática?

Com a queima do carvão mineral, do gás natural e do petróleo, a humanidade gera bastante energia. Essa é a base da nossa prosperidade e também do avanço da tecnologia, da educação e da saúde, entre outros. Só há um porém: a queima desses combustíveis fósseis representa 85% das emissões globais de gás carbônico. Por isso é que a mudança climática é acima de tudo um problema energético, e é por isso que precisamos mudar o jeito como produzimos a energia elétrica, o jeito como nos locomovemos, como nos aquecemos e como gerenciamos as indústrias.

Não dá para negar a importância das decisões que tomamos em relação à conservação do meio ambiente. As fake news chegam a afetar a percepção das pessoas a ponto de prejudicar o bem-estar do planeta?

Impedir a mudança climática é uma tarefa complexa, que exige uma série de medidas por todo o globo. Para que elas possam ser tomadas, a população precisa entender por que a mudança climática é um problema e como seria possível solucioná-lo. A proteção do meio ambiente só pode ter sucesso se as pessoas estiverem dispostas a apoiá-la. Fake news, como as que dizem que a mudança climática não foi provocada pelo ser humano ou que as energias renováveis não servem de alternativa para os combustíveis fósseis, confundem as pessoas e prejudicam a compreensão, adiando as medidas ambientais necessárias.

Qual é a maior fake news quando se trata do meio ambiente?

A que mais nos incomoda é a afirmação de que um país deveria mudar primeiro as suas medidas de proteção do clima. A maioria dos países aponta a China, por ser o que mais emite gás carbônico (o que não é surpresa alguma, pois também possui o maior número de habitantes). Na verdade, só conseguiremos impedir a mudança climática se todos os países reduzirem as suas emissões a zero. Portanto, todos nós precisamos parar de culpar o outro e agir.

O que podemos fazer na nossa rotina para salvar o planeta?

Podemos andar mais a pé e de transporte coletivo, dar mais preferência a alimentos de origem vegetal e, quem sabe, até instalar um sistema de energia solar no telhado. Com isso, não estamos só protegendo o planeta, mas também passamos a nos movimentar mais, nos alimentamos de forma mais saudável e ainda economizamos dinheiro. Visto por esse ângulo, proteger o clima também pode ser muito bom para nós mesmos.

Se não fizermos nada, como será o futuro do planeta daqui a alguns anos?

Se não conseguirmos reduzir drasticamente as emissões de gás carbônico nas próximas décadas, regiões próximas à linha do equador (principalmente) esquentarão tanto que as pessoas não vão conseguir mais viver ali. Isso, por sua vez, vai levar ao deslocamento de milhões de habitantes, forçados a emigrar para outros países. Assim, tensões sociais, conflitos e guerras devem aumentar visivelmente. Por essa razão é que o Ministério da Defesa dos Estados Unidos classifica a mudança climática como a maior ameaça global para a humanidade.

Como o governo pode criar condições para o engajamento dos jovens na proteção climática?

O Fridays for Future [Sextas-Feiras pelo Futuro, movimento iniciado em 2018 por Greta Thunberg] mostrou muito bem que os jovens conseguem se mobilizar e fazer grande pressão política com suas manifestações públicas. Eles alcançam milhões de pessoas graças às mídias sociais, informando sobre a proteção climática e dando a sua opinião. A pressão desses jovens, inclusive, foi tão grande que políticos já convidaram o Fridays for Future para debater o assunto. O governo não precisa criar condições – nós mesmos somos capazes disso!

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