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O que de fato importa
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O que realmente importa deixa lembranças. Em geral, muito boas. Se você tem uma boa lembrança a respeito de algo ou de alguém, aí está o que de fato é importante para você

Importa é uma palavra com o mesmo radical de importância. E de importante. Se te perguntarem “…o que é importante para você?” dá para responder sem pensar muito. Importante são a família, a conta bancária, os amigos, o carro, sua casa, seu trabalho, mas… não necessariamente nesta ordem.

Esta lista muda ao longo da vida. Coisas entram e outras saem. Dentro da lista, a importância das coisas e pessoas aumenta e diminui com o passar do tempo. Quando você nasce, o que mais te importa é o que vem da sua mãe. Chega a você em formato de cuidados, alimento ou só uma voz. É isto que, de fato, tem importância e valor para você. Simples assim. Mas você vai crescendo e sua tabela de valores vai mudando. Você nem percebe, mas, de repente, o que importa é o sapato novo, o restaurante, o vinho mais caro, o carro e até quem vai estar ao seu lado. Nada muito simples, mas uma boa forma de simplificar as coisas é estar sempre atento para o que de fato, importa. E como verificar a importância das coisas? E por aí que a gente vai seguir…

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Como saber o que de fato importa?

A importância das coisas muda com as pessoas. E uma mesma pessoa pode atribuir importâncias diferentes para uma mesma coisa ao longo do tempo. Para descobrir o que de fato importa, comece respondendo uma pergunta: o que você pode fazer com o que não importa? Já sabe? Então vamos em frente…

Olhe os dois pares de sapato acima. Se perguntado sobre qual você prefere, sem pensar muito, vai escolher o da esquerda. Um sapato com design moderno, de couro bem acabado, brilhante e com um detalhe de elegância: os cadarços mais claros. Um charme! Além disso, deve custar mais caro. Por isto mesmo, tudo que você viveu até hoje te leva na direção de escolher este item. É aquela noção impulsiva de que o importante é mais caro. Uma quase intuição construída ao longo do tempo nos leva a imaginar que o que importa deve ter maior valor.

E o par de sapatos do lado direito? Fácil notar que é um sapato mais simples, quase rústico. Observando com atenção, percebe-se que ele tem um jeitão relaxado e pode até ser confortável. Outra percepção inevitável é que ele deve ser mais barato do que o seu vizinho.

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Também é fácil perceber que, na sua enorme simplicidade, ele está mais usado. Muito mais usado. E por estar mais usado, ele é mais útil. Útil para quem usa. Sendo mais útil para quem usa, de fato ele importa muito para esta pessoa. Pelo seu jeitão simples, ele deve ser usado em um terreno mais agreste, talvez até de pura terra. Daí, sua grande utilidade. Imagine andar em um terreno rural usando o par de sapatos da esquerda? É um escorregão a cada passada! Portanto, o que de fato importa para uma pessoa é útil para ela. Sendo útil, será usado!

Mas, e o resto?

Claro que este raciocínio se refere a coisas. Mas ele pode muito bem ser adaptado para outras situações menos materiais. Basta fazer uma pergunta uma pergunta para a sua memória: nas celebrações da sua vida você se lembra mais dos presentes que deu ou recebeu ou das pessoas que estavam por lá?

Enfim, o que realmente importa deixa lembranças. Em geral, muito boas. Se você tem uma boa lembrança a respeito de algo ou de alguém, aí está o que de fato é importante para você. O resto, pouco importa.

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O que fazer com o que não importa?

Descobriu o que é importante para você? Bem, e agora, o que fazer com o resto? Não, não vai se livrar de todos e nem jogar tudo que não importa no lixo. Lembre-se que a importância das coisas muda com o tempo. Das pessoas também. Mas o exercício de descobrir a real importância das coisas tem um bom resultado em te ajudar a preservar o que de fato importa. Preservar neste caso não é apenas proteger. Mais do que isto, é nutrir, cultivar e desfrutar do que de fato importa. Ao diminuir a dedicação ao que é menos importante para você, sua vida vai ficar mais simples.

Balanço

Após um tempo se dedicando ao que realmente importa, dá até para fazer um balanço. Coisa do tipo construir a lista de tudo que você se livrou ou se distanciou porque tinha pouca importância. Como dito no início deste artigo, as importâncias mudam ao longo do tempo. Feita a lista, olha lá a veja se tem algo que te faz falta. Note que tudo que está fora da lista pode ser resgatado e tudo que está dentro da lista pode ser removido. A decisão é apenas sua. Mas, pelo menos, agora você tem uma lista do que de fato importa em um dado momento. E o principal deste balanço é saber se dar atenção ao que de fato importa, te deixou mais ou menos feliz do que antes.

De onde vem tudo isto

Isto tudo vem de uma vida inteira, que foi agregando coisas e mais coisas, sem se preocupar com o que era importante. Esta agregação criou uma carga enorme, pesada e difícil de ser cuidada em um dia de 24 horas. Um dia, veio a necessidade de identificar o que de fato importa.

Como você já percebeu, isto é um processo. O processo de aliviar a sua carga, normalmente cheia de coisas com pouca importância, mas que você foi colocando na sua vida, às vezes até meio sem perceber. Como boa parte dos processos da vida, este ainda está em andamento. Mas o que aconteceu até aqui já permite concluir que vale a pena criar aquela lista do que importa, usando algum critério entre tantos possíveis.

Nem a lista, nem os critérios usados para a sua criação serão fixos. Eles irão se atualizando ao longo do tempo porque o que importa também vai mudando. Roupas, sapatos, o restaurante, o bar da moda, o hotel mais caro, vai tudo perdendo a importância e dando lugar a novas coisas, outras pessoas, outros lugares, novas conversas, novos comportamentos e até novas comidas. A carga fica mais leve. E a vida fica mais simples.

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Fabio Gandour é formado em Medicina e PhD em Ciência da Computação. Trabalhando em laboratórios de pesquisa, dedicou-se à inovação através da tecnologia. Nesta trajetória, aprendeu que toda a modernidade só faz sentido se estiver a serviço das pessoas. E gente é o que de fato importa!

*Os textos de nossos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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