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O que você tolera é o que fica
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Dizer sim para toda e qualquer demanda (e toda e qualquer pessoa) é uma atitude que pode até parecer nada demais a curto prazo, mas que tem efeitos complicados ao longo do tempo. Tem gente que me diz que faz assim porque, afinal, nunca se sabe onde se esconde uma oportunidade. Tem gente que justifica o sim indiscriminado dizendo que não quer magoar ninguém. Tem gente que argumenta que só quer ser uma pessoa legal e não custa tanto assim ceder um tempinho para fazer as coisas extra agenda, extra vontade, extra noção!, que chegam com os pedidos dos outros.

Não sei qual dessas crenças tem rodado na sua cabeça ou se há outras razões pelas quais você tenta se convencer que dizer sim, assim, é bom. Pois, não saber dizer não, não vai ser positivo pra você, não! Uma das consequências de não estabelecer os seus limites para a sua vida é virar refém da sensação de estar sobrecarregada e cansada o-tempo-todo. Você pode começar a sentir como se estivesse com a sua energia constantemente drenada. Além de sentir uma espécie de invasão, como se os seus contornos físicos e psicológicos estivessem sendo testados continuamente. É desagradável viver assim! E, pior, dizer sim, quando queria mesmo era dizer não, vai gerar ressentimento velado. Em algum ponto, você vai ter que lidar com a raiva acumulada -em relação aos outros e em relação a si mesma- sem saber o que fazer quando ela aparecer.

Você tem todo direito de dizer não a demandas, convites e expectativas que estão além do que você sabe que está disposta a oferecer numa boa. Atenção a essa parte: numa boa! Se você está em desequilíbrio nesse quesito, em algum ponto da história, você vai se magoar. Uma estratégia para aprender a lidar com a dificuldade de dizer não é justamente cuidar mais do seu “sim”. Busque clareza a respeito de como você quer se sentir na sua vida (uma conversa de coaching pode ajudar muito na conexão com os seus valores!). Use o não e o sim de forma direta e coerente com as sensações que você quer cultivar porque são boas e funcionam pra você. Use o não e o sim para delimitar o seu espaço sagrado.

Dizer não vai muito além de ter coragem para usar as três letrinhas. Tem um tanto a ver com o que você acha que deve fazer para responder às expectativas dos outros e ser percebida como uma pessoa legal ou produtiva ou generosa ou solidária. Se você responde um e-mail de trabalho às 6h, por exemplo, o que você está fazendo mesmo é dizendo “sim, estou disponível para qualquer coisa, em qualquer horário”. Se você senta com a turma do trabalho pra almoçar e ouve as mesmas fofocas todos os dias, você está dizendo “sim, eu concordo com essa repetição de maledicências”. Ao propor outros assuntos e redirecionar a conversa, você diz não ao que está incomodando de um modo prático, ao mesmo tempo em que diz sim de forma gentil a como você quer se sentir com seus colegas no intervalo do almoço. Que tal experimentar essa relação mais franca com o que você quer continuar tolerando? Preserve a sua vida de eventos intrusos, que não servem ao seu bem-estar, às suas metas ou à sua vontade de ter uma vida mais sua. Diga sim pra você e use a gentileza, de forma firme, para distribuir os nãos que você precisa por aí. Disso, você não vai se arrepender.

Ju De Mari é uma jornalista que virou coach para mulheres na PROSA Coaching. Pratica singelezas como forma de se relacionar com a vida de maneira mais criativa. Adora flores e fotografia, tem dois filhos e raízes no frevo pernambucano. Nesta coluna mensal, compartilha reflexões sobre transição de carreira e de estilo de vida para inspirar pequenas revoluções possíveis e práticas.   

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