SER
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Papo chato
Era melhor não perguntar à minha tia-avó como ela estava. A resposta incluía um relato minucioso da sua saúde. Já com seu marido, era preciso tomar outros cuidados: o ponto delicado da conversa devia evitar assuntos relativos a trajetos ou qualquer coisa que lhe desse a oportunidade de relatar os seus.
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Para olhar tudo com mais reparo
Que nem tantos meninos, uma das coisas que eu mais queria na vida era ficar invisível quando tivesse vontade. Aos 8 anos, juro que consegui fazer isso algumas boas vezes. Mas nos dias de hoje, em uma época em que tanta gente acha que ser visto se tornou mais importante do que ver, será que alguém ainda deseja ter esse incrível poder?
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O que nos une?
É assustadora a quantidade de pessoas que sofrem no subterrâneo, sem que quase ninguém ao redor perceba. Quando ouço uma história complicada, me surpreendo ao perguntar se a pessoa já se abriu com mais alguém. Se estamos sempre nos encontrando, por que tal espaço não surge?
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Amor é incompreensão
Quando se ama, o pior inimigo não é, como dizem por aí, o costume. Ele pode ser traduzido em intimidade, à guisa de elogio. A rotina pode ser deliciosa, porto seguro da alma. A mesmice do outro não é chatice, é repouso. A repetição de seu ser nos acolhe como o café fumegante depois do almoço.
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Ameaça Desconhecida
Para mim é fácil agir por instinto, orientar-me pelos sentidos. Pulsa em mim a cultura latina. Já o método, traço forte das culturas germânicas, é um de meus desafios. Reconheço, entretanto, o mérito dos protocolos e da lógica organizada, que marcam as sociedades dominantes. Percebo a importância do pensamento cartesiano na cultura que nos circunda.
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Pensamentos pedaláveis
É muito divertido. A sensação de liberdade e o contato direto com o ambiente. A surpresa de poder cobrir distâncias longas simplesmente pedalando sem pressa. Respirar intensamente traz alegria borbulhante e duradoura, sensação de força, de saúde.
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O que você traz na bagagem
“De onde você é?” Todo mundo ouve essa pergunta vez ou outra, e a resposta correta é: o lugar onde nasceu. Será mesmo? Eu nasci em Campo Mourão, interior do Paraná, mas sequer conheço a cidade. Foi uma passagem rápida dos meus pais por ali.
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Mamãe, posso ir?
Lembra aquela brincadeira infantil, em que se fazia a pergunta: “Mamãe, posso ir?” – Se ela deixasse, uma nova questão: “Quantos passos posso dar?”. Ela dizia um número qualquer. Aí a criança perguntava: “De quê?”.
EDIÇÃO DO MÊS
Quando dedicamos tempo para fazer o que realmente alegra nosso coração, caminhamos mais rapidamente ao encontro da felicidade
Edição 228, fevereiro de 2021-
Conforto em toques sutis
Após dez anos morando sozinha, decidi voltar para a casa dos meus pais. Mas essa decisão me parecia um retrocesso e vinha me perturbando. Quando cheguei ao consultório do psicólogo e terapeuta corporal Janos Andreas Geocze, em São Paulo (SP), para entender como funciona a calatonia, ele me disse que precisava alinhar a minha coluna antes de começarmos.
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Meditando com as aparências
Corpo estável e ereto, mente serena. Inspirando e expirando… inspirando e expirando. Calma e lentamente. Em um certo momento, você verá, atrás da respiração que ondula, há algo estável, sereno, vivo. Sua natureza viva e lúcida, brilhando.
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Filhos ou bonsais?
Meu marido tem um jardim de cactos e suculentas. Ele parece ter uma espécie de identificação com a estética monstruosa dessas plantinhas. Mário ama dragões e todo tipo de animal que pareça, mesmo que remotamente, pertencer a uma fauna fantástica, assim como esses seres espinhosos e retorcidos.
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Tudo no lugar
A organização pode mudar a sua vida. É no que acredita a japonesa Marie Kondo, guru nesse assunto e autora de A Mágica da Arrumação. Seu método ensina a se desfazer do que não se usa mais (e sem dor!) e como manter tudo organizado com pouco esforço.
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Cem dias de felicidade
Eu estava em Lisboa para o casamento de amigos queridos, em 12 de junho do ano passado. Nesse dia, peguei um trem para fazer uma surpresa para minha melhor amiga, que mora na cidade do Porto. Adoro andar de trem e fiz a viagem ora lendo, ora admirando a linda paisagem das vilas portuguesas.
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Entre o bem e o mal
Não somos feitos só de bons sentimentos. Essa é a abordagem de uma série sobre os sete pecados, que a editora Leya está lançando ao longo do ano. Os dois primeiros livros são sobre luxúria e inveja. Por que falar disso?
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Eterno impermanente
A mente opera acelerada, saltando entre visões e ideias diferentes que surgem com convicção mas que, mais adiante, perdem energia e desvanecem como rostos que enxergamos brevemente nas nuvens.
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Pedaço de mim
Por que os amores fracassados, as dores de corno, os abandonos, são tão prolíficos na canção, na poesia, tanto quanto ou, talvez, tanto mais do que a paixão? Porque o fim do amor é traumático. Ex-amantes são pedaços perdidos, metades afastadas de nós.
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Liberte-se de gastos desnecessários
O que você consome diz quem você é. Ou pelo menos deveria ser assim quando se busca equilíbrio nos seus gastos. Coautora do livro recém-lançado Liberdade Financeira ao Alcance de Todos (Senac), Andyara de Santis defende outra forma de pensar a educação financeira. Segundo ela, aproveitamos melhor nosso dinheiro se ele estiver alinhado aos nossos valores de vida e a quem realmente somos.
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Idiota não
As travessias oceânicas sulcam rotas em mim, tanto quanto nos mares, riscados pela quilha do Santa Paz. Nas leiras abertas, semeio vagalumes, fagulhas que coleto pelas andanças. Nas horas de silêncio no convés, algumas alumiam meu peito.
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A perda é inevitável
A aparente normalidade de nossas rotinas não nos prepara para os eventos-limite da derrota, abandono, depressão, doença e morte. Olhar esses acontecimentos com olhos de profundidade, antes que eles ocorram, nos ajuda a ter lucidez quando se concretizam.