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A beleza bruta – e inesquecível – do Jalapão
Juliana Finardi
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Conhecido por suas belas formações rochosas e piscinas naturais de águas cristalinas, o Jalapão possui estrutura para acomodar bem todo tipo de turista

Por ser um lugar completamente desconhecido, pelo menos pra mim, achei que o Jalapão, que fica no Tocantins, seria uma escolha consciente para viajar no Ano Novo em tempos de pandemia.

Não recomendo fazer esta viagem por conta própria. Como o Jalapão é um lugar inóspito, o melhor é contratar uma agência ou pelo menos um guia.

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São poucos os momentos que conseguimos um sinal de celular na região. Todo o trajeto é por estrada de terra e um veículo 4×4 é importante. Você passa muito tempo dentro do carro, mas a recompensa vale a pena.

Basicamente você faz um circuito, com pernoite em alguma pousada. Eu achava que as hospedagens seriam roots, mas foi bem o contrário, são superconfortáveis. Fiquei 5 dias no Jalapão e comprei um pacote que incluía carro, passeios, pousadas e alimentação.

Desembarquei em Palmas e fui direto para a Lagoa do Japonês, com certeza o deslocamento mais longo da viagem. É o local das águas cristalinas e formações rochosas, extremamente limpo e conservado, perfeito para mergulhos.

Na Pedra Furada, o pôr do sol mais incrível que presenciei. Lugar com grande concentração de aves, perfeito para contemplar o cerrado. Outro pôr do sol famoso é nas Dunas do Jalapão, porém no dia que visitei o tempo estava nublado.

O Cânion Sussuapara é uma fenda com paredes úmidas, pingando, mesmo na época da seca, com muitas plantas, um silêncio absurdo e raios de sol incríveis. Nas primeiras horas da manhã, é grande o “risco” de ver um arco-íris dentro do cânion!

Os fervedouros são a grande atração do Jalapão, que é o lugar do Brasil com maior número de fervedouros. São mais de 30 conhecidos, mas poucos são liberados para visitação.

Fervedouros são nascentes subterrâneas de rios que formam piscinas naturais. A pressão da água que vem do lençol freático é tão forte que é impossível afundar! Esse fenômeno se chama ressurgência.

Visitei alguns: rio do Sono, Ceiça, Buritis, Buritizinho (fui à noite!), Bela Vista (tem 75 metros de profundidade), Macaúbas, Alecrim…Não consigo escolher o mais bonito.

Cada um tem uma beleza diferente e inacreditável.

Você só pode ficar 20 minutos em cada fervedouro e o número de pessoas por vez também é limitado.

Na Cachoeira do Formiga, a queda d´água não é grande, mas a piscina verde esmeralda que se forma é maravilhosa.

O céu do Tocantins é uma atração à parte. A noite é mais linda que o dia. A intensidade das estrelas é emocionante.

Todos os atrativos que visitei tinham fácil acesso, ficavam poucos metros a pé. Algumas atrações têm aglomerações, outros tem número limitado de pessoas para visitação de cada vez.

Me hospedei em 2 locais: na pousada Águas do Jalapão, que tem piscinas naturais, ofurô e caipirinhas de frutas exóticas. E na pousada Formiga Ecolodge que tem os Poços do Formiga, várias piscinas naturais de uso exclusivo dos hóspedes, com vários decks pra gente descansar e admirar a natureza.

É importante levar dinheiro em espécie para comprar artesanatos feitos com capim dourado, cachaça de Jalapa e sorvetes com frutas exóticas do cerrado (murici, mangaba, buriti, macaúba, entre outras). As comunidades quilombolas (habitantes da região) vivem 100% do turismo. As refeições são bem simples e caseiras.

Percorremos 1.200 km em 5 dias, vimos vários animais durante o trajeto pelo Parque Estadual do Jalapão. Todos os locais seguiam as regras de prevenção Covid.

Dizem que o Jalapão é bruto, mas é muito lindo!


Bianca Ricci Borba é médica veterinária e mora em Curitiba. Seu instagram é @esmaltefosco

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