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O verdadeiro custo de não saber impor limites
Christopher Windus | Unsplash
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É necessário que aprendamos a reconhecer e a sustentar nossos limites, não só para que possamos nos colocar como prioridade e nos respeitar, mas também para aprender a lidar com o desconforto que isso irá gerar em nós.

Em geral, não aprendemos a falar não para os outros. Principalmente se somos mulheres, somos educadas desde o início da vida a evitar causar desconforto nos outros, porque não queremos (e nossos pais não querem que sejamos) entendidas como grossas ou rudes. Não podemos ser essas pessoas que falam “não”, sob o risco de sermos chamadas de agressivas ou raivosas.

Meninas percebem desde cedo quem pode se valer de sua raiva e quem não pode. Também percebem que estão num lugar de serem avaliadas, escolhidas, por isso precisam sempre performar certa submissão e abnegação.

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Silenciar a voz interna

Crescemos e não aprendemos a entender nossos próprios limites internos, a reconhecer e a verbalizar o que queremos e precisamos.

Do que precisamos, mesmo? Aprendemos a não confiar na voz que diz “tá demais”. Silenciamos essa voz interna, em geral cedendo ou permitindo além do que deveríamos permitir.

Isso vale para situações diversas, como a divisão injusta das tarefas em casa, conflitos com nossos pais, amigos ou filhos — as coisas que queríamos ter dito mas engolimos pelo “bem geral”.

Medo da rejeição e do conflito

Com medo de causar desconforto ou um conflito e de nos sentirmos rejeitadas por conta disso, nos calamos para depois explodir quando não aguentamos mais, em geral com quem não teve nada a ver com isso.

Perceba que essa explosão pode ser para dentro. Nessa “implosão”, comemos, bebemos, anuviamos ou consumimos nossas emoções. Todo ressentimento, frustração, raiva e toda angústia que aquele silêncio gerou em nós são reprimidos.

Se tivemos na nossa infância exemplos desse tipo de estratégia de enfrentamento prejudicial, provavelmente mais fundo neles iremos em nossa vida adulta.

É necessário que aprendamos a reconhecer e a sustentar nossos limites, não só para que possamos nos colocar como prioridade e nos respeitar, mas também para aprender a lidar com o desconforto que isso irá gerar em nós.

É importante reconhecer que isso é perfeitamente natural. Mais importante ainda é entender: “Qual o custo do não que dizemos para nós mesmas?”.

MAIS DE THAIS BASILE: Educar uma criança com compaixão é um ato revolucionário


THAIS BASILE é psicanalista, escritora, especialista em psicopedagogia institucional, palestrante, feminista pelos direitos das mulheres e crianças e mãe da Lorena. Compartilha um saber para uma educação mais respeitosa no @educacaoparaapaz.

Leia todos os textos da coluna de Thais Basile em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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