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Quando a dona felicidade chega sem ser convidada
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A dor pode parecer insuportável, mas do mesmo jeito que ela chegou de supetão, as notícias boas virão, e o sentimento de alívio será estarrecedor. Afinal, é isso que nos tornam humanos, sentir o viver.

 

Você já deve ter ouvido o ditado “notícia ruim chega a cavalo”. Sempre achei fascinante ditados populares, frases criadas sem que ninguém saiba a origem. Parecem que nunca nasceram, sempre estiveram ali. 

Mas foram e só se perpetuaram porque um grande número de pessoas as difundiram. E se alguém passou para frente, é porque se identificou. Alguma notícia ruim já chegou a galope à você? 

Refletindo sobre a frase me veio o questionamento, mas por que só notícia ruim? As boas também chegam inesperadamente!

Notícia boa pode vir galopando

Em uma segunda-feira você vai para seu estágio no jornal local e realiza suas tarefas diárias. Logo nas primeiras horas da manhã deseja que o expediente acabe, já que foi dormir tarde na noite anterior e não está sendo produtiva. Além disso, coisas ruins aconteceram e pesaram o ambiente de trabalho e, aqui vai outro ditado, notícia ruim atrai notícia ruim, né?! 

Ao chegar em casa, se aborrece com as atividades que precisa fazer do TCC. E se aborrece com o calor, com o ventilador que não funciona direito. Também com o clima seco, com as mensagens que precisa responder. E enquanto realiza alguma dessas tarefas, a notícia à galope chega: você vai ser efetivada! Contratada pela empresa onde faz estágio antes mesmo de se formar. O primeiro emprego na profissão que escolheu, a primeira assinatura na carteira de trabalho. O medo e a felicidade se misturam com a ansiedade. A notícia fez seu dia, mas não bateu na porta antes de entrar.

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Ou então você é uma enfermeira em formação. Está saindo do seu serviço de vendedora, aborrecida por precisar trabalhar em um lugar que não é na sua área. Aborrecida por já ser noite e estar voltando para casa de bicicleta. E o calor, e o tempo seco. Até que entra em uma rua e se depara com um acidente: um motoqueiro acabou de bater em um carro e está no chão, nenhuma ambulância por perto. Você entra em cena e faz os primeiros socorros, tudo que aprendeu na faculdade, tudo que já fez, mas somente em bonecos, ali na sua frente.

Suas mãos agem antes dos seus pensamentos e coloca em prática tudo que achou que já havia esquecido. O Samu demora a chegar, mas você está ali. Possivelmente salvando a vida de uma pessoa, pela primeira vez. E de repente lembra sua motivação inicial, o porquê de fazer os sacrifícios que faz. 

Processo de evolução

notícia boa

Em outro caso, já é uma jornalista formada há dois anos. Tem um emprego estável na filial local de uma grande emissora de rádio. Faz matérias todos os dias, mas já está cansada do que vê. As situações a sua volta não te motivam, só noticia coisas ruins. Número de mortes que crescem todos os dias, queimadas no bioma regional, autoridades desmerecendo sua profissão todos os dias. Você vive isso todos os dias. Até que, pela primeira vez, em questão de minutos a oportunidade chega: você faz um transmissão ao vivo para a rede nacional, pela primeira vez. 

Sua voz, sua informação, seu trabalho ecoando por todo Brasil, atingindo ouvidos em todos os estados. E em questão de minutos, seu brilho no olhar volta. A emoção te atinge e as lágrimas não se contém, a mistura de sentimentos escoam de dentro de você pelos seus olhos. E você achou que seria só mais um dia dos outros.

A dor precisa arder

Tudo isso aconteceu em uma segunda-feira, em três vidas diferentes. Não era feriado, não era perto de alguma data comemorativa ou de um evento religioso. Nem os astros estavam alinhados. Mas aconteceu, sem previsão. As notícias boas também chegam a galope, a diferença é que esperamos demais por elas. A expectativa é tanta que prolonga a espera, e situações que na verdade nem são ruins, se tornam cruéis. 

As notícias ruins precisam chegar para que as boas se tornem melhores. Não me entenda mal, sofrer não é para ser reconfortante. A dor precisa arder. Nem todo sofrimento você precisaria passar, há muitos que poderiam ser evitados. Cabe outro ditado aqui, você só carrega o fardo que aguenta. Também existe um outro pensamento popular que se encaixa no assunto: não são as situações que te tornam o que você é, mas sim como reage a elas. Como é bom repetir uma frase clichê!

A dor pode parecer insuportável, mas do mesmo jeito que ela chegou de supetão, os momentos reconfortantes virão, e o sentimento de alívio será estarrecedor. Afinal, é isso que nos tornam humanos, sentir o viver. E é essa gangorra entre a felicidade e a tristeza é que nos permite o movimento, sempre em processo de evolução.

 

TEXTO DA LEITORA: Gabrielle Tavares Rodrigues [email protected]

 

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