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Precisamos urgentemente ser alfabetizados digitalmente
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Para 11,3 milhões de pessoas no Brasil, o alfabeto é só um conjunto de traços que criam um código, o qual elas não são capazes de compreender.

Olhar para palavras e não enxergar nas letras nada mais que meros desenhos, sem significado algum. Parece algo inconcebível para você, capaz de ler esse texto. Já imaginou como a falta de uma habilidade limita a vida dessas pessoas e impede que elas compreendam a orientação e o conhecimento disponíveis nas cidades, nos hospitais, na rodoviária, nas bibliotecas, na internet?

E se eu te disser que existe um outro tipo de analfabetismo, o digital? O termo existe, e é a ausência de uma habilidade tão importante nos dias de hoje como ler e escrever. Alfabetismo digital é uma competência fundamental para o profissional de 2020 e dos próximos anos. Quem afirma e concorda com isso? A UNESCO, as melhores universidades ao redor do planeta e grandes empresas, como a Microsoft. Todas essas organizações já criaram seus programas de educação focados em alfabetização digital.

A fluência digital

O processo é basicamente o mesmo da alfabetização como conhecemos. Precisamos ser apresentados aos elementos básicos do digital, assim como fomos apresentados às vogais e consoantes. Assim, na sequência, vamos evoluindo em compreensão de palavras, frases, textos. Simultaneamente, avançamos também na escrita, de maneira cada vez mais complexa. Até sermos considerados fluentes.

Para a professora e pesquisadora australiana Jo Coldwell-Neilson, ser fluente digital significa:

  • Compreender e usar as tecnologias disponíveis;
  • Encontrar, usar e avaliar criticamente as informações;
  • Fazer curadoria de dados e fontes de informação;
  • Comunicar, colaborar e participar de ambientes online;
  • Gerenciar sua identidade online, bem como sua segurança e privacidade pessoal;
  • Criar conteúdo online, não apenas consumi-lo.

A urgência dessa aprendizagem vem do fato que o mundo é a cada ano mais digital e o trabalho também. Mas, quem está lá na ponta, no analfabetismo, tem a empregabilidade diminuída gradativamente. E quem está do outro lado, na fluência, tem acesso às melhores oportunidades.

No entanto, temos que o recado do futuro é claro: precisamos desenvolver essa habilidade. Mas esse mesmo futuro nos lança um desafio: o que acontece com as 63 milhões de pessoas que não tem acesso à internet no nosso país? Como disse Marcelo Costa, presidente de Portugal, no encerramento do WebSummit 2019 (maior conferência de tecnologia do mundo), “não podemos deixar ninguém para trás”.

Tiago Belotte é fundador e curador de conhecimento no CoolHow – laboratório de educação corporativa que auxilia pessoas e negócios a se conectarem com as novas habilidades da Nova Economia. É também professor de pesquisa e análise de tendências na PUC Minas  e no Uni-BH. Seu instagram é @tiago_belotte. Escreve nesta coluna quinzenalmente, aos sábados.

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