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A saudade, quando acolhida com serenidade, fortalece nossos passos
Só para ouvir o murmúrio do vento valia a pena ter nascido (FOTO: KARL HORNFELDT/UNSPLASH)
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Como lidar com a saudade? A resposta não é simples. Nas tardes pálidas em que o céu desagua­va sobre os telhados do bairro, eu sabia que minha avó faria a pergunta: “Quem quer bo­linho de chuva?”. Num instante a casa vibrava com o coro de três crianças: “Eeeu”.

Bastava a cozinha se perfumar com o aroma da cane­la polvilhada sobre as bolinhas coradas para que eu e meus irmãos tivéssemos a certeza de que vivíamos num ninho quente e macio. Ah, quanta saudade cabe nessa cena!

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