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O Dilema das Redes: o que aprendi ao apagar minhas mídias sociais
Firmbee |`Unsplash
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Documentário da Netflix traduz um sentimento comum no dia a dia de muitas pessoas: a tecnologia pode ser um facilitador para deteriorar a saúde mental

Nas últimas semanas, me afastei das redes sociais. Foi necessário. As fotos dos meus colegas, belos e sorridentes, destoam demais de como tenho me sentido. Eu sei que não é justo me comparar ao outro, em especial porque, como diz uma amiga, estou olhando para um universo inteiro que sou e buscando semelhança com a ponta do iceberg do outro.

As redes sociais nas nossas vidas são um fenômeno novo — ainda estamos aprendendo a viver com elas. Mas estudos e profissionais de saúde já apontaram os possíveis malefícios para à saúde, em especial a mental, que o uso corriqueiro de alguns aplicativos traz. De acordo com o psicólogo e doutor em neurociência do comportamento Yuri Busin, “as redes sociais não são essencialmente vilãs, mas é como nós usamos. É preciso ter certo distanciamento em alguns pontos, refletir sobre a experiência que temos tido e como isso reverbera em nós”.

Muito tempo

Antes de apagar meus aplicativos, quanto mais ansioso eu ficava, mais tempo passava ligado no celular, como indicou o relatório de uso do meu aparelho. Parece irônico, né?

Mas há algumas explicações para isso. A Netflix disponibilizou em seu catálogo o documentário O Dilema das Redes. Em pouco mais de uma hora e meia, ex-profissionais de grandes empresas de tecnologia, como Google e Facebook, apontam o mecanismo pensado para a construção dos apps: da cor ao modo de navegação, é tudo programado para que passemos mais e mais tempo ali.

O filme aponta para os riscos que alguns aplicativos trazem para a sociedade como um todo, envolvendo questões como fake news e até mesmo a democracia. Mas também mostra os mecanismos que mexem diretamente com o nosso emocional – valores reais foram substituídos pela busca de curtidas; a vulnerabilidade deu lugar a um reflexo de uma vida plastificada.

Um novo olhar é possível

Tem muita coisa boa disponível nas redes sociais. Apesar da pausa no uso, certamente voltarei para os aplicativos em algum ponto. Gosto deles. Mas agora, num ano que nos impôs isolamento, se possível eu estava ainda mais desconectado de mim e do outro – efeito possível apontado em O Dilema das Redes.

O documentário original da Netflix é uma conversa franca sobre algo que já faz parte das nossas vidas. Cabe a nós o discernimento. Segundo o psiquiatra e membro da Associação Americana de Psiquiatria (APA) Luiz Scocca, “as redes sociais sempre serão uma faca de dois gumes, sempre que se abusar, que acreditar que a vida é aquilo que está lá e não souber diferenciar ficção de realidade, porque é isso que muitas vezes é, nós sofreremos muito”, diz.

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