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Como encontrar um amor vegano?
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Você é vegano e tem dificuldades para encontrar um amor? O veganismo não vai te livrar de todas as roubadas, mas pode ser um bom filtro pra elas. Viva a sua verdade para viver um relacionamento de verdade.


Meus seguidores costumam me mandar mensagens falando que gostariam de encontrar uma pessoa com quem eles tenham afinidade. Explicam que não conseguem mais se relacionar com não veganos, que se sentem sozinhos e por aí vai.

Chovem perguntas sobre a minha vida pessoal, se eu sairia com uma pessoa que come carne e me perguntam como eu faço. Então, vou falar aqui o que gostaria de responder para todos.

A questão é: quanto mais você despertar sobre a Matrix em que vive, mais solitário vai se sentir no início. O funil vai ficando mais estreito.

Solidão e valores

O veganismo traz muitas questões fortes inegociáveis como o respeito por outro ser, a preocupação com o coletivo e a desconstrução do próprio ego.

A admiração é o combustível do meu interesse por alguém. Se uma pessoa que convive comigo, acompanha meu trabalho, tem acesso às informações e também às facilidades de um novo estilo de vida cruelty-free e, mesmo assim, não quiser tentar evoluir na sua forma de viver, vai ficar difícil a convivência e admiração.

Os opostos podem até se atrair num primeiro momento, mas dificilmente vão se manter juntos. No meu caso, é preciso “dar match” em valores morais, além de outras compatibilidades comuns.

E quando falamos de veganismo, estamos falando talvez da maior evolução moral da humanidade.

Então você vai me dizer: se já não é simples encontrar um par com afinidades, vai ficar mais difícil? Talvez. E tudo bem.

Pertencimento coletivo

Quando você se respeita a ponto de viver por uma causa que acredita, quando dedica sua vida a algo maior que você mesma, ou mesmo quando você transforma todos os seus hábitos porque não pensa mais apenas em si, a solidão do despertar se transforma num sentimento de pertencimento coletivo.

Quando você se cuida, você se respeita, sente um orgulho de si mesma e se gosta ainda mais. Quanto mais você se respeitar e se gostar, menos buracos emocionais terá, menos carente se sentirá e em menos roubadas entrará.

O ser humano é um ser social, não sabe viver bem sozinho, diziam Marx e Engels. Precisamos de outros humanos para sermos felizes, segundo Aristóteles.

Muitas pessoas que mudam seus hábitos deixam de frequentar lugares que não ressoam mais e algumas amizades deixam de fazer sentido.

Recebo relatos de pessoas que se sentem sós em meio à própria família que não a entende. Os amigos de anos parecem não falar mais a mesma língua. Isso é muito comum.

Mas você vai começar a frequentar novos lugares, novos eventos, socializar em novos ambientes onde as pessoas estarão vibrando numa frequência parecida.

Você vai conhecer pessoas que, como você, vão se emocionar à frente de um queijo de castanhas, que vão vibrar também quando o tofu estiver barato no mercado e que sonharão também com o dia que os animais forem livres.

Toda vez que eu entro num restaurante vegano, sinto um clima de cumplicidade com todos os outros clientes. Quando vejo alguém usando a mesma marca de tênis vegano sustentável, sinto uma identificação instantânea que diz silenciosamente: #tamojunto.

SAIBA MAIS: É difícil ser vegano? Veja 10 dicas para facilitar sua transição

Despertar vegano

Eu já me relacionei com pessoas que comiam carne quando me conheceram, mas que em muito pouco tempo pararam e mudaram seus hábitos. Me agradecem até hoje por lhes ter mostrado um caminho. O veganismo me trouxe 80% da minha rede de amigos hoje, conheci no Instagram, nos eventos que eu frequentava ou palestrava, nos meus cursos ou no meu restaurante.

Eu fiz algumas vezes postagens de “Cupida Vegana” para que pessoas se manifestassem e pudessem se encontrar e se conectar. Grandes amizades e também relacionamentos surgiram deles.

Mas pessoas tiveram que ajudar o Universo a ajudá-las, atitudes geram reações. Um “oi, adorei a receita que você postou” pode gerar um jantar pra que se conheçam melhor.

O despertar para o veganismo, assim como também para a espiritualidade, num primeiro momento pode te dar a sensação de solidão. Essa vai se transformando em solitude, que é quando você gosta da sua própria companhia e se entende parte de algo maior.

Hoje eu namoro um vegano ambientalista como eu. Foi a nossa causa em comum que nos atraiu. Temos tantas compatibilidades que nossa convivência flui de forma natural, fácil, sem conflitos. Em paz como deve ser. Com muita admiração, respeito, nos potencializamos. Ambos vivemos nossa verdade e onde existe verdade, existe a manifestação do amor.

O veganismo não vai te livrar de todas as roubadas, mas pode ser um bom filtro pra elas. Viva a sua verdade para viver um relacionamento de verdade.

Dicas de como encontrar a outra metade do seu caqui:

  1. Escreva uma carta para a pessoa que você deseja em sua vida com todas as características que você gostaria que ela tivesse. Descreva-a com palavras e assim manifestará energeticamente a vibração para atraí-la. Guarde a carta. Pode demorar anos, mas um dia você entregará essa carta para a pessoa que chegará. Se você a procura, ela deve estar procurando por você também.
  2. Enquanto a pessoa que vai te transbordar não aparece, foque em evoluir, ser uma pessoa melhor, curar seus traumas e medos.
  3. Frequente eventos, palestras, retiros, cursos dentro do contexto do que você busca para você.
  4. Siga pessoas na internet que você admira e leia os comentários. Encontrará pessoas afins. Mande um “oi”. Não dói nada, eu juro.
  5. Se ame muito. Se no Dia dos Namorados (ou qualquer outro dia) você passar sozinha, faça o melhor jantar para si mesma ou chame seus amigos pra celebrar a vida, porque essa experiência terrena deve ser curtida a cada dia, sozinha ou acompanhada.

Leia todos os textos da coluna de Alana Rox em Vida Simples.


ALANA ROX (@alana_rox) é autora dos best-sellers Diário de Uma Vegana e Diário de Uma Vegana 2, além de apresentadora de duas temporadas do primeiro programa vegano de TV do mundo, no canal GNT. Empresária, palestrante, sócia e chef do premiado restaurante Purana em SP. Também atua como embaixadora da ONG de proteção animal Mercy For Animals e embaixadora da Baims, marca de maquiagens veganas e sustentáveis. Alana é, principalmente, uma ativista através de um discurso amoroso, consciente e coerente.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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