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Nas nossas raízes nos encontramos
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Já demorou seus olhos longamente sobre uma floresta? Árvores e árvores a se estenderem por um grande pedaço de terra, parecendo uma grande massa de uma mesma forma. Não se engane, não são. Ao pousar na superfície do solo e olhar para cada uma, bem de perto, é possível observar, elas são diferentes. Cascas mais finas, mais grossas, algumas mais lisas, outras mais rugosas. Troncos enormes que não cabem num abraço, caules finos que podem ser envolvidos com uma das mãos. Folhas mais alongadas, mais curtas, de um verde mais escuro ou de um verde tão claro que te fazem pensar em esperança.

Por falar em esperança, a minha não morre. De nos vermos como essas árvores, em formas diferentes, em substância tão iguais. A busca por um lugar ao sol, para garantir a sustentação de suas vidas. A necessidade de vencer a resistência do solo, ainda quando sementes. A fragilidade dos primeiros anos, que numa chuva mais forte ou uma pisada desatenta podem significar o princípio e o fim. A capacidade de transformar, de dar flores, frutos e se multiplicar.

De longe, todos parecemos a mesma coisa. De perto, nos percebemos diferentes. Cada um único, com suas características e escolhas. Brancos, negros, pardos, indígenas, asiáticos, europeus, norteamericanos, gays, heterossexuais, trans, mulheres, homens ou de um terceiro gênero. E o ponto final não encerra a lista. Não é porque os biólogos não catalogaram outros tipos de árvores que elas não existam. Não é porque ainda não reconhecemos outras condições e características das pessoas que podemos fingir que elas não fazem parte da grande floresta humana e merecem reconhecimento e respeito.

O que todos buscamos, assim como as árvores, é um lugar ao sol. E veja bem, estamos falando de um astro capaz de iluminar toda a Terra. Por que então insistimos em fazer sombra na vida dos outros? Por que não percebemos que o que nos torna o que somos, não é apenas nossa individualidade, são os outros. As árvores só o são, porque a floresta é. Não há condição humana possível centrada no eu, sem a existência e a afirmação do nós.

Quando uma árvore caí, não é apenas uma árvore. É uma parte da floresta que se vai e nunca mais será a mesma. Pode parecer algo isolado, não é. A floresta sente. Das árvores aos pássaros. Dos insetos às pessoas. Tudo e todos estão interligados.

Por mais que nos afastemos e estejamos em lados diferentes. Por mais que tenhamos pensamentos, posturas, jeitos e formatos diferentes, temos as mesmas raízes. E é lá nas raízes que nos tocamos, nos envolvemos e nos sustentamos. Como as árvores, com as quais temos tanto a aprender.


Tiago Belotte é fundador e curador de conhecimento no CoolHow – laboratório de educação corporativa que auxilia pessoas e negócios a se conectarem com as novas habilidades da Nova Economia. É também professor de pesquisa e análise de tendências na PUC Minas  e no Uni-BH. Seu Instagram é @tiago_belotte. Escreve nesta coluna semanalmente, aos sábados.

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