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Como ajudar o seu filho a vivenciar o luto
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Se entender que a vida é finita não é tarefa fácil para adultos, imagine para crianças. Num contexto de tantas mortes como o atual, saber ajudar os filhos a atravessarem o processo do luto é importante

Desde dezembro do ano passado, lidar com o luto tornou-se algo mais habitual do que o desejado. Foi quando os primeiros casos do novo coronavírus começaram a surgir na China. Hoje, meses depois, mais de 55 mil pessoas já morreram em decorrência da doença no Brasil.

Lidar com a morte faz parte do ciclo da vida. Contudo, saber disso não significa que estamos preparados para este momento. Suportar a perda de alguém, num contexto de pandemia, pode ser ainda mais difícil – o cenário apresenta outras privações, como de afeto presencial, de espaço, de dinheiro, de rotina, de estabilidade…

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A consciência da finitude é, muitas vezes, árdua para adultos. Imagine para crianças. Para ajudar você, que tem filhos pequenos em casa, a trabalhar o luto da melhor maneira possível nos pequenos, conversamos com Deborah Moss, neuropsicóloga e mestre em psicologia do desenvolvimento pela USP.

5 dicas para ajudar seu filho a vivenciar o luto

Diálogo aberto

É a partir dos cinco anos que uma criança começa a ter consciência do que, de fato, é a morte. É quando ela percebe, por exemplo, que uma plantinha de casa ou o peixe de estimação já não pertencem mais ao convívio familiar. Mas a consciência sobre o tema é limitada.

Uma conversa sobre a morte precisa acontecer no campo infantil, com uma linguagem clara e com cuidado para não haver dupla interpretação, já que crianças são literais. Por exemplo: ao dizer que o ente querido foi para o céu, pode parecer que ele de fato foi para lá. E quem costuma ir para algum local, volta.

Um caminho para o diálogo é explicar o que aconteceu, mas deixar que a criança conclua da maneira que lhe for melhor.

Afeto

Ao contrário de adultos, crianças não sabem expressar seus sentimentos com palavras. Encarar a perda de algo significativo aparece nas ações: isolamento, medo do inesperado e queda no rendimento escolar são algumas das situações que podem surgir.

Nestes casos, cabe ao responsável acolher e ajudá-la a passar por esta fase, entendendo o que está sentindo.

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Não evite falar sobre quem morreu perto de seu filho. Ela precisa ter a chance de manter viva a memória, se assim quiser. E também de expressar algo sobre à pessoa numa conversa.

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Acolha

Pais não resolvem tristeza de filhos. Por isso, é acolher e estar presente. O luto envolve várias etapas, como negação e raiva, e todas elas precisam de suporte.

Deixar ficar triste e chorar faz parte. Caso você sinta a mesma vontade, demonstre. É preciso normalizar as emoções.

Não minta

Caso surja alguma pergunta sobre o que aconteceu, conte a verdade, mas poupe detalhes do processo. Se for levar ao velório ou a uma celebração religiosa converse sobre a cerimônia, contando exatamente o que é para que a criança não seja pega de surpresa.

Por fim, lembre-se: crianças são adaptativas – e conseguem, com suporte, superar situações difíceis.

A vida pode ser simples, comece hoje mesmo a viver a sua.

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