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Tireoide: uma pequena glândula com grandes responsabilidades
(Foto: PicasJoe/Pexels) É comum que as alterações apareçam em adultos, mas podem ocorrer em qualquer fase da vida
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Apesar de pequena, a tireoide exerce um papel gigantesco na nossa saúde. Localizada na parte anterior do pescoço, essa glândula endócrina tem como principal função a produção de hormônios responsáveis pelo bom funcionamento de diversos órgãos vitais, como cérebro, coração, intestino e rins. Por isso, é sempre bom ficar de olho nos sinais do organismo para saber se tudo está certinho.

Por meio do iodo obtido por meio da alimentação, essa glândula produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam diretamente sobre o metabolismo, influenciando desde a temperatura corporal até a memória, passando pela frequência cardíaca, raciocínio, pressão arterial e energia.

Quando a tireoide sai do ritmo

Segundo Cristina Bergmann Triches, endocrinologista do Hcor, as disfunções da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, geralmente têm causas autoimunes e hereditárias.

É comum que as alterações apareçam em adultos, mas podem ocorrer em qualquer fase da vida. Muitas pessoas nascem com uma predisposição genética para produzir hormônios em excesso ou em quantidade insuficiente. Em menor escala, inflamações temporárias também podem causar alterações na atividade da glândula.

No hipotireoidismo, acontece a deficiência na produção de hormônios. Os sintomas são vastos: cansaço, desânimo, sonolência, pele seca, frio excessivo, constipação intestinal, bradicardia, queda de cabelo, hipertensão, leve ganho de peso e até problemas cognitivos como declínio da memória e raciocínio. “Também pode ocorrer anemia, aumento do colesterol e ácido úrico. E, nas crianças, baixa estatura e puberdade precoce”, explica a médica.

A principal causa dessa condição é a tireoidite de Hashimoto, doença autoimune em que a glândula é invadida por glóbulos brancos e são criados anticorpos que atacam a tireoide. Assim, diminuindo a produção hormonal de T3 e T4.

Já no hipertireoidismo, ocorre o contrário: a tireoide produz hormônios em excesso. Isso leva a sintomas como taquicardia, insônia, irritabilidade, sudorese, calor excessivo, perda acentuada de peso, aumento no número de evacuações e, em alguns casos, alterações nos olhos e crescimento do bócio (aumento do volume da glândula). 

A Doença de Graves é a principal responsável por esse quadro, outra condição autoimune, mas que produz mais hormônios que o normal e acelera as funções do corpo.

Além das disfunções hormonais, a tireoide pode desenvolver nódulos, que na maioria das vezes são benignos, ou neoplasias malignas, como o câncer de tireoide. O bócio também pode aumentar, com ou sem alteração funcional da tireoide. “Nesses casos, a palpação da tireoide por médico experiente e posterior ultrassom de tireoide se torna o principal exame para diagnóstico.”

De olho nos sintomas e no diagnóstico

“Até o momento, não há nenhuma intervenção comprovada que previna as doenças autoimunes. A ingestão adequada de sal iodado através da dieta previne as doenças decorrentes da deficiência de iodo (que atualmente são raras)”, explica Cristina.

O diagnóstico das disfunções tireoidianas é relativamente simples e feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de TSH, T3 e T4. Com esses dados, é possível identificar alterações hormonais e definir o tratamento mais adequado.

O tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição oral do hormônio T4, enquanto o hipertireoidismo pode ser tratado com medicamentos que inibem a produção hormonal, iodo radioativo (iodo 131) – radiação beta emitida destrói as células tireoidianas, reduzindo o excesso de produção de hormônios – ou, em alguns casos, cirurgia para remoção da glândula.

Diante de tantos impactos que a tireoide pode causar no organismo, acompanhar sua saúde é uma atitude indispensável. Check-ups regulares, atenção a sintomas persistentes e uma alimentação balanceada são formas práticas de manter o bom funcionamento dessa pequena, mas poderosa glândula.

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