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Viver Duas Vezes, de Maria Ripoll
Divulgação
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De tão singelo e despretensioso, o filme emociona realmente. Encaixa-se naquela fatia poderosa e valiosa das relações genuínas e doces

Esta semana, em um dos vídeos do Cine Garimpo #ficaemcasa, falei sobre o filme Um Senhor Estagiário, com Robert De Niro e Anne Hathaway. Além de gostoso de ver, naquele estilo feel good movie, toca na temática da troca de experiências entre as diferentes gerações – coisa que, convenhamos, diz respeito a todos nós. Mas a gente se esquiva, diz que não tem tempo, nem paciência ou afinidade. Que não é a prioridade, afinal, temos sempre muito o que fazer.

Fiquei com o assunto na cabeça e ele voltou pra mim na forma do delicioso filme espanhol Viver Duas Vezes, da diretora Maria Ripoll. Voltou com a história de Emílio (Oscar Martínez), um senhor viúvo que é diagnosticado com Alzheimer, vive entrando em atrito com a filha e genro, mas se rende e vai morar com eles. O que começa azedo, com ruídos na comunicação e faíscas na convivência, vai ganhando novos rumos à medida que Emílio teima em procurar seu grande amor da juventude.

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Tudo isso pra dizer que Emílio não conseguiria por em prática seu desejo se não fosse a neta Blanca, que compartilha com o avô seus saberes sobre o mundo digital. A aventura começa para mudar não só a vida de todos, como também a maneira com que cada um vê o outro. Leve e gentil, Viver Duas Vezes tem no título essa possibilidade de mudança – dá pra mudar, dá pra dar o braço a torcer, refazer as relações familiares, revisitar os pontos de conflito e revisá-los, fazer diferente.

Relações genuínas e doces

Neste momento em que estamos todos praticamente grudados nos familiares, estamos operando no modo do vai-ou-racha. Ir pode ser a melhor opção. Ver no outro a complementariedade, a sabedoria que não temos, o ponto de vista que nos escapou. Se considerarmos a relação avós e netos, a contribuição é ainda mais ampla – e mais desafiadora, claro. Há um abismo entre as gerações, mas precisamos confiar que temos ferramentas poderosas de construção de pontes, passarelas, viadutos para unir dois mundos distintos, mas igualmente ricos e cheios de possibilidades de compartilhamento e aprendizado. Sem falar do prazer, claro, de cuidar de quem já tanto cuidou de nós.

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Viver Duas Vezes me fez sorrir sozinha quando assisti. Talvez porque eu tenha o exemplo feliz de ver meus filhos e meus pais nessa troca intensa de afeto e gratidão; talvez porque, de tão singelo e despretensioso, o filme emociona realmente. Encaixa-se naquela fatia poderosa e valiosa das relações genuínas e doces, que fazem toda a diferença nas nossas vidas.

Onde ver: Netflix

Suzana Vidigal é tradutora, jornalista e cinéfila. Gosta de pensar que cada filme combina com um estado de espírito, mas gosta ainda mais de compartilhar com as pessoas a experiência que cada filme desperta na mente e na alma. Em 2009 criou o blog Cine Garimpo (www.cinegarimpo.com.br e @cinegarimpo) e traz, quinzenalmente, dicas de filmes pra saborear e refletir. 

*Os textos de nossos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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