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Como criamos nossos meninos?
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Um olhar mais humano e igualitário começa nas pequenas atitudes do dia a dia, quando o menino ainda se faz homem

De acordo com o mapa da violência de 2015, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. Segundo levantamento da ONU de 2017, entre 12 e 13 mulheres são mortas todos os dias por aqui. Diante desses dados, pergunto: como estamos criando nossos meninos? Tenho diante de mim João, com 10, e Joaquim, com 2. Entre eles, minhas filhas de 6 e 5 anos. É por meio da existência das irmãs que os meus meninos aprendem sobre os espaços de cada um. E sempre que qualquer tipo de questão aparece, vira assunto em casa. E aqui, uma pausa: o machismo que tanto adoece e embaça a visão dos homens a respeito deles mesmos e das mulheres ao redor é alimentado pelos gestos diários da sociedade, inclusive por nós, as mulheres.

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Estamos em 2019 e ainda reproduzimos uma masculinidade amparada na ideia de que menino não chora, pode tudo. Eles crescem sem reconhecer aquilo que sentem. João é superengajado nas pautas feministas, mas se incomoda aqui e ali com certos comportamentos das irmãs e, se eu bobear, quer brigar porque elas decidiram ficar sem a blusa no parque. O incômodo dele diz sobre suas vergonhas e também sobre verdades construídas a partir de interações com outros meninos, de que menina não pode fazer certas coisas.

Como mãe, acolho e conduzo para que João reflita e perceba que isso é algo de que ele precisa cuidar, e não que elas precisam mudar. Já Joaquim habita o reino da fantasia e as “ídolas” são as irmãs. Durante três dias ele usou o vestido de festa junina de Teresa, que rodava igual pião. Ele corria pela casa, encantado. Criar meninos nesse mundo que mata mulheres com facilidade é um desafio. Mas, sem dúvidas, é em casa que a gente constrói um futuro mais igual. 

Lua Barros é educadora parental e mãe de quatro filhos, mas também consegue ser outras  coisas quando sobra tempo. @luabarrosf

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