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Será que menos é sempre mais?
Mateus Campos Felipe | Unsplash
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Em um texto reflexivo, Fernanda Gomes dá uma pausa nos temas diretamente ligados à dermatologia para falar sobre um assunto que pega muitas pessoas: a sensação de que precisamos fazer mais.

Não sei você, mas eu tenho sentido uma necessidade recorrente de fazer mais do que tão somente a minha obrigação. Sinto vontade de fazer mais do que o meu trabalho, mais do que as minhas tarefas diárias, mais do que o exercício compulsório de cumprir o que prometo.

Talvez essa vontade seja só expressão direta do meu descontentamento com o fato de que as pessoas ao meu redor, em geral, fazem cada vez menos. E fazem pior. Cumprem cada vez menos com suas tarefas, envolvem-se cada vez menos com seus afazeres profissionais, realizam cada vez menos o que prometem. Daí talvez venha meu ímpeto de fazer o que elas não fazem, mostrar a elas como se deve fazer, impor o ritmo, jogar-lhes na cara que é possível realizar. Não sei você, mas eu tenho sentido assim.

Eu adoro aquela máxima do “menos é mais”. Mas acho incrível a capacidade que algumas pessoas têm de se apropriar de maneira escusa de frases como essa.

Compromissos

É claro que as pessoas elegantes são menos afetadas nos modos e mais econômicas nos gestos e no discurso. Gente focada fala menos e faz mais. Profissionais compromissados com suas metas perdem menos tempo com bobagens. Por isso fazem mais e melhor tudo o que quiserem fazer.

Nesses casos, menos é realmente mais. A máxima se justifica e inspira comportamentos positivos em todos os contextos. Afinal, uma única atitude boa é mais benéfica do que uma centena de atitudes medíocres e um milhão de atitudes ruins. Nesse caso, menos é mais.

Em busca de equilíbrio

Não sei você, mas eu tenho a impressão de que tem muita gente por aí confundindo as coisas. Fazendo menos por pura falta de interesse, de empenho, de vontade de trabalhar. Tem muita gente por aí fazendo cada vez menos porque tem muito menos a oferecer. Nesses casos, menos não é mais, não. Menos é menos, e quanto menos, pior.

É aí que entram as pessoas capazes de fazer mais, de contribuir para equilibrar as coisas. De compensar as faltas. Enquanto uns fazem menos, elas fazem mais e a máquina continua girando. Não sei você, mas eu sinto uma vontade incrível de fazer mais também.

É quando uma faísca de grandeza estala em algum lugar dentro da gente e o fogo pega. Num pulo, as chamas se espalham no capim seco de nossa mesquinhez e acendem uma vontade irresistível de fazer uma coisa boa a alguém além de nós mesmos.

Há muito o que fazer. Em todos os cantos, em todas as causas, de todas as formas, o mundo carece de gente que faça mais e melhor o que puder. Mais do que puder.

Novas causas

Não sei você, mas eu tenho sentido uma necessidade recorrente de fazer mais. De melhorar o que faço, de me aprimorar em meu ofício. E de encontrar novas causas. Novos desafios pelos quais fazer mais e melhor. Novos motivos para fazer mais do que tão somente a minha obrigação. Eu sinto uma necessidade de fazer mais. Tomara que você também.

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FERNANDA GOMES (@fernandagomesdermato) é médica formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, com especializações em dermatologia e homeopatia. Acima de tudo, ela acredita na beleza externa como consequência do que cada um tem de bonito por dentro. Faz dos hábitos simples sua receita de saúde e, do trabalho amoroso e dedicado, sua filosofia de vida.

Leia todos os textos da coluna de Fernanda Gomes em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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