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Os dias que não acontecem
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As crianças estarão ali, nos observando, aprendendo silenciosamente como lidar com a tristeza e o desânimo. Não as privemos dessas lições essenciais

Todas as pessoas que têm criança em casa sabem que existem dias que poderiam ser chamados de des-dias. Quando abrimos os olhos e sentimos que precisaremos de mais energia, o que nos tempos atuais, podemos chamar de coisa escassa.

Estar em casa – e somente em casa – com crianças, não é coisa simples. Todos os outros papéis que desempenhamos ficam em segundo plano e viramos cuidadores que precisam se virar com o resto: trabalho, comida, casa. Para as crianças, os papéis também ficam confusos: o amigo, o aluno, o neto, o sobrinho, todos os pequenos respiros que eles dão para além de casa, de nós, estão pausados. Só existem através da tela de um celular.

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Um pensamento logo vem: estamos seguros, nos cuidando, não podemos achar ruim. Sim e não. É preciso entender que assim como é importante estar grato pelo momento presente, também é importante viver nossos des-dias, quando bate forte o cansaço, quando o desânimo bate à porta, quando parece que só nós estamos em casa e o mundo todo voltou a funcionar, quando sentimos que somos insuficientes pra dar conta de tudo.

Des-dias trazem nossa humanidade

Os des-dias nos trazem de volta nossa humanidade, que é também falha e de falta. Eles nos mostram que, como tudo que está vivo, há movimento, do alto pra baixo, de fora pra dentro, da superfície pro centro, pro nosso centro. Só nos des-dias nos permitimos colocar pra fora as inseguranças e encará-las, e se botamos uma pitada de coragem nessa insegurança, pedimos ajuda, pras crianças, pros companheiros, pra uma amiga pelo áudio. São esses dias que parece que não acontecem que nos ensinam tanto sobre nós mesmos, que nos fazem parar pra refletir e que trazem uma sensação de “amanhã eu consigo fazer melhor”, essencial pro des-dia virar dia.

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As crianças estarão ali, nos observando, aprendendo silenciosamente como lidar com a tristeza e o desânimo. Não as privemos dessas lições essenciais. É sentindo esses sentimentos que os tiramos da superfície e permitimos a esperança vir à tona.

Thais Basile é mãe da Lorena, palestrante e consultora em inteligência emocional e educação parental, eterna estudante. Apaixonada por relações humanas e por tudo que a infância tem a ensinar. Compartilha um saber para uma educação mais respeitosa no @educacaoparaapaz. Escreve nesta coluna mensalmente.

*Os textos de nossos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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