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Como lidar com a compulsão alimentar
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Para diminuir a compulsão alimentar, é essencial se divertir e fazer atividades que tragam alegria e alimentar-se de prazeres que realmente satisfaçam o seu ser.


É interessante ver como alguns simples ajustes na rotina têm o poder de nos fazer sentir melhor. Como costumo direcionar a maioria das colunas, vou falar sobre esse assunto levando em consideração um único ponto, a compulsão alimentar – porque o assunto rende diversas interpretações.

Muitas são as causas que levam a esse sintoma, porém, algo importante ele revela: a primeira fase da nossa vida, a oralidade, o mamar, o receber, além do alimento, o leite, também o amor, o cuidado, a proteção, o carinho da(do) nossa(o) cuidadora(or).

O que será que pode ter acontecido nessa primeira etapa do viver, que acabou por gerar uma compulsão alimentar?

Será que faltou atenção, será que nossos pais estavam passando por algum problema, nossa mãe teve depressão pós-parto, estavam trabalhando muito, eram muitos filhos e dar atenção a todos era difícil…? 

O que te dá prazer?

Todo excesso – nesse caso, de comida – aponta para uma falta e na terapia tentamos averiguar o que aconteceu. Paralelo a esse trabalho, é importante enriquecer o viver com atividades que dão prazer. Por quê? Para que a pessoa que tem compulsão alimentar não procure esse prazer somente na comida. Na verdade, um prazer que deixa de ser prazer, porque já se tornou compulsão, sofrimento. 

Comer é algo que nos traz um prazer imediato. Imediatamente sentimos o sabor salgado, doce, azedo ou ácido. E aí, ela quer mais, mais, mais, mais, mais desse prazer.

Só que a comida não vai supri-la daquilo que lhe faltou no começo da sua vida. Então, ela come, come, come e nunca se sente satisfeita. É uma batalha difícil, porém há saídas criativas que ajudam.

Por isso, além de buscar tratamento especializado, enriquecer o viver com outras fontes de prazer é tão imprescindível. É como se fôssemos nos alimentando de diferentes alimentos e a comida é um deles, mas não somente o único.

As inúmeras atividades físicas, o dançar, pintar, fazer algum tipo de arte, estudar algo que se gosta muito, ouvir música, participar de grupos – sejam de amigos ou com pessoas desconhecidas – que têm um assunto em comum, viajar, fazer tarefas diferentes no trabalho, viver experiências novas, leituras, aprendizados… 

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Tudo isso enriquece o viver e uma vez que sentimos prazer em atividades que têm a ver com a gente, nos sentimos satisfeitos, preenchidos. Com isso, há uma grande chance de a compulsão alimentar diminuir. Ou seja, tornar a vida mais ampla e mais cheia de atividades prazerosas podem ser bons aliados para diminuir a compulsão alimentar.

Aproveitando a primavera, que nos ajuda a florescer, a dar frutos, a realizar os nossos objetivos, promover transformações, talvez seja um bom momento para refletir sobre o assunto e incorporar novos alegres afazeres na rotina.

“Brincar” mais, sentir mais prazer na vida, ficar mais relaxado e descontraído, passear, se divertir pode se tornar o mantra para quem tem compulsão alimentar.

Um mantra que avisa: vá se divertir para se sentir satisfeito, repleto de prazer.

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KEILA BIS é psicanalista e jornalista ([email protected]) que adora compartilhar segredos do autoconhecimento para um viver sem neuras. Ajudar a diminuir a compulsão alimentar é um deles. 

Confira todos os textos da coluna de Keila Bis em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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