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Heartstopper: uma série para aquecer o coração
Divulgação/Netflix
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Suzana Vidigal indica Heartstopper, uma série capaz de provocar “em nós um sentimento bom, de pertencimento e de empatia, sem que ele precise ser sempre simples ou fácil”.

Adolescência é, e sempre será, fonte de inesgotável de histórias, encontros e desencontros, descobertas e desafios. Para o lado bom e para o difícil — e é claro que os cinema se apropria dessas vivências, porque todos nós, um dia, fomos adolescentes. Sabemos, por experiência própria, que as histórias se repetem, e fica fácil se identificar e se ver representado em várias delas.

Mas é também fato que o que mais vemos nos filmes e séries são recortes densos e complexos dessa fase, que está se mostrando cada vez mais uma travessia turbulenta. Roteiristas e diretores se debruçam sobre as questões envolvendo família, mídias sociais, bullying, Ensino Médio, aprendizado, competição, drogas, álcool para fazer séries e filmes que são um presente para ajudar na reflexão sobre o que somos enquanto sociedade e sobre que queremos construir.

Uma série apaixonante

Tudo isso pra dizer que é um alento poder falar desta etapa da vida — que, apesar dos desafios, também é mágica — através de Heartstopper, uma série em 8 episódios curtinhos, que se debruçam sobre o relacionamento amoroso entre dois garotos. Juntos eles vão descobrir a sexualidade, a lealdade, os valores, a amizade.

Tudo com um tom de feel good movie — aquele tipo de produção que provoca em nós um sentimento bom, de pertencimento e de empatia, sem que ele precise ser sempre simples ou fácil.

Ninguém disse que seria fácil mesmo, e não se trata disso. Nick e Charlie se gostam e precisam, cada um a seu tempo, assumir este amor. O bullying é inevitável, mas o apoio dos amigos é fundamental e genuíno. Heartstopper tem esse nome também por isso: as emoções estão à flor da pele, em que os personagens vivem situações de parar o coração.

A lealdade dos amigos e as conversas, que ajudam a elaborar o que cada um está sentindo, trabalham a questão também da diversidade, nesta turma que conta com a atriz Yasmin Finney, que é transexual e faz lindamente o papel de uma doce garota que encontra seu lugar ao sol. E como brilha, a jovem Elle!

Sem ser superficial

Heartstoppper é isso, solar. É colorida e alegre, mas não sem conflitos. A inspiração vem de uma história em quadrinhos homônima e, por isso, a série aproveita para usar recursos gráficos que dão ainda mais graça e leveza ao tema.

Você assiste, percebe e se envolve com as questões e dúvidas por que passam os personagens, reflete sobre isso, mas não sai com a sensação de desesperança. Pelo contrário, é um sopro de luz.

Reforçada pela fala de um professor, que aconselha Charlie a não deixar que ninguém desapareça com ele, fico na torcida de que cada um dos jovens encontrem o seu caminho e sejam respeitados por isso.

A linguagem da esperança funciona bem e ajuda a nutrirmos o otimismo na construção de uma juventude mais plural e realizada.

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Confira todos os textos da coluna de Suzana Vidigal em Vida Simples.


SUZANA VIDIGAL (@cinegarimpo) é tradutora, jornalista e cinéfila. Gosta de pensar que cada filme combina com um estado de espírito. Mas gosta ainda mais de compartilhar com as pessoas a experiência que cada filme desperta na mente e na alma. Autora do blog Cine Garimpo, traz dicas de filmes para saborear e refletir.

*Os textos de colunistas e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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