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Talvez estejamos criando os corruptos do futuro
Multi-colored jelly sweets in a hand of child.
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Mães e pais: cuidem de suas famílias, orem por sua famílias, protejam seus filhos deste século, digamos, de corruptos, do “tudo fácil” “tudo já”. Sejam exemplos de mulheres virtuosas e homens honestos.

Se a palavra em evidência nos últimos tempos é corrupção, então falemos dela. Mas quero falar sobre as formas de corrupção que acontecem aqui e aí, na minha e na tua casa! No dicionário, um dos significados deste substantivo feminino é: “ato ou efeito de subornar uma ou mais pessoas em causa própria ou alheia, oferecimento de dinheiro; suborno”.

O início da “corrupção”

Mas na família o suborno não começa com dinheiro, começa com balas, chocolates, bolachas e refrigerantes! Quer ver só?

– Se você comer tudo, mamãe deixa você comer uma bala;
– Só mais duas colheres, aí você pode tomar o refrigerante;
– Tudo bem, não precisa comer o peixe, come a cenoura e o arroz. Aí deixo você levar as bolachas de lanche;
– Filhinho, só mais uma colher, aí mamãe te dá seu chocolate.

Alguém se identifica? Depois vem o suborno com os brinquedos e brincadeiras.

– Se você não terminar a lição, não vai ao aniversário do Pablo;
– Me ajude a arrumar seu quarto, aí você vai poder jogar vídeo-game;
– Se não guardar seus brinquedos, dou para outra criança.

Troca-se. E não estou referindo-me só a estas “escambos” acima, trocam-se os valores morais! Uma criança não tem que comer para ganhar doce, tem que comer porque precisa de nutrientes para crescer e ter saúde. Uma criança não tem que ganhar algo porque arrumou as próprias bagunças. Entendem?

Por que a escolha pelo caminho mais fácil? 

Pais, mães, avós e cuidadores em geral estão muito cansados – sim cuidar de crianças é trabalhoso e cansativo – que acabam tomando o caminho do que é mais fácil e rápido. E o caminho mais fácil e mais rápido nem sempre é o mesmo caminho do que é certo! Nasce, então, a corrupção familiar!

Depois tem a fase da bendita mesada:

– Recolha o lixo senão desconto de tua mesada;
– Não tirou o prato da mesa já sabe, hein;
– Colocou as roupas sujas no cesto para eu lavar? Se eu tiver que ficar pegando suas roupas pelo quarto, conto para teu pai e faço ele não te dar a mesada este mês.

Agora o assunto é o dinheiro. E é o dinheiro “conquistado” a partir de atitudes que fazem parte da função deste membro da família, morador da mesma casa e usuário dos mesmos benefícios, chamado: filho!

E o que fazer neste momento?

Ok, nesta parte do texto você deve estar desejando me perguntar: “Então o que fazer com os filhos, Ana, quando não querem comer comida e só besteiras? Quando não querem cuidar das próprias coisas e só brincar? Quando querem dinheiro fácil sem fazer um mínimo esforço?”

Antes de responder quero aqui me solidarizar, pois com três filhos na fase “só brincar”, muitas vezes me pego tentada a “subornar”, quando não acontece… aí abri precedente! Resposta: nem tudo é negociável, e nem tudo se recompensa! E não é não!

Pense na sua casa, na sua família, na dinâmica do teu lar. O que está sendo negociado e recompensado que, por natureza, não deveria ser? E no que os filhos têm achado uma facilidade em se viver que fará dele um ser intolerante às frustrações? Hoje balas e bolachas, amanhã Monster High e Cartas Pokémon. E, logo logo, o dinheiro da tua carteira.

Mães e pais: cuidem de suas famílias, orem por sua famílias, protejam seus filhos deste século do “tudo fácil” “tudo já”. Sejam exemplos de mulheres virtuosas e homens honestos, não percam suas essências – muito menos as vendam – para que teus filhos não se vendam também. Prazeres passageiros podem ser as manchas eternas em nossos caráteres!

Ana Paula Puga é psicóloga, autora de dois livros, educadora parental, coach e conselheira positiva. Também é casada e mãe de três crianças. Seu Instagram é @ana_paula_puga

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