Seis filmes que mostram como relacionamentos são (im)perfeitos
Nem toda relação amorosa é perfeita. E tudo bem. Para celebrar o amor, aqui vão indicações que revelam como as relações enfrentam altos e baixos, mas com respeito, honestidade e sensibilidade

Nem toda história de amor é feita de final feliz, declarações épicas e trilhas sonoras embalando pôr do sol. Às vezes, amar também é se desencontrar, dizer o que não queria, tentar de novo e perceber que a vida a dois é feita de nuances que não cabem somente nas comédias românticas. Alguns filmes nos surpreendem justamente por mostrar como os relacionamentos são (im)perfeitos.
O Dia dos Namorados também tem espaço para reconhecer que o amor real não é o idealizado, mas sim o humano: falha, recomeça e amadurece com o tempo. Isso que torna algumas histórias tão especiais mesmo quando não terminam com um “felizes para sempre”.
Assim como tudo na vida, os relacionamentos também têm seus altos e baixos. Confira abaixo filmes que saem do óbvio e abraçam a complexidade das relações afetivas:
‘Brilho eterno de uma mente sem lembranças’ (2004)
(Reprodução/IMDb) Longa foi vencedor do Oscar de ‘Melhor Roteiro Original’ em 2005
Dirigido por Michel Gondry e roteirizado por Charlie Kaufman, “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” nos leva por um dos caminhos mais íntimos e dolorosos de um relacionamento: a tentativa de apagar alguém da memória, com a esperança de também sumir com a dor. Na trama, Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formam um casal marcado por diferenças: ele é introspectivo, enquanto ela é impulsiva.
Quando a relação chega ao fim, ele recorre a um procedimento experimental que promete apagar memórias específicas da mente. A ideia é simples: se a lembrança dói, por que não eliminá-la? Mas conforme as lembranças dolorosas são apagadas da mente de Joel, algo inesperado acontece. O que sobra não é o alívio, mas o afeto.
No labirinto de sua mente, enquanto assiste às lembranças com Clementine desaparecerem uma a uma, Joel percebe que são justamente as mais belas que permanecem. Ele entende que o amor vivido foi real e se apaixona por ela mais uma vez.
O filme nos leva a uma pergunta: se soubéssemos de antemão tudo o que os relacionamentos nos fariam sentir, inclusive o que nos machucaria, ainda assim escolheríamos viver aquilo?
Onde assistir: Prime Video.
‘Closer – Perto demais’ (2004)
(Divulgação/IMDb) Em ‘Closer’, vida se revela em suas camadas mais cruas, lembrando que a beleza está na complexidade real dos encontros
“Closer – Perto demais” conta a história de quatro pessoas cujas vidas se cruzam em encontros inesperados e cheios de tensão. Dan (Jude Law) é um jornalista que escreve obituários e se envolve com Alice (Natalie Portman), uma jovem estrangeira que depois começa a trabalhar em uma casa de striptease.
Mais tarde, Dan conhece Anna (Julia Roberts), uma fotógrafa reservada, que se casa com Larry (Clive Owen), um médico direto e pragmático. Os relacionamentos entre esses quatro se tornam confusos, intensos e, por vezes, dolorosos, mostrando como o desejo e as escolhas pessoais podem complicar a vida a dois.
No decorrer do filme, os personagens revelam suas falhas e desencontros que fazem parte dos relacionamentos. É um olhar franco e sincero sobre o que acontece quando as pessoas tentam se encontrar no meio de sentimentos contraditórios, desejos e dúvidas.
Onde assistir: Prime Video.
‘(500) Dias com Ela’ (2009)
(Divulgação/IMDB) Filme se tornou um clássico moderno ao desconstruir os clichês das comédias românticas
Alguns filmes não são feitos apenas para entreter. Eles vêm para nos fazer companhia quando nem a gente sabe direito o que sente. “(500) Dias com Ela” é um desses. Ele se disfarça de comédia romântica, mas logo nos mostra que não vai seguir o caminho habitual.
Tom (Joseph Gordon-Levitt) trabalha como roteirista numa empresa de cartões de presente. Uma vida previsível, enquanto aguarda a chance de se realizar como arquiteto. Sua vida ganha novos contornos quando Summer (Zooey Deschanel) entra no escritório.
Ele se encanta de imediato. Por outro lado, ela mantém certa leveza e distância. Tom projeta um futuro a dois, enquanto Summer prefere viver o presente. É nesse desencontro de expectativas que o relacionamento se constrói e se desfaz. Como já antecipa o título, são somente 500 dias que marcam esse percurso.
O filme alterna momentos entre o passado e um presente quase sempre cinzento. As cores falam por si: no início, os dias com Summer parecem leves, vivos, esperançosos. Mas à medida que o tempo avança ou volta, o contraste entre o que foi e o que ficou se acentua. A cenografia é puro sentimento. É por meio das janelas, dos parques, dos corredores de escritório que a gente percebe o quanto os espaços também carregam memórias nos relacionamentos.
O detalhe do nome também não passa despercebido: depois de Summer (verão), Tom conhece Autumn (outono). Uma sutil metáfora para afirmar que, sim, ciclos se encerram. A próxima estação pode trazer novos ventos, novas flores, outro tipo de calor. Nada volta a ser como era, mas tudo pode seguir de outro jeito nos relacionamentos.
Onde assistir: Disney+.
‘Um dia’ (2011)
(Divulgação: Giles Keyte/Focus Features) ‘Um Dia’ fala sobre o tempo e como ele nos molda, nos distancia e, às vezes, nos aproxima
Emma (Anne Hathaway) e Dexter Mayhew (Jim Sturgess) se conhecem em 1988, no exato dia em que suas vidas começam a seguir rumos opostos. Ela, cheia de ideais, e ele, impulsivo e sedento por aventuras. Compartilham apenas um dia juntos durante essa última noite de faculdade, mas é o suficiente para que tenha uma conexão, mesmo à distância.
A cada ano, no mesmo 15 de julho, o reencontro revela o que mudou, o que ficou para trás e o que ainda pulsa entre eles. Enquanto Emma batalha para encontrar seu lugar no mundo editorial, Dexter mergulha numa vida de fama e excessos. Ao longo do tempo, os dois se tornam versões bem diferentes do que imaginaram ser, mas seguem marcados por aquele laço silencioso que nunca chegou a se desfazer por completo.
Onde assistir: Prime Video.
‘Blue Jay’ (2016)
(Divulgação/IMDb) Em preto e branco, longa traz um reencontro que diz mais do que as palavras na hora de sentimentos conturbados
Lançado em 2016, o drama romântico mostra o reencontro entre Amanda (Sarah Paulson) e Jim (Mark Duplass) que acontece por acaso, mas nada do que vem depois parece aleatório. Anos após viverem um relacionamento intenso na juventude, com situações turbulentas, os dois se cruzam em uma pequena cidade da Califórnia onde cresceram. Eles passam o dia juntos como quem tenta entender o que ficou para trás e o que, de certa forma, nunca foi embora.
Entre cafés, memórias e silêncios carregados de inúmeros significados, o filme costura com delicadeza a saudade do que foi e a dor do que não pôde ser. Eles já seguiram em frente, mas há assuntos que o tempo não apaga e sentimentos que se escondem em caixas de fitas antigas e cartas não enviadas.
No decorrer do longa, percebemos que não se trata de um final feliz. O foco está na importância de encontros que revisitam o passado e, de alguma forma, faz com que os dois lados aceitem o presente e deixe ele ir em paz e com serenidade.
Onde assistir: Netflix e Prime Video.
‘Paris, 13th District’ (2021)
(Divulgação/IMDb) Para quem já amou errado, se calou quando queria ficar, ou já ficou quando tudo pedia para ir, essa indicação é para você
Nem sempre o amor vem no tempo certo. Às vezes, ele chega partido, atravessado por silêncios, ausências e escolhas que não cabem mais. “Paris, 13th District” é exatamente sobre isso. No centro da narrativa, Émilie (Lucie Zhang), Camille (Makita Samba), Nora (Noémie Merlant) e Amber (Jehnny Beth) vivem histórias que se entrelaçam em um emaranhado de desejos, expectativas e frustrações.
O filme retrata os afetos do nosso tempo: passageiros, ambíguos e muitas vezes confusos. Émilie quer se proteger, mas se apaixona. Nora busca um recomeço, mas ainda carrega o peso de um passado mal resolvido. Camille tenta ser livre, mas descobre que liberdade também pode ser solidão. E Amber, mesmo à distância, oferece a Nora algo raro: uma amizade verdadeira e leal.
Com uma fotografia em preto e branco, a história se passa no concreto cinza de Les Olympiades, um conjunto habitacional em Paris que abriga as emoções mais íntimas de quem tenta se encontrar e, quem sabe, encontrar o outro também. No fim, ninguém ali tem todas as respostas. Mas talvez essa seja a beleza dos relacionamentos imperfeitos: não exigem perfeição, só presença e coragem.
Onde assistir: Prime Video.
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