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Reflexões sobre som e escuta na Comunidade Vida + Simples
Giovanna Stanzione A caminhada, da experiência de novembro, foi um momento de muitos aprendizados e de tranquilidade para os participantes. (Créditos da imagem: Giovanna Stanzione) A caminhada, da experiência de novembro, foi um momento de muitos aprendizados e de tranquilidade para os participantes. (Créditos da imagem: Giovanna Stanzione)
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Na edição de novembro, os integrantes da Comunidade Vida + Simples puderam experimentar uma caminhada com práticas de expressão, sons e silêncios.

A experiência “Caminhada em Som e Escuta”, conduzida pelo psicólogo clínico Sérgio Felix*, foi realizada presencialmente com os participantes da Comunidade Vida + Simples.

Todo mês, os assinantes de Vida Simples são convidados a viverem experiências transformadoras. Quer ter acesso à próxima vivência? Veja como fazer parte da Comunidade Vida + Simples.

A seguir, compartilhamos com todos um texto escrito pelo Sérgio, que mostra a sua visão sobre o papel da escuta na vida humana.


O que é a “Caminhada em Som e Escuta”?

A Caminhada em Som e Escuta é um retorno às origens do som primordial de quem somos como seres em construção. É nessa busca de si que nosso caminho passa, inevitavelmente, pelo encontro com a alteridade, através da escuta profunda que já existe em nós, mas que muitas vezes fica adormecida pelo som barulhento da mente.

A escuta inicia-se com os ouvidos voltados para dentro. Se uma pessoa não se escuta, ela não terá os ouvidos abertos para escutar nada mais, exceto a sua própria surdez.

Escutar então, se constitui como um estado de profunda conexão com si mesmo. E, a partir daí, com o outro, com a vida em torno desta pessoa e com todo o mundo.

É ainda um estado de prontidão dedicado àquele que está adiante. Quando a importância de testemunhar a sua existência impera sobre o desassossego da correção.

Na escuta profunda não há certo, nem errado; nem gosto ou não gosto. Há apenas escuta. Isso basta! Porém, conseguimos escutar o que há fora quando já nos escutamos de modo suficiente para sobrar espaços.

Do contrário, de tão negligenciado, o nosso imo clama por atenção e autofagicamente rouba todos os espaços vazios deixando tudo barulhento.

É preciso ter espaços para escutar. Quem está demasiado cheio não tem ouvidos.

Um dia alguém tirou retrato da escuta e se deparou com o sorriso de uma parteira recolhendo amorosamente o choro nascituro e para quem lhe dizia: “Sê bem-vindo!”.

A escuta deve ser o oposto do preconceito. É o esvaziamento mais amplo do conhecimento prévio.

Ao escutar, não se preocupe em aprender ou ensinar. Aliás, é necessário não saber de nada para verdadeiramente escutar. Pois se já sabemos, implacavelmente escutaremos apenas o som da nossa palavra e então estaremos sozinhos.

Só é possível escutar, se se estiver inteiro. Impossível escutar em fragmentos. A escuta exige que todos os órgãos estejam afinados em uma mesma sinfonia.

Caminhar em som e escuta, é também a caminhada de toda vida. Escutamos! E ao escutar o que há em nós e no nosso entorno, devolvemos as nossas reverberações à vida vibrando sonoridades de emoções, pensamentos e ações.

Só é possível escutar, se houver silêncio. Sem isso se perde o som essencial que há em nós, e que é também o mais puro silêncio. O som é, em sua pureza, um silêncio que se ouve alto!

Eu escuto, logo eu som!


*SÉRGIO FÉLIX desenvolve atividades, cursos e oficinas terapêuticas unindo a psicologia com práticas de conhecimentos ancestrais. É também criador do Espaço Solar de Desenvolvimento Humano Integrativo, ponto de encontro entre diferentes abordagens terapêuticas e de desenvolvimento transpessoal.

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