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Palavra do ano (e da vida!): autorresponsabilidade
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Como assumir a dianteira de seus resultados, escolhas, colheitas e consequências tem um efeito transformador para qualquer ser humano. Isso é a autorresponsabilidade.

No meu trabalho, eu analiso e escrevo sobre cases de sucesso nas mais variadas áreas – esmiuçar histórias e traduzi-las em forma de conteúdo educativo (de modo que elas ajudem os negócios alheios) alimenta minha alma. Mas é curioso o efeito que os bem-sucedidos podem causar nos outros. Entre o estranhamento e a devoção, há estágios como a não-aceitação e a tentativa de diminuição do mérito. De todos eles, o que mais me chama mais a atenção é essa espécie de desmerecimento apoiado em questões externas.

“Ahh, mas pra ela é fácil ter sucesso, a família é rica.” “Essa aí só tem bons resultados porque tem networking.” “Só é possível dar certo nessa área quem herda a carreira do pai.” Esses são alguns exemplos de comentários que, ao menor sinal de sucesso, tratam de eliminar qualquer traço de mérito próprio do que se destacou. Vejam bem, eu não vou negar que privilégios podem encurtar caminhos e que suporte – familiar, financeiro ou de relacionamentos – é um baita ativo em muitos casos. Mas quando a gente resume a possibilidade de “chegar lá” apenas a fatores que não podemos mudar, fica quase impossível ter esperança de alguma coisa.

autorresponsabilidade

Ao jogarmos na nossa mente que a culpa está no outro, nos isentamos da responsabilidade de melhorar qualquer coisa. Se o país está em crise, nem adianta tentar melhorar as vendas, se apenas quem é filho de fulano ou ciclano pode se dar bem em um mercado, não preciso nem cogitar ser bem-sucedido na profissão que escolhi, se só quem é bem-relacionado consegue emprego, pra que mesmo vou mandar meu currículo? Essas são apenas algumas das frases que terceirizam a possibilidade de resultado.

A mesma força que destrói reconstrói

A gente vive escutando que só consegue resolver algo quando foca mais na solução do que no problema. E a falta de autorresponsabilidade é exatamente o contrário disso: trata-se de mergulhar na dificuldade e ficar ali por anos nessa zona de (des)conforto apenas elencando suas justificativas. E encontrar milhares de justificativas é bem, bem fácil, viu?

Entre as muitas vantagens de se assumir a dianteira da vida, está o poder de transformar qualquer situação. Se fatos e pessoas têm o significado que damos a eles, será muito mais produtivo entender que apenas você pode estar ao volante da sua existência. Quando eu coloco em mim a “culpa” (entre aspas, porque acho que essa palavra e as crenças negativas a ela atribuídas extremamente improdutivas!), trago para mim a chance de solução. Se eu soube quebrar, tudo indica que também terei como consertar. A mesma força que destrói reconstrói, afinal.

As redes sociais têm, muitas vezes, essa desvantagem de só mostrar a vida editada. A gente vê o topo da montanha, mas não enxerga os deslizes, os tropeços, os passos para trás. Vê a menina cuja marca de moda é um sucesso retumbante e ignora que dez anos atrás ela tinha um emprego com zero glamour no qual engoliu muito sapo – inclusive de muitos que a festejam hoje. Vê o profissional que tem um networking inigualável, mas esquece que pra chegar até ali foram duas décadas de construção tijolinho por tijolinho.

Chame a responsabilidade para si. Tenha autorresponsabilidade

Talvez seja, sim, mais difícil pra você do que para sua vizinha. Pode ser que, talvez exija, sim, mais esforço (e tempo) do que foi necessário para seu colega de faculdade; talvez haja, sim, mais desafios do que houve para quem tinha a facilidade X, Y ou Z. Mas se uma pessoa resolve o cubo mágico ele tem solução – e ela pode estar nas suas mãos. De quebra, saiba que quanto mais árduo é um caminho, mais especial tende a ser sua linha de chegada. As vitórias da sua vizinha, do seu colega de faculdade e daquele que tinha a facilidade X talvez jamais tenham o mesmo sabor da sua.

Mas, chame para si a responsabilidade, tenha autorresponsabilidade. Coloque seus objetivos no papel e trace para cada um deles um “plano de voo”. Silencie suas dificuldades e passe caneta lumicolor nos seus pontos fortes. Se nada disso parecer muito fácil, procure no Youtube por “Minuto do Empreendedorismo – Vídeo 1 – A Crise Está Dentro das Pessoas”. Depois, leia o livro que conta a história de Rick Chester, um ambulante que resolveu deixar para trás os tempos difíceis vendendo água nas areias de Copacabana. Garanto que você vai ressignificar tudo que já pensou sobre privilégios, mérito e sucesso!

Ale Garattoni é carioca, formada em Administração de Empresas, com especializações em Marketing e Jornalismo de Moda. Fundadora da Amo Branding, que trabalha imagens de marcas com base no autoconhecimento, e do @Blog5Sentidos, que criou para compartilhar seu processo de transformação pessoal. Por aqui, mensalmente, divide sua experiência nesta caminhada.

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