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Como proteger seu pet nos dias de frio
(Fotos: Unsplash) Cuidados com os pets no frio são essenciais para garantir que eles passem pela estação com saúde, conforto e bem-estar
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O frio chegou e, junto com ele, uma preocupação que vai além do nosso próprio conforto térmico: os cuidados com os pets no frio. Como manter os animais de estimação aquecidos, saudáveis e emocionalmente bem nos dias gelados? Quem convive com um pet sabe que, mesmo dentro de casa, eles sentem as mudanças de temperatura. Filhotes, pets idosos e com condições de saúde pré-existentes estão ainda mais vulneráveis.

“A temperatura pode agravar sintomas de doenças crônicas e reduzir a imunidade, o que deixa os animais mais suscetíveis a infecções respiratórias, dores articulares e até hipotermia”, alerta a médica veterinária Vivian Quito, especialista em clínica integrativa, neurologia e medicina preventiva.

Os principais riscos do inverno para os pets

Durante a estação, o organismo dos pets tenta manter a temperatura estável com tremores e redução da atividade, mas nem todos conseguem. Raças pequenas, de pelo curto ou animais com pouca gordura corporal são os mais sensíveis. “Ambientes fechados e frios favorecem doenças respiratórias, dermatites de contato e até hipotermia, que pode ser fatal”, explica Vivian.

Portanto, um ponto fundamental é garantir um ambiente aquecido e protegido, por isso não deixe seus animais dormirem no chão gelado, em varandas ou ao relento pois eles estão mais suscetíveis a sofrer com o frio intenso. Tremores constantes, rigidez muscular, apatia e extremidades frias, como patas e orelhas, são sinais de alerta.

“Mesmo dentro de casa, se o ambiente for úmido, com correntes de ar ou má isolação térmica, o desconforto térmico pode acontecer”, destaca a médica veterinária. A qualquer sinal de secreção nasal, tosse seca, olhos lacrimejantes ou apatia, vale ligar o sinal de alerta. “Não espere os sintomas piorarem. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para evitar complicações”, explica. Doenças como tosse dos canis e rinotraqueíte felina são comuns no frio e podem se agravar rapidamente.

Alimentação e hidratação dos pets durante o frio

Além disso, é importante perceber a alimentação dos animais de estimação durante essa época do ano. Você já percebeu que seu pet bebe menos água nos dias frios? Isso é comum, mas exige atenção. “A baixa ingestão hídrica pode causar problemas urinários, principalmente nos gatos. Fontes de água corrente e alimentação úmida são bons companheiros para se hidratar melhor”, sugere.

Segundo Ana Elisa Amaral, médica veterinária e coordenadora de comunicação científica da Royal Canin Brasil, os pets que vivem em ambientes internos, com menor gasto energético e bem aquecidos, geralmente não precisam de mudanças significativas na dieta. “Cães que vivem em regiões muito frias e com exposição ao ambiente externo durante o inverno gastam mais energia para manter a temperatura corporal e podem precisar de 10% a 90% mais calorias do que no verão.”

Sinais de que algo não vai bem na nutrição incluem perda ou ganho de peso não intencional, pelagem opaca ou com queda excessiva, letargia e apetite reduzido. “Esses sintomas podem indicar deficiências ou excessos nutricionais, desidratação ou desequilíbrios na dieta”, conta Ana Elisa.

Filhotes e pets idosos também merecem atenção especial. “Filhotes possuem metabolismo acelerado e ainda estão em desenvolvimento. É fundamental oferecer uma dieta específica para essa fase, com nutrientes de alta digestibilidade e qualidade, além de vitaminas e minerais que apoiem o crescimento e a imunidade. Pets idosos devem receber uma dieta adaptada rica em antioxidantes e com calorias ajustadas para a manutenção de um peso saudável.”

No caso de pets com doenças crônicas, o cuidado deve ser ainda maior. “O frio pode agravar algumas condições. A alimentação deve ser regular, com uma dieta prescrita que ajude a manter o controle glicêmico. Em casos de doença renal crônica, a hidratação é essencial. Como muitos pets bebem menos água no frio, pode ser benéfico oferecer alimentos úmidos ou adicionar um pouco de água morna à alimentação”.

(Foto: Unsplash) Cobertores e ambientes protegidos ajudam a manter os pets longe do desconforto térmico

Adaptações e cuidados com os pets no frio  

Nem sempre é preciso investir em grandes estruturas para proteger os bichinhos do frio. Um cobertor a mais, uma caminha mais elevada e roupas próprias para pets já ajudam. “Camas com mantas, longe da umidade e das correntes de ar, são essenciais”, afirma Vivian. Para os gatos, tocas e caixas forradas próximas ao sol são ideais e sempre com segurança: evite aquecedores expostos ou velas. 

Se o seu pet não curte as roupinhas, tudo bem. Mas em alguns casos, elas são importantes. “Filhotes, idosos, animais doentes ou com pelagem curta se beneficiam muito do uso de roupas adequadas”, explica a especialista. Ela recomenda introduzir o hábito de forma leve e positiva, associando com carinho ou petiscos. Mas se o pet demonstrar incômodo, o ideal é não insistir e investirem outras alternativas, como aquecer o ambiente.

Para apoiar a imunidade, Ana Elisa destaca alguns nutrientes importantes: “Vitaminas E e C, taurina, zinco, selênio, probióticos, prebióticos, proteínas de alta qualidade e betacarotenos contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. Mas é sempre bom lembrar que os suplementos só devem ser oferecidos com orientação do médico-veterinário”, conta.

Bem-estar emocional também precisa de atenção 

Além de aquecer o corpo nesta estação, gatos e cachorros também precisam de estímulo mental e afeto para atravessar os dias frios. A rotina não deve ser abandonada, mesmo com passeios mais curtos ou maior tempo de repouso, as necessidades emocionais dos animais continuam as mesmas.

“Manter uma rotina previsível, com alimentação em horários regulares, brincadeiras e momentos de interação, ajuda o animal a se sentir seguro, especialmente se ele passa muitas horas sozinho.”

Para isso, vale apostar em cuidados com os pets no frio com algumas estratégias simples que mantém o pet ativo e emocionalmente equilibrado:

  • Adapte os passeios aos horários mais quentes do dia, evitando vento, superfícies frias e umidade;
  • Ofereça brinquedos interativos ou recheáveis, que estimulem o pet a se movimentar e explorar;
  • Esconda petiscos pela casa para incentivar a busca e o uso do olfato;
  • Crie espaços aconchegantes próximas a janelas com luz solar;
  • Use sons suaves como música ambiente ou rádio, para acalmar pets mais sensíveis à solidão;
  • Deixe objetos com o cheiro do tutor como uma peça de roupa usada, para que o pet se sinta mais seguro;
  • Invista em enriquecimento ambiental para gatos como prateleiras e brinquedos com movimento;
  • Tempo de qualidade como carinho, escovação ou uma brincadeira rápida podem fazer toda a diferença.

“Mesmo no frio, o pet não deve passar o dia todo inativo. O isolamento prolongado sem estímulo pode ser tão prejudicial quanto a exposição ao frio intenso”, reforça Vivian. Em casos mais delicados, vale contar com a ajuda de creches, pet sitters ou acompanhamento profissional.

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